Buscam vincular toda a estrutura dos jogos a um estado autoritário, que não respeita os direitos humanos, rotular o regime como uma "das piores ditaduras da história" e outras coisas assim, por exemplo, o fato da menina que cantou na apresentação ter dublado a voz de outra menina. A cantora real seria feia para os padrões da apresentação desejada segundo a GLOBONET. Não se trata de analisar e nem de entrar no mérito do que seja a China, o modelo político, econômico e social da China, independe de opinião crítica sobre o que a solenidade de abertura quis ou não dizer (para Ali Kamel, todo poderoso da GLOBENET a China mandou um recado com os soldados de uniformes e luvas perfeitos).
Freud costumava dizer que nem sempre uma banana é algo mais que uma banana. Boa parte das vezes é apenas uma banana.
A politização dos jogos olímpicos é anterior a Pequim, foi celebrada no mundo inteiro com a vitória do negro Jess Owens sobre os brancos arianos em Berlim deixando Hitler furioso.
O que era para ser a afirmação da igualdade entre todos os seres, na questão racial, hoje é ponto capital da realidade norte-americana. O american way life, a supremacia norte-americana/sionista sobre o resto do mundo. Os seres superiores, dotados do poder divino de ditar as regras e ordem no mundo inteiro.
Ali Kamel, como elites em todos os países do mundo subordinado ao modelo neoliberal é colonizado. Elites são apátridas. Pensam como os que pagam. Kamel é empregado das elites.
A ex-jogadora Isabel, da seleção de vôlei do Brasil, por acasião das Olimpíadas de Moscou disse que os "americanos fazem olimpíadas para ganhar, os russos para o esporte".
É lógico que os chineses fizeram a olimpíada para ganhar. É claro que vão tentar ganhar. Olimpíadas e competições esportivas de um modo geral viraram formas de afirmação da supremacia das grandes potências.
O que se investe na produção de super homens e super mulheres para as mais variadas modalidades esportivas representa além disso, dessa supremacia, um extraordinário faturamento de fábricas de material esportivo que trabalham com escravos no Timor, por exemplo (Reebok).
Tudo vira negócio no mundo de zumbis.
Olimpíadas, copas do mundo, jogos de inverno, o que se voltava, ou deveria se voltar para a integração dos povos, como todo o resto, política, economia, transformaram-se em afirmação de superioridade racial, de poder político, econômico e militar.
A dor de cotovelo dos norte-americanos e reproduzida pela GLOBENET aqui não é isso e nem a chorumela de Ali Kamel sobre direitos humanos (Guantánamo, seqüestros na Europa, tortura em prisões iraquianas, navios prisões, o modelo americano de respeitar esses direitos e aqui em citações homeopáticas) é razão de ser, essência.
É tão somente a frustração de ter que engolir, sem análise de mérito, a fantástica capacidade dos chineses, amarelos e pequenos, que comem cobras e escorpiões, de produzir uma dos mais belos espetáculos visuais em termos de competições esportivas, a abertura dos jogos olímpicos de Pequim.
O fato da menina ter sido dublada ou não é irrelevante, até porque a afirmação que isso aconteceu porque a menina cantora seria feia é de caráter duvidoso (pode até ser verdade e deve).
Mas não é menos nocivo ao ser humano que o quarto projetado para o BBB-9, no próximo ano. Todo espelhado para que o telespectador tenha um estímulo a mais no bordel televisivo.
Isso tudo é a sociedade de espetáculo, apenas isso. Com a diferença que um tem cinco mil anos e outro é só um bordel de quinta categoria.
Pedro Bial, cafetão visível do bordel da GLOBENET em transmissão da China, afirmou que o acrobata francês acidentado numa apresentação estava num hospital, mas que o governo não informara que se tratava de um hospital militar. Que sofreu uma fratura numa vértebra toráxica mas não diz qual, que pode ficar paraplégico.
Bial pensa e quer que a vida seja como a dos "heróis" dele no BBB. É outro bem remunerado empregado das elites para mentir.
O que há é apenas uma competição entre os pressupostos donos do bem e da verdade e o papel da GLOBENET entre nós é mostrar que a verdade está com o mundo dos hambúrgueres.
O medo que a China causa é esse. O mesmo que a antiga URSS causou quando lançou o Sputinik e depois Yuri Gagarin ao espaço. Que as pessoas pensem que o outro lado é melhor.
No caso da China tenho certeza que não. Mas no dos EUA sei também que é o pior de todos os lados.
