A data de 21 de junho de 2011 vai entrar para a história de Bil’in como o dia em que o Muro do Apartheid que cerca a vila começou a cair.
Vitória dos moradores, que ao longo de seis anos, toda sexta-feira, depois das orações na mesquita, saem em passeata até ele, acompanhados de ativistas israelenses e internacionais.
Os mesmos moradores que decidiram lutar também na justiça israelense e conseguiram, contra os prognósticos mais pessimistas, que a Suprema Corte decidisse, em 4 de setembro de 2007, a favor da ilegalidade das três cercas – uma delas eletrificada – paralelas que subtraíam da vila 2.300 de seus 4.000 dununs (cada dunum equivale a 1.000 m2).
Trator removendo o Muro de Bil'in
Nesses seis anos de luta, Bil’in perdeu dois moradores, assassinados pelas forças de ocupação israelenses – os irmãos Bassem e Jawaher Abu Rahmah, 30 e 35 anos, respectivamente –, viu 140 pessoas serem presas (grande parte crianças) e mais de 1.400 feridos durante as manifestações. Uma conta muito alta, em número, perdas e sofrimento, imposta pela política sionista.
Com a retirada das cercas, cuja função e altura são as mesmas dos muros pré-fabricados de cimento que Israel ergue para tomar as terras palestinas na Cisjordânia e isolar os habitantes das vilas e cidades, Bil’in recupera 1.200 dununs de sua área original.
A demolição começou a oeste, perto da torre onde ficam as câmaras que fiscalizam a vila noite e dia, e, segundo cálculos de Rateb Abu Rahmah, que nasceu em Bil’in e é vice-diretor acadêmico da Open University em Jericó, deve durar até julho.
Há cerca de três meses os sionistas, já sinalizando o cumprimento (atrasado) da decisão da Suprema Corte, iniciaram a construção do muro de cimento no local estabelecido pela justiça israelense. Esse será o novo muro de Bil’in, contra o qual vão se voltar, a partir da próxima sexta-feira, as manifestações dos pacifistas.
enviado por Baby Siqueira Abrão
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