Iraque, Afeganistão, Palestina e Líbia aí estão, em ruínas, esmagados sob os pesados coturnos do imperialismo ocidental. Mas nos dizem que o inimigo a temer seria a China!
Nações inteiras da Indochina foram bombardeadas e empurradas de volta à Idade da Pedra, porque semideuses ocidentais não tolerariam, e sentiram que nada os forçaria a tolerar, o projeto pelo qual ansiava um não-povo amarelo asiático. Vietnã, Camboja, Laos – milhões de toneladas de bombas despejadas sobre eles, dos estratégicos B-52, de bombardeiros em geral, de jatos de combate. A chuva mortal arruinou países que nasciam, assassinaram mulheres, crianças, búfalos d’água – milhões de seres humanos mortos. Nada de pedido de desculpas, nada de admissão das culpas, nada de compensações enviadas às vítimas, pelas nações-tiranas.
A Indonésia, líder do mundo dos não alinhados, com imenso Partido Comunista constitucional, foi destruída no golpe de 1965, por uma aliança entre governos ocidentais, militares indonésios fascistas e elites locais, auxiliados pelos fantoches religiosos da maior organização de muçulmanos, NU. 2-3 milhões de pessoas mortas, inclusive muitos da minoria chinesa. Professores, artistas, pensadores – todos mortos ou silenciados. Nesse caso, o imperialismo criou uma nação submissa praticamente já sem qualquer base intelectual; já incapaz de analisar a própria queda. Mas não se fala de outra coisa: todos temos de ficar atentos ao crescimento da China!
A América Latina, violentada outra vez, outra vez, outra vez, do México à República Dominicana, de Cuba a Granada, Panamá, Haiti, Brasil, Argentina, Colômbia e Chile. Ao longo de anos, décadas, séculos. Praticamente todos os países da América Central e da América do Sul, além do Caribe, foram destruídos e devastados em algum momento da história, pela implementação racista e violenta da “Doutrina Monroe”.
Os mais recentes golpes contra governos progressistas em Honduras e no Paraguai aconteceram já sob a “liderança soft” do líder supremo do ocidente liberal e “defensor da democracia global” – o presidente Barack Obama.
Mas nos dizem o quê? Que é preciso “conter” a China. Não os EUA, não o Ocidente – mas a China!
No Oriente Médio, reinos e emirados inteiros disputam entre eles o lugar de mais subserviente colaborador para o sucesso dos negócios do ocidente, de quem terá mais bases militares dos EUA plantadas em seu território, de quem mata, prende e tortura mais gente – todos quantos se oponham à ditadura global do ocidente.
Mas é a China, claro, não o ocidente e os EUA, quem ameaçaria inadmissivelmente os direitos herdados que caberiam aos europeus e aos norte-americanos para reinar sobre o mundo. Ou, para ser mais preciso: hoje, o ‘'perigo'’ vem da China, da Rússia e da América Latina – três espaços que deram jeito de começar a livrar-se das algemas ocidentais e começam a traçar seus próprios caminhos de desenvolvimento político, social e cultural. Sejam quais forem, mas caminhos que os próprios povos vão traçando para eles mesmos!
Mas a China é “o grande mal”, porque os tais russos e latinos ainda parecem mais ou menos brancos, ou, pelo menos, muitos deles, sim, parecem brancos. Mas imaginar que o país mais importante do mundo estaria firmemente plantado na Ásia... é impensável, para o ocidente, impensável, inaceitável, verdadeiro sacrilégio!
Na África, a qual, claro, nem interessa muito, como se vê, às multinacionais e aos governos ocidentais, habitada pela mais baixa categoria de ‘des-povo’ (tomando emprestado o léxico de Orwell), vastíssimas extensões de terra e culturas milenares têm sido saqueadas, divididas, enfraquecidas, praticamente apagadas, canceladas do mundo. Fronteiras ridículas são inventadas, grandes governantes populares, como Patrice Lumumba do Congo, assassinados. Assassinos maníacos, como Paul Kagame e Museveni são inventados e cevados no e pelo ocidente, armados e postos no poder; em seguida recebem a lista de tarefas a cumprir: saquear e policiar localmente, em nome dos interesses do ocidente.
No Congo foram assassinadas 10 milhões de pessoas durante o reinado do rei belga genocida Leopold II (hoje, herói nacional na Bélgica, celebrado em incontáveis monumentos espalhados por toda a cidade, em Bruxelas). E os congoleses continuam a ser assassinados em proporções ainda épicas, por ditadores impostos e mantidos no poder por Washington e Londres; em Ruanda em Uganda, autorizados a invadir o que bem entendam, derrubar governos, pilhar, saquear a matar, se assim lhes aprouver, a nação inteira.
