Sergey Lavrov, Ministro de Relações Exteriores da Rússia |
Tudo parece montado para escalada rumo a outra rodada de sanções contra a Rússia: a “rodada de conversações” em Kiev deu em nada. Mas, como se vê acontecer regularmente, esforços mal formulados de mediação (mesmo quando um ou outro acontece de ser bem-intencionado), quase sempre mais pioram do que melhoram as coisas. Moscou endossou o mapa do caminho da Organização de Segurança e Cooperação da Europa (OSCE) como foi apresentado – gesto bem recebido em partes da Europa (mas recebido com grunhidos e desconfiança em Washington). Mas as conversações – a mesa redonda dirigida pelo ministro alemão de Relações Exteriores em Kiev –não eram o mapa do caminho. Os representantes das regiões não foram convidados, como deveriam ter sido se se seguisse o mapa do caminho; só estavam presentes “representantes” escolhidos por Kiev).
Kiev diga o que quiser, que realizou conversações pelo formato da mesa redonda proposta pela OSCE. Mas Lavrov já disse com todas as letras que EUA e Kiev bloquearam o texto originalmente aprovado – e a Rússia, por sua vez, recusa-se a discutir o texto modificado com “intromissões” de EUA e Kiev, como EUA e Kiev puseram-se a “exigir”. Implica dizer que a mediação da tal mesa redonda fez piorar ainda mais o “clima” de mútua desconfiança e de suspeitas que já existia entre Washington e Moscou.
Evidentemente, as propostas atuais da OSCE teriam de admitir às discussões representantes devidamente eleitos das regiões dissidentes, mas Yatsenyuk opôs-se a sentar-se lado a lado com o que chamou de “terroristas”. Depois de reunir-se com funcionários da União Europeia em Bruxelas, Yatsenyuk e Turchinov lançaram declaração conjunta, na qual disseram que se recusavam a falar com “quem tem sangue nas mãos”. E Turchinov prometeu que a ação “antiterroristas” continuaria.
Significa que o “gambito” que Putin propôs para fazer desescalar as tensões foi rejeitado por Washington (Carney, porta-voz do Departamento de Estado, não deixou dúvidas disso, ao dizer que “com certeza compreendemos a nenhuma disposição do governo ucraniano para sentar-se a essa mesa redondo com participantes que literalmente têm sangue nas mãos”). Esse endosso incondicional à “linha” de Kiev foi sem dúvida interpretada em Moscou como prova de que Washington não está interessada em desescalar. Por hora, os EUA permanecem obcecados com as eleições presidenciais com que os norte-americanos contam para dar “legitimidade” a um governo nomeado pelo ocidente para governar Kiev. Assim sendo, o que fazer?
Funcionário do governo dos EUA disse recentemente:
(...) ao longo dos últimos dias, a aceitação de Putin do resultado da eleição (e, por implicação, do fim do tradicional papel da Ucrânia como “estado-tampão-de-amortecimento”) virou a pedra de toque que definirá nossa atitude em relação a ele.
O humor no Departamento de Estado é de intensa desconfiança. Do ponto de vista da Casa Branca, o mais duro teste das intenções de Putin são as eleições.
Se acontecerem normalmente, sem sobressaltos nem manipulações pelo lado russo, os EUA verão ali uma prova de que Putin está procurando uma saída. Caso contrário, aplicaremos nova rodada de sanções – disse comentarista muito bem localizado dentro do “sistema”.
Em resumo, o gambito de Putin na OSCE apareceu no caminho (e operou como agente de distração) do que Washington via como meio para definir o modo de lidar com Putin. E na sequência Lavrov questionou publicamente a viabilidade de eleições a acontecer dia 25 de maio em situação de quase guerra civil (e alertou que a Rússia retaliará se houver novas sanções); o cenário parece pronto para um novo tipo de guerra: os tiros nessa “guerra de última geração” – como funcionários do Tesouro andam comunicando privadamente a investidores norte-americanos – causarão “dor real” no setor financeiro na Rússia.
É pouco provável que funcionários do Tesouro dos EUA tenham em mente guerra comercial à conhecida moda antiga. A Europa, com seus extensivos investimentos comerciais na Rússia, sofreria dores maiores que a Rússia numa campanha contraproducente dessa natureza; nem os homens e mulheres do Tesouro dos EUA parecem estar falando de boicotar o gás russo: tudo isso parece ser retórica & ar engarrafado – porque, de fato, não há alternativa, no curto prazo, para a energia que a Rússia fornece à Europa. Os funcionários do Tesouro falam disso tudo como de uma “bomba de nêutrons” financeira.
Importante comentarista econômico britânico, Ambrose Evans-Pritchard, informa com clareza que:
(...) nos últimos 12 anos, uma célula dentro da elite do Tesouro dos EUA vem afiando ferramentas de guerra econômica, concebendo meios para destruir e pôr de joelhos praticamente quase qualquer país, sem disparar um tiro. A estratégia repousa, toda ela, no controle hegemônico do sistema global de bancos, alicerçada na aquiescência relutante, se for, de estados neutros. Podemos dizer que é o “Projeto Manhattan” do início do século XXI.
É um novo tipo de guerra, como uma espécie de insurgência financeira incapacitante, que visa a cortar a circulação do sangue financeiro de nossos inimigos; é recurso sem precedentes em termos de alcance e efetividade – diz Juan Zarate, o funcionário do Tesouro e da Casa Branca que ajudou a conceber a política de depois do 11/9.
O novo jogo geoeconômico pode ser mais eficiente e sutil que as antigas disputas geopolíticas, mas não é menos violento ou destrutivo – Zarate escreveu em seu livro Treasury’s War: the Unleashing of a New Era of Financial Warfare.
A arma invisível é um “letra escarlate”, prevista na seção 311 da Lei “Patriota” dos EUA [orig. Section 311 of the US Patriot Act]. E um banco é marcado com a tal “letra escarlate” – acusado de lavar dinheiro de terroristas ou de patrocinar atividades terroristas, “crime” sempre declarado em termos bem vagos – o banco se torna “radioativo”, preso num “abraço letal de jiboia”, como disse Zarate.
Pode ser sentença de morte, mesmo que o emprestador não opere nos EUA. Os bancos europeus não se atrevem a desafiar os reguladores norte-americanos – e rompem todos os contatos com o banco acusado. Zarate disse também que os EUA podem “seguir adiante sozinhos” com as sanções se necessário. Portanto, pouco importa se a União Europeia meterá os pés ou não, na Ucrânia: Washington tem poder para ditar o passo também para os europeus – escreveu Evans-Pritchard.
A Casa Branca de Obama já esperou tempo demais para atacar: Agora é hora de tirar as luvas. Quanto mais esperarem, mais maximalistas talvez tenham de ser – disse Zarate.
Será escalada calibrada, lançando a “letra escarlate” contra os bancos russos (...). Se o Tesouro dos EUA diz que três bancos russos dedicam-se primariamente “à lavagem de dinheiro de terroristas”, você acha que os bancos UBS, ou Standard Chartered voltarão a negociar com eles?”.
O novo arsenal foi utilizado pela primeira vez contra a Ucrânia – macabra coincidência! – