A LINHA DO LABIRINTO MERCADO É DOS DONOS – SÓ ELES TÊM A SAÍDA

Uma das primeiras lutas de Ralph Nader quando inventaram a história de defesa do consumidor foi contra os fabricantes de pneus. Nader foi aos tribunais mostrar que era possível fabricar pneus com durabilidade mínima de dez anos. Ficou por isso mesmo, pois a indústria automobilística norte-americana alegou que o pretendido inviabilizaria a criação e produção de novos modelos ao gosto do consumidor. 

É que os automóveis, ou até melhor, veículos automotivos, teriam que se adaptar aos novos pneus e isso implicaria em modelos sem os atrativos de um "mustang" – por exemplo –, carro que marcou época e virou Cult. Não adiantou que várias testemunhas técnicas desmontassem a argumentação, mostrassem o caráter de farsa. Anos depois Ralph Nader acabou sendo o responsável pela primeira eleição de George Terrorista Bush (só para lembrar). 

Lula não vai entender nunca que a produção de etanol através da cana de açúcar é apenas o pretexto para as grandes empresas do setor de alimentação buscarem lucros maiores num momento delicado na economia dos Estados Unidos, assim, do mundo inteiro, momento de riscos. E muito menos que o latifúndio brasileiro, sem qualquer consciência (latifundiário não tem isso), vai buscar de todas as formas devastar o que puder e não puder para transformar o País numa Roça de Cana sem tamanho e fazer do etanol a bebida preferida de dez em dez brasileiros. 

A GLOBO, a BANDEIRANTES, a RECORD, a grande mídia impressa, as rádios, se encarregarão de veicular a verdade. "Beba etanol, emagrece e elimina o colesterol ruim". 

E o patriotismo vai mostrar o general Augusto Heleno montado num alazão branco e com seu espadim gritando "VALE/ARACRUZ ou morte". E partindo com a sétima cavalaria para cima dos índios, vem aí a Quarta Frota para as verdadeiras intenções do "patriota". Golpe contra Chávez.   

Os relatórios que serão divulgados nos próximos dias mostram que a devastação na Amazônia, incluindo o Pantanal nessa estranha geografia de predadores, bateu a marca de 20 000 quilômetros quadrados em apenas um ano (2007/2008), contra pouco mais de 7 500 quilômetros quadrados entre 1700 e 1850, ou seja, cento e cinqüenta anos. Vão dizer que é a tecnologia, a explosão demográfica, tudo, menos que são bandidos.  

O ministro Carlos Minc já disse que vai atrás dos bois. O governo não tem registros de quem tem terra ou não do Mato Grosso para cima. Os que existem são em esmagadora maioria falsificadas em cartórios concedidos na politicagem de "coronéis", latifundiários, com uma Justiça impotente ou cúmplice. 

Minc deveria renunciar. Está mais para aquele deputado que pediu a interferência da senhora Mitterrand junto ao marido, François Mitterand, para evitar o fim da Amazônia. Esqueceram de avisar ao distinto representante do povo que o ex-presidente francês está morto há anos. 

O grande nó dessa história toda é que no afã de ser aceito e conseguir viabilizar a tal governabilidade Lula cedeu para lá, para cá, continua cedendo e três empresas controlam 40% do mercado de alimentos no Brasil, todas três estrangeiras e todas três operando na área de transgênicos. 

E com cúmplices brasileiros, lógico, elites não têm nem pátria e são como Jarbas Passarinho, mandam os escrúpulos às favas quando se trata de levar alguma coisa, qualquer que seja. Desde um AI-5 a uma burra cheia de dinheiro. 

Essa é a camisa de força de Lula.  

Bunge, Mosaic (Cargill) e Yara são as três donas do mercado. Põem e dispõem do jeito que bem entendem e se as portas foram abertas no desgoverno FHC, estão escancaradas no governo Lula, naquele desejo inconseqüente de exportar a qualquer preço para sustentar o pagamento das dívidas e o tal superávit financeiro. 

E agora importou Mangabeira Unger, professor em Harvard e dono de uma empresa de lobby nos Estados Unidos, para ser ministro de seu governo e dar um jeito de "manejar" a floresta. Teve que importar mesmo tendo ouvido do professor que "o governo Lula é o mais corrupto da história, o presidente deveria renunciar".  

Precisavam de um bobo. Marina da Silva viu que o papel não lhe cabia, tem a exemplar dignidade dos lutadores do povo. Minc foi pego no circo Sérgio Cabral, o que acaba com o "crime" matando inocentes e torturando jornalistas. Só precisa juntar agora a PM de Pernambuco, aquela que entra com a camisa do time da casa em campo, por baixo do uniforme, prende e arrebenta a moda Torres de Melo (o torturador tem uma fundação, ou coisa semelhante no Estado). 

E ao falar em circo nenhuma ofensa a instituição, claro que é. Vai correr atrás de bois, se bobear acaba descobrindo que touradas são a salvação da lavoura ambiental. 

Blairo Maggi, o governador do Mato Grosso, aliado de Lula, latifundiário, maior devastador de seu próprio estado, fica na tribuna de honra e baixa o polegar na hora de executar o touro.  

Não sem antes Lula discursar certo sem entender que errado fez ele ao querer agradar a gregos e troianos. Está aí o cavalo de Tróia do general Heleno.     

O problema é de modelo. Não existe como conviver com o lobo, isso vem desde os tempos de La Fontaine e a fábula o lobo e o cordeiro. O trabalhador, o camponês vai sempre turvar a água do dono e vai ser sempre engolido no capitalismo. 

O governo Lula salva-se em figuras como Celso Amorim. Faz o milagre de produzir um "estadista" num político fraco, sem objetivos definidos e envolvido, desde o primeiro momento, pelo esquema de amigos e inimigos cordiais que transformou Brasília num mundo à parte e fora da realidade. 

Uma ilha da fantasia. 

Breve todos falando inglês, duas horas de aulas diárias do professor Mangabeira. 

Não existe brasileiro consciente a favor da atuação de ONGs estrangeiras na Amazônia. Não são os índios que entregam o território e as riquezas nacionais. São as empresas que lá operam disfarçadas de "ajudadoras" (devem ter inspirado Zé Pastinha, o que gosta de ajudar). 

Mas existem políticos e generais que ligam a seta do discurso para a esquerda, ou para o nacionalismo e viram o carro à direita, com direito a chegada em Wall Street e bater o sino de abertura. Conforme o momento, podem até chegar em alazões brancos imaginando-se reencarnação do general Custer enfrentando Cavalo Doido. 

Nesse labirinto esse trem chamado mercado vai marcando o caminho de volta, a saída, com uma linha fina, tênue, Lula vai comendo mosca o tempo todo, até quando acerta e o Brasil e os brasileiros nos enroscando cada vez mais nos minotauros que nos devoram. 

A crise de alimentos é só um produto de Hollywood com efeitos especiais exibida diariamente na grande mídia nacional em cima da confusão do governo Lula. E pensar que, quando eleito em 2002, Lula tinha o novelo em suas mãos. Deu para os gatos e ratos brincarem, agora não desenrola mais. Passa a história como o que era para ser e não foi. Ou não é. 

Os caras armaram a cena, tomaram conta do País, têm as bênçãos patrióticas do general Heleno e o presidente caiu feito um patinho. Somos de novo exportadores de matéria prima. 

E Minc é um enganador. Gosta de melancia pendurada no pescoço. Não ouvi ninguém falar do tal sueco que tem 160 mil hectares de terra na Amazônia e uma ONG com 145 mil hectares.  

Nem o general Heleno ameaçar ir onde quiser, inclusive a propriedade do sueco, como fez em relação aos índios. 

É que na cabeça desses caras índio não é gente. Gente é quem paga. 
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