A Somália, de fato, já quase nem existe – dividida à força e regularmente invadida e atacada por aliados do ocidente – Quênia e Etiópia. Ali, os europeus lançam toneladas de lixo tóxico em áreas próximas do litoral e, em seguida, declaram-se ameaçados por piratas [1] – mais um pretexto para militarizar cada vez mais toda a região. A orgulhosa Eritreia “afro-cubana” mal sobrevive hoje, torturada por sanções, enquanto o país/base militar chamado Djibuti é glorificado e bajulado, e lá está, como símbolo grotesco, poluído, frustrado, do militarismo de franceses e norte-americanos; do imperialismo ocidental, na região onde brotou a raça humana.
Na África Ocidental, na Argélia, em Angola e na Namíbia, no Congo, na Somália e em dúzias de países africanos, dezenas de milhões de seres humanos continuam a ser massacrados por imperialistas ocidentais, no século 20, no século 21. E essa contabilidade macabra não foi diferente antes, com holocausto direto de populações nativas, com genocídios em tudo semelhantes aos genocídios promovidos pela Alemanha nazista também, agora, na Namíbia, com escravidão, tortura, estupro e total desrespeito a vida de não brancos.
E tal legado por acaso converte as nações ocidentais em povos e governos mais humildes, menos arrogantes, mais reflexivos, mais autocríticos? Vê-se por lá algum sinal de culpa, a partir do qual se pudesse cultivar alguma esperança de uma reconciliação global? Não – longe disso! Não há qualquer sinal de remorso em Londres, Paris, Berlim, Bruxelas e Washington, nem no interior da França, nem no meio-oeste dos EUA, nem no sul. Ou, se algum há, está concentrado em pequenos bolsões, quase sempre urbanos, desconectados do mundo e tornados mudos e inoperantes pela imprensa-empresa global.
Pois... agora, se culpa a China, por ‘'negociar com ditadores africanos'’! E a China é culpada! A culpa da China é hoje manufaturada, inflada e implantada nos cérebros de milhões, em todo o planeta, pelo aparato de propaganda ocidental, por veículos locais da mídia-empresa, em todos os casos empresas de propriedade do ocidente; e é o ocidente, também, quem ‘treina’ jornalistas e especialistas ‘midiáticos’ distribuídos pelo planeta.
Por exemplo, acidente em mina na Zâmbia, em local onde opere alguma empresa chinesa, e a coisa é divulgada para o mundo em proporções gigantescas. Resultado disso, dúzias de trabalhadores mortos, vítimas da negligência, são apresentadas como se aí houvesse crime em escala comparável às dezenas de milhões de mortos que morrem por ação direta do imperialismo ocidental selvagem, do tráfico de escravos, do colonialismo e do neocolonialismo.
As mesmas táticas de propaganda são empregadas em todo o mundo. Por exemplo: o Instituto Goethe em Jacarta, Indonesia, há bem pouco tempo, montou uma exposição de fotos de trabalhadores poloneses em Gdansk, em confronto com a polícia, como comemoração do Dia da Solidariedade. Houve algumas mortes. Mas o Instituto Goethe jamais se mobilizou para fazer exibições de fotos para relembrar os milhões de comunistas, ateus, intelectuais e chineses do povo assassinados em 1965 e depois de 1965, na própria Indonésia! É quase como dizer: “Aprendam: aqueles três milhões de indonésios tiveram de ser sacrificados, para impedir que se criasse aqui cenário no qual, adiante, 30 poloneses foram mortos.” Lógica perversa, macabra. Mas apoiada e mantida sempre ativada por montanhas de dinheiro e de palavras impressas e televisionadas. funciona!
Na Oceania – na Polinésia, Melanésia e Micronésia – britânicos, norte-americanos, franceses, espanhóis, alemães e outros senhores coloniais, esmagaram e reformataram todo o complexo universo que, antes, dava forma e sentido à vida dos povos que habitam dezenas de milhares de ilhas, ilhotas e atóis em todo o Pacífico Sul.
Em seguida, os habitantes locais viraram mercadoria a ser comerciada no mercado de escravos; seus reinos, suas entidades geopolíticas tradicionais foram, primeiros, divididas em colônias; em seguida, foram convertidas em estados-nação. Os líderes tradicionais foram assassinados, exilados, descartados, ameaçados e, os últimos, foram corrompidos e comprados.
Exércitos ocidentais disputaram as ilhas, usaram-nas para experimentos nucleares; depois, inventaram a chamada “doutrina da contenção estratégica”, para assegurar que nenhuma embarcação “inimiga”, nem qualquer ideia ou pensamento anti-imperialista jamais se aproximassem desse universo gigantesco, semeado sobre uma massa oceânica, pode-se dizer, infinita.
No final, construíram-se bases militares tamanho monstro – dos EUA, da Grã-Bretanha, da França; todos os tipos de resíduos tóxicos passaram a ser lançados lá; atóis virgens, como o atol de Kwajalein, foram convertidos em campo de teste e alvo de tiros de mísseis.
Lixo, radiação, comida podre; e começaram as emergências médicas, que cresceram tanto e tanto, que hoje, a mudança climática e o consequente aumento do nível da água do mar já é, em termos realistas, a principal ameaça que pesa contra a sobrevivência dos estados e de povos inteiros na Oceania.
Vivi no Pacífico Sul por mais de quatro anos; viajei e trabalhei em todos os países da região, exceto Niue e Nauru. Escrevi sobre a luta dos ilhéus do Pacífico sul, em meu livro-documentário Oceania.
Vários países – Kiribati, as Ilhas Marshall, os Estados Federados da Micronésia, além de várias ilhas e atóis que hoje são propriedade de outros estados – estão, rapidamente, se tornando inabitáveis. O aumento do nível do mar está devorando suas terras agricultáveis e a vegetação está morrendo.
O ocidente, responsável por praticamente toda a poluição, as emissões de dióxido de carbono e o aquecimento global, faz, na prática, coisa alguma para salvar da extinção países e povos inteiros.
A ajuda que chega dos EUA, da União Europeia, da Austrália e da Nova Zelândia provoca, na prática, tanto dano e destruição quanto as emissões de gases tóxicos. Tudo que lá chega é, de rotina, usado para corromper funcionários dos governos locais; para mandá-los em viagem pelo mundo, pagas como serviço temporário extra: a “mentalidade do ‘por dia’ trabalhado”, que aumenta consideravelmente os salários. Domesticados e corrompidos, os governantes locais absolutamente nada exigem em troca da exploração mortal de seus países, nem se interessam ativamente por resolver os problemas locais. ‘Ajuda externa’ chega também na forma de bolsas pagas a especialistas estrangeiros para que visitem o país, para ‘analisar’ e redigir hectares de páginas de relatórios a maioria dos quais são perfeitamente inúteis. Tudo isso, exclusivamente para criar a fantasia de que ‘algo’ está sendo feito; e, assim, assegurar que jamais se faça, de fato, coisa alguma!
Os povos da Oceania não querem ser evacuados; a maioria deseja lutar pela sobrevivência de suas ilhas natais. Conversei com muitos: em Kiribati, Tuvalu, FSM, RMI e por toda a parte. Mas o ocidente e governos locais continuam a insistir em esquemas irracionais de evacuação, sob os mais absurdos pretextos.
Num dado momento, a China começou a ajudar, em espírito de internacionalismo comunista; como um país socialista deve ajudar. Os chineses chegaram, enrolaram as mangas e começaram a construir escolas, hospitais, prédios públicos, para que o estado pudesse funcionar melhor, estradas, estádios, muros de contenção em áreas mais críticas do avanço do mar sobre a terra e outras obras de infraestrutura pesada, com vistas a preservar e proteger áreas habitadas, mais gravemente ameaçadas.
O ocidente imediatamente se pôs a atacar esses esforços, injetando nihilismo, onde os chineses injetavam solidariedade comunista, destruindo, pelo denuncismo mais torpe tudo que fosse decente e bem planejado. O primeiro estágio da propaganda ocidental – a mesma que já fora usada na África e em outros pontos – foi uma barreira de matérias negativas por jornais e televisões, onde havia: a China “nada faz, jamais, por altruísmo”; “a China só faz implantar à força seus interesses e projetos obscuros”...
As linhas “filosóficas” da propaganda pró-ocidente são sempre simples e previsíveis: “Se somos merda, se a cultura ocidental nos arrasta para o saque e a escravidão, então a humanidade que se convença, de vez, que todos somos feitos da mesma massa podre. Quando se convencerem disso, deixarão de se indignar, e o que fazemos será visto como humano e normal. Todos os humanos têm os mesmos defeitos. Os exploradores também são humanos...”
Puro lixo, é claro. Pensadores qualificados, como Gustav Jung já descreveram a cultura ocidental como excepcionalmente agressiva, uma espécie de patologia da cultura, de doença cultural do ocidente.
Mas quando a doença é mostrada como vantagem ou como atributo moral positivo, desejável, como fazem os grandes propagandistas do ocidente, como Joseph Goebbels e Rupert Murdoch, se a propaganda é repetida mil vezes, e se os mesmos propagandistas conseguem corromper/pagar número suficiente de propagandistas em todo o planeta, para que repitam sempre o que os ‘pensadores’ da propaganda lhes ordenam que repitam, o lixo converte-se, como que por milagre, em luminosa verdade, não raras vezes, em verdade cientificamente ‘'demonstrada'’; depois, é um passo até que o pensamento-lixo se converta em senso comum e em opinião pública.
Mas... voltemos à China e à Oceania:
Quando a blitzkrieg de propaganda para desacreditar a China não funcionou, ou, pelo menos, não funcionou completamente, pelo menos nos países que se estavam beneficiando mais com a ajuda dos chineses, o ocidente inventou estratégia diferente: mudaram-se para Taipei e puseram-se a “encorajar” Taiwan para que “se envolvesse”. Os taiwaneses interessaram-se pelo negócio, e puseram-se a oferecer propinas aos governantes e líderes locais na Oceania, em troca do reconhecimento como país independente. Depois de o país ser devidamente reconhecido – reconhecimento que nem os EUA nem a União Europeia concederam oficialmente – a China (o Partido Comunista da China) retaliava e rompia relações diplomáticas como o “novo” país.
Era, precisamente esse, o objetivo das velhas, hipócritas, dissimuladas eternas potências coloniais.
Assim, países que se mantiveram aliados à China, como Samoa, receberam seus muros de contenção, contiveram o avanço do mar, ganharam prédios novos para o parlamento e estádios de esportes públicos, construídas, todas essas obras, em espírito de solidariedade e otimismo socialistas; e países como Kiribati, que hoje bem podem ser descritos como a lata de lixo da Oceania, foram inundados pelo nihilismo ocidental à moda Taiwan. Choveu dinheiro, mas não chegava ao povo: parava logo, no fundo do bolso dos funcionários do “novo” governo independente.
Enquanto pequenos países na Oceania aproximam-se, inteiros, da extinção física, seus governantes, quase todos educados e treinados na Austrália e nos EUA, vivem de vender seus votos na ONU: votaram a favor da ocupação israelense na Palestina; votaram em apoio às invasões norte-americanas pelo mundo; votam sempre contra qualquer medida de prevenção a qualquer risco ambiental, muitas das quais poderiam ter efeito positivo em seus próprios países!
“Uma vez, fui cercado por uma equipe de televisão israelense” – contou-me um padre, na capital dos Estados Federados da Micronésia [orig. Federated States of Micronesia (FSM)]. – “O público israelense queria conhecer melhor essas criaturas, nessa parte do mundo, que sempre votam a favor de Israel, com os EUA e contra o resto do mundo...”
Ora! São os mesmos que sempre dão boas-vindas aos barcos de guerra de Taiwan, cujas tripulações vivem a cantar hinos nacionais pelas praias e andam por todos os cantos, feito maníacos, sacudindo bandeiras nacionais!
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Os que suponham que a China seja incapaz de trabalhar por altruísmo comunista, devem ler o que escreve Fidel Castro, homem de palavras sempre poderosas e cheias de gratidão universalista, quando conta como Cuba foi resgatada pelo povo chinês, depois do surto de loucura de Gorbachev e de Yeltsin, movido, esse, por muita vodka e mania de grandeza à moda ocidental, que destruíram a URSS e abriram caminho para que o ocidente, já sem encontrar qualquer oposição, começasse a saquear todo o planeta, no delírio da construção do que hoje se chama ‘Império’ dos EUA no ocidente.
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Quando a imprensa chinesa me entrevista, a primeira pergunta é, quase sempre: “O que a China pode fazer para acalmar o ocidente”? Minha resposta é sempre a mesma: “Nada”.
A propaganda ocidental não visa a construir modos para conhecer e analisar a China mais acuradamente; a propaganda ocidental não procura conquistar a boa vontade dos chineses. A propaganda ocidental aí está, mais uma vez, dessa vez contra a China, para agredir e tentar destruir qualquer país que insista e queira perseverar em seu próprio modelo de desenvolvimento, com vistas a construir bem-estar para o povo, e que, assim, resista contra a submissão e a obediência servil aos projetos dos EUA e de suas empresas transnacionais (transnacionais, sim, mas ativas na promoção do interesse nacional dos EUA, e só).
O ocidente tenta hoje destruir a China socialista, como tentou destruir o Vietnã, durante a guerra que, na Ásia, é conhecida como “a Grande Guerra Americana”. Como consumiu esforço gigantesco para arruinar Moscou, desde o início da Revolução de 1917 até o fim (e, hoje, depois da eleição de Putin, novamente). Como os EUA sempre trabalharam para destruir todos os países que, em algum momento, insistiram em construírem sob princípios autônomos: Cuba, Egito, Indonésia, Chile, Nicarágua, Eritreia e o Irã antes do Xá [e, como hoje, depois da Revolução Islâmica de 1979 (NTs)], para citar apenas alguns casos.
Alguns, como a Coreia do Norte, foram primeiro devastados e em seguida empurrados para o extremismo, forçados a radicalizar e, então, exibidos nas televisões ocidentais como exemplo amalucado de comunismo gagá.
O que o ocidente está armando contra a China é bem claro e não difere muito do que fez durante a Guerra do Ópio. O cenário perfeito seria uma nação dividida, encolhida e submissa, que muito admirasse o ocidente. O governante ideal seria algum tipo de Yeltsin chinês que aceitasse trair, quebrar o país em cacos, abri-lo para oligarcas e capitais estrangeiros, matar todas as aspirações sociais e bombardear o Parlamento em dia de casa cheia de representantes do povo que ainda acreditam no socialismo.
Isso feito, então seria possível “fazer negócios” com a China e dar, aos negócios plena e total cobertura de propaganda e de ideologia.
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Costumo aconselhar os jornalistas chineses que me procuram: “Usem os números. Os números trabalham a favor da China”.
Mas parece que a equipe da propaganda chinesa não sabe fazer o que os apparatchicks ocidentais vivem de fazer.
A China é tímida, suave, como, de fato, praticamente todo o mundo é, se comparado aos gângsteres que comandam a política e a economia ocidental.
Numa série de golpes mortais, o ocidente sabe bombardear um país, envenenar a população com urânio radiativo, impor sanções que matam centenas de milhares de mulheres e crianças e velhos indefesos, depois bombardear outra vez, invadir, saquear, e assegurar que suas empresas ganhem bilhões no servicinho de “reconstrução” que, de fato, jamais se vê, nem se completa.
Ninguém, no planeta é capaz de fazer tudo isso, nem a China, nem, de fato, a União Soviética que sempre garantiu nos estados-satélites, padrões de vida superiores ao que se via em Moscou!
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Se a China não faz, posso tentar fazer, eu mesmo, em algumas pinceladas. Usemos números para mostrar ao mundo, sobretudo aos cidadãos ocidentais “preocupados” o que e como a China está realmente fazendo. Comparemos. O único modo justo de comparar é comparar números per capita.
Quantos homens e mulheres e crianças foram mortos pelo ocidente em terras distantes dos respectivos territórios nacionais dos assassinos, desde a 2ª Guerra Mundial? No mundo árabe. No Pacífico Asiático, na África, na América Latina, na Oceania; de fato em todo o globo. Fiz as contas e, numa estimativa tímida, o total chega a 50-60 milhões de mortos. E passa de 200 milhões de mortos, se se somarem as ações indiretas.
A China – muito menos. Alguns milhares, numa invasão punitiva errada contra o Vietnã, depois de o Vietnã libertar o Camboja do Khmer Rouge. Foi o pior que a China fez! E invadiu, mas logo se retirou. E, claro, a China não bombardeou o Vietnã até não haver nenhuma casa habitável, praticamente, em todo o território!
Quero dizer: se a invasão chinesa ceifou, digamos 10 mil vidas... o ocidente matou, no mínimo, 5.000 vezes mais do que a China. Simples aritmética.
Quantos governos o ocidente derrubou, inclusive governos eleitos em processos democráticos difíceis, dolorosos, mas sempre entusiásticos? Não tenho tempo para contar e listar todos: Nicarágua, Chile, Brasil, República Dominicana, Indonésia, Irã, Zaire, Paraguai e dúzias de outros. Basicamente, todo e qualquer governo não aprovado pelas empresas e políticos ocidentais foi incendiado e destruído. A China: zero golpes!
Que belas lições de democracia o ocidente tem dado ao mundo! Dito assim, até parece piada!
Continuemos a comparar.
Quem sempre vetou e continua a vetar quaisquer resoluções propostas na ONU sobre a Palestina e em várias outras questões que interessam a milhões de seres humanos?
Quem se posiciona fora do alcance dos tribunais internacionais criminais, ameaçando, até, invadir a Holanda, caso algum cidadão dos EUA seja levado a julgamento na Corte Internacional, em Haia?
Quem é o maior poluidor do universo, em valores per capita? A China polui menos que as nações escandinavas e, apesar disso, está convertida em ameaça ambiental planetária, ameaça maior, até, que os EUA, porque o ocidente só calcula por números absolutos, jeito bizarro de servir-se das estatísticas. Seguindo a mesma lógica, há mais fumantes na França, que em Mônaco....
Até o ex-vice-presidente dos EUA, que pode ser acusado de muita coisa, não de ser apaixonado pela China, já viu que a legislação ambiental na China é melhor, mais estrita, que nos EUA.
Cuidemos da defesa; da tal “ameaça” que a China imporia ao resto do mundo.
Segundo a publicação de 2012 do Instituto de Pesquisas para a Paz Internacional de Estocolmo [orig. Stockholm International Peace Research Institute (SIPRI 2012 Yearbook)], os EUA, com população de 315 milhões, gasta (oficialmente) cerca de 711 bilhões com seus militares. Muitos analistas insistem que o total ultrapassa 1 trilhão de dólares; outros dizem que o total é ainda maior, mas incalculável por causa de interação obscura, complexa, sem qualquer transparência entre o setor privado e o governo. Mas fiquemos com os números oficiais e aceitemos, para argumentar, a estimativa tímida dos 711 bilhões de dólares.
Aliados próximos dos EUA também gastam milhões na compra e manutenção de bombas atômicas, mísseis e jatos de guerra: o Reino Unido, com 63 milhões de habitantes, gasta 62,7 bilhões de dólares em “defesa”; a França, com população de 65 milhões, gasta 62,5 bilhões; o Japão, 126 milhões de habitantes – e sem ter exército oficial – gasta 59,3 bilhões. Dois dos mais íntimos aliados do ocidente no Oriente Médio são ainda mais radicais:
– a Arábia Saudita, com 28 milhões de habitantes, gasta 48,2 bilhões de dólares; e Israel, com população de apenas 8 milhões, gasta 15 bilhões.
A China, o país mais populoso da Terra, com 1,347 bilhão de habitantes, gasta, com os militares 143 bilhões, aproximadamente o mesmo que o Reino Unido e a França somados, mas com população dez vezes maior a defender!
Em números calculados per capita, os EUA gastam 21 vezes mais, em “defesa”, que a China; o Reino Unido, mais de nove vezes; a Arábia Saudita, mais de 16 vezes o que a China gasta!
E a pergunta que não quer calar é: contra quem, ou contra o quê, França e Reino Unido tanto se defendem? Talvez defendam-se contra Andorra, Mônaco ou a Irlanda? Ou, quem sabe, defendam-se contra um possível ataque vindo... da Islândia?!
A China, como se sabe, foi várias vezes atacada; foi ocupada, colonizada e saqueada por potências ocidentais, sobretudo por Reino Unido e França (cujos atos de barbárie, no saque a Pequim, são legendários); e, hoje, vive com bombardeiros e mísseis com ogivas nucleares apontados diretamente para a cara dela, vindos de Okinawa e Guam, da frota dos EUA na região e das bases das Repúblicas ex-soviéticas da Ásia Central.
Os EUA, em clara afronta à Constituição das Filipinas está realizando manobras militares na base Clark e em outras instalações militares no território de sua ex-colônia. E têm pesada presença militar na Coreia do Sul, distante uma pedrada, da China; e está, agora, em acintoso assalto diplomático contra o Vietnã, na tentativa bizarra, de reativar algumas de suas antigas bases, usadas durante a guerra. Não é segredo, tampouco, que a Mongólia já está convertida em um dos mais entusiasmados aliados do ocidente – com milhares de quilômetros de fronteiras com a China.
O que, afinal, explicaria gastos tão contrastantes, no campo da “defesa”, entre o ocidente e a China? A resposta é simples: nada! Não há qualquer explicação racional. Como no caso da “Doutrina Monroe”, o ocidente não precisa oferecer qualquer explicação. O ocidente assume, pressupõe uma superioridade racial e cultural... não diz, mas essa pressuposição está presente e ativa sempre, o suficiente para manter calados, em todo o ocidente, até os céticos e até os mais críticos.
As “elites”, os grupos “intelectuais” e a imprensa-empresa em praticamente todo o ocidente são treinadas e pagas para não ver e curvar-se ante essa grande farsa absolutamente “incriticável”.
O que faço aqui, ao trazer à tona algumas perguntas simples, não é aceitável nos círculos cultos da Europa e dos EUA: é considerado, de fato, uma espécie de grosseria, de falta de educação, de maus modos!
E a China, tantas vezes vítima de agressões pelo ocidente, vê-se, ela mesma, na obrigação de defender-se, acusada de “flexionar músculos”, apesar de não ter história de invasões e abusos imperialistas e do orçamento modesto de defesa.
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A China é apresentada como ameaça sempre que se posiciona ombro a ombro com nações progressistas na América Latina ou com a Rússia, como quando, recentemente, colaborou para bloquear a aprovação de resoluções da ONU que visavam, exclusivamente, a escancarar as portas para que o ocidente invadisse a Síria.
Aos olhos dos regimes ocidentais, tentar impedir uma invasão é crime imperdoável, equivalente, quase, ao terrorismo. Países que se ponham como obstáculos àquelas invasões, tornam-se alvos da propaganda mais envenenada.
É preciso lembrar que a mesma retórica foi usada pela Alemanha Nazista durante a guerra. Resistentes de qualquer tipo, partisans, forças de oposição – eram, lá como aqui, chamados de terroristas. E quem algum dia esquecerá o que dizia a propaganda, dos países que estivessem para ser atacados! Ou o que a propaganda ocidental dizia contra a União Soviética – contra os russos que enfrentaram os nazistas e, afinal, os derrotaram!
Segundo minhas investigações na região, forças ocidentais estão treinando não só a tal “oposição síria”, mas, também, jihadistas sauditas e qataris e mercenários, nos chamados “campos de refugiados” na Turquia, perto de Hatay e na base da Força Aérea dos EUA em Adana.
Mas quem algum dia perdoará China, Rússia e América Latina, por tentarem impedir que se concretize o cenário de horror, semelhante ao que o ocidente criou na Líbia? E há também as Ilhas Spratly – esse tour de force da propaganda ocidental!
As Ilhas Spratly poderiam ser de fato a única prova de que a China estaria “flexionando músculos”, quer dizer, estaria cometendo o crime de defender interesses chineses.
O Governo das Filipinas, ex-colônia dos EUA, aparece na linha de frente das mais duras críticas dirigidas contra a China.
Fui convidado para dar uma palestra a acadêmicos filipinos em Manila; dei jeito de conversar com vários deles. As opiniões são todas aparentadas e semelhantes, que Roland G. Simbulan, pesquisador e professor de Estudos do Desenvolvimento e Administração Pública na Universidade das Filipinas, explicou:
“Falando francamente, as tais Ilhas Spratly não são importantes para nós. O que está acontecendo é que as elites locais estão sendo visivelmente estimulados pelos EUA para provocarem a China; e os militares norte-americanos têm profunda influência nas nossas forças armadas. Deve-se dizer que os militares filipinos são muito sensíveis e vulneráveis a esse tipo de “encorajamento”. Os EUA alimentam as atitudes confrontacionais. Mas essa abordagem, se não for mudada, será desastrosa para o nosso país. De fato, somos nós que aqui estamos, muito próximos da China, também geograficamente”.
No Vietnã, não há dúvida de que os EUA estão explorando antigas rivalidades locais, trabalhando para jogar, um contra o outro, dois estados socialistas.
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E há também a questão dos direitos humanos. Mais uma vez, basta comparar. Há muito mais gente nas prisões nos EUA que na China. Não apenas “mais”: a diferença é gigantesca; os números são quase incomparáveis.
Segundo o Centro Internacional para Estudos Prisionais [orig. International Centre for Prison Studies], os EUA têm a maior população encarcerada do mundo: 730 presos, em cada 100 mil habitantes! Dos 221 países e territórios nos quais se recolhem dados, a China aparece em 123º lugar, com 121 presos, por 100 mil habitantes. É seis vezes menos que os EUA, menos, até, que Luxemburgo (120º colocado, com 124 presos, por 100 mil habitantes) ou Austrália (113ª da lista, com 129 prisioneiros, por 100 mil habitantes).
É fato bem conhecido que, nos EUA, muitas prisões são empresas privadas, e os encarcerados usados como mão de obra gratuita (escrava) ou muito barata. Se não é violação de direitos humanos manter milhões de prisioneiros, por crimes menores, apenas para garantir lucros para empresas privadas... o que faltaria?
Interrogadores norte-americanos aplicam e ensinam tortura em todo o mundo – o que é sabido e aceito.
A China ainda executa mais condenados à pena de morte que os EUA, também em termosper capita – o que é lamentável. Mas o número de execuções está caindo, na medida em que caem os crimes puníveis com a pena capital.
Mas a máquina de propaganda ocidental fala da pena capital na China, sempre em conexão com abusos contra direitos humanos... mas não fala, ou só muito raramente se ouve qualquer menção às “execuções extrajudiciais” em várias partes do mundo, executadas por ou a mando dos norte-americanos, como, dentre outros estados, no Afeganistão e no Paquistão, onde a arma usada é quase sempre um avião-robô armado pilotado à distância, o drone, na execução premeditada de suspeitos de terrorismo, inclusive mulheres e crianças.
E o que dizer do principal tema da propaganda – o Tibete? Se se compara a situação no Tibete e o que se vê nos territórios controlados pelos aliados do ocidente, como Indonésia e Índia, chega-se a conclusões bem pouco confortáveis para o ocidente.
O controle que a Índia impõe à Caxemira só pode ser descrito por uma palavra: carnificina; o controle indonésio sobre Papua, já com mais de 120 mil mortos (estimativa conservadora) já alcance índices de genocídio. Mas Índia e Indonésia jamais são descritas nos relatórios e matérias jornalísticas como nações a serem “contidas” em função do recorde escandaloso do número de direitos humanos violados. Aliados do ocidente jamais são acusados por seus muitos crimes contra a humanidade em todos os continentes.
Direitos humanos seriam direitos só para os norte-americanos? Os 50, 60, ou mais de 200 milhões de pessoas que o ocidente assassina, sobretudo nos países mais pobres, não são humanos?
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É ridículo, beira o cômico, pretender que não haveria racismo no modo como a China é apresentada no ocidente. Tenho amigos que, em geral, podem ser apresentados como progressistas e esclarecidos, mas que, quando se fala em China, tapam os ouvidos e põem-se a berrar que “Não, não! Não quero conhecer a China. É terrível!”.
Seja nação comunista, socialista ou capitalista, o sucesso das nações asiáticas jamais é assunto simples para os ocidentais.
Quem algum dia esquecerá, na Ásia, o sarcasmo e as “suspeitas” que sempre surgem, em quaisquer discussões, quando se falava do Japão, quando ultrapassou, em índices econômicos e de bem-estar social, quase todas as nações europeias? E até hoje, quando se diz que Cingapura tem números de indicadores sociais melhores que os da Austrália, sempre se ouve, de resposta, comentários de sarcasmo ou de ironia contra aquela cidade-estado tropical. E Cingapura e Japão são empenhados aliados do ocidente e economias de mercado altamente desenvolvidas, plenamente integradas no sistema capitalista global.
O caso da China é diferente. A China está desenvolvendo-se por modelo próprio; abre e desbrava novas trilhas, em território completamente desconhecido. Não tem qualquer interesse em seguir ordens. A China é grande demais, a cultura chinesa é antiga demais.
No passado, como o Japão, a China viveu fechada, dentro de suas próprias fronteiras, sem jamais agredir outras nações, sem qualquer ambição expansionista. O ocidente chegou e forçou os chineses a se abrirem. Depois disso, só se viram banhos de sangue, golpes, confusão, um longo período de estagnação nacional e humilhações. Depois, foi a luta pela independência e a revolução.
Não foi simples, não foi suave, mas a China novamente se ergueu e novamente pôs-se a andar com as próprias pernas; educou seu povo, deu moradia e atendeu à saúde dos mais pobres.
A China seguiu adiante, por uma trilha complexa pela qual vai tentando encontrar o ponto de equilíbrio entre a cultura chinesa e as condições globais; entre o socialismo e a realidade capitalista que domina o mundo. Houve fracassos, mas as realizações são espantosas. Nem se pode falar em “surgimento” da China. A China jamais deixou de existir; agora está voltando, apenas, ao lugar que sempre lhe coube, de pleno direito, no mundo – lugar que o ocidente negou-lhe por tanto tempo, depois de anos e anos de invasões debilitantes e saques.
Dentre os que conhecem o país, poucos discordam de que o povo chinês é gentil e bondoso. Sempre em busca da harmonia, os chineses não se envergonham de ceder em qualquer negociação. Mas é loucura pretender “encurralar” a China, ou atacar a China; é loucura e, de fato, é quase suicídio. A China entende bem a magnitude de seu projeto nacional e não cederá. Não há chinês, hoje, que não lembre o que aconteceu quando a China cedeu.
O ocidente, hoje, cego pelo medo de perder seus privilégios de ditador universal, está tentando fazer o impensável, impossível: meter uma estaca de ferro na boca do dragão. Cá na Ásia recomenda-se amar e respeitar os dragões – seres míticos, de imenso poder e imensa sabedoria. Mas os dragões são ferocíssimos, quando a boa-vontade não reina.
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A China hoje cresce e trabalha para entender o mundo e interagir com ele. Os chineses estão entusiasmados com o que veem; querem fazer amigos. O ocidente age como inimigo: já disparou uma corrida armamentista e a mais violenta campanha de propaganda que a China jamais viu. O ocidente vive hoje de corromper nações inteiras na Ásia e na Oceania, empurrando-as para posições de radicalismo anti-China.
Compreende-se, até, que o ocidente não teria assassinado a quantidade descomunal de gente que assassinou em todo o mundo, para implantar-se como “única potência”, para, de repente, desistir de tudo e abrir mão da posição de ditador universal. O ocidente não destruiu tantos e tantos países e projetos de país, não explodiu tantos e tantos projetos de liberdade e autonomia, em todo o mundo, para, agora, apenas se “autoconter” ou retroceder. Não se deve excluir, para o futuro, o confronto; e não há dúvida alguma sobre de quem será a culpa.
A China não abandonará a rota que definiu para ela. A firmeza chinesa é exemplo para o mundo. Nunca haverá Yeltsin chinês.
No momento em que escrevo, a América Latina resiste e vence suas próprias lutas contra o império ocidental. A Rússia também resiste, à sua moda, enquanto tateia à procura de caminho próprio. Outros se aproximarão dessas variadas linhas de resistência contra o império ocidental. A África sonha com resistir, mas ainda não aprendeu a ousar, depois de séculos de feridas tão profundas. Os países árabes já ousam, mas ainda não decidiram o rumo que darão aos próprios sonhos. Seja como for, cresce, por todos os cantos, o descontentamento, a ira, em vários casos, a fúria popular contra os coturnos que esmagam a liberdade. A China nunca se aliou aos tais coturnos. Pode acontecer, a qualquer momento, de a irracionalidade e o racismo ocidentais voltarem-se contra o próprio ocidente.
Nota dos tradutores
[1] Ver também, Jeffrey Gettleman, New York Review Of Books, vol. 57, n. 15, 14/10/2010, em: The Pirates are Winning! Em português, traduzido pelo pessoal da Vila Vudu: 14/10/2010, redecastorphoto em: “Somália, 2010: Os piratas estão vencendo!”
4-6/1/2013, Andre Vltchek*, Counterpunch
“What’s the Big Deal? The Irrational, Racist Fear of China”
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu
*Andre Vltchek é romancista, cineasta e repórter. Cobriu guerras e conflitos em dúzias de países. Seu livro sobre o imperialismo ocidental no Pacífico Sul, Oceania foi publicado pela editora Lulu (VLTCHEK, André. Oceania, 2010. Sobre o livro, que tem prefácio de Noam Chomsky, ver em: “Oceania by Andre Vltchek - Book Review by Jim Miles”). É autor também de Indonesia – The Archipelago of Fear(Pluto), sobre a Indonésia pós-Suharto e o modelo de livre mercado fundamentalista. Depois de viver e trabalhar por muitos anos na América Latina e Oceania, Vltchek vive e trabalha atualmente no Leste da Ásia e África. Pode ser encontrado por sua página na Internet.
As ilustrações são capas das obras de Andre Vltchek e foram acrescentadas pela redecastorphoto
http://redecastorphoto.blogspot.com.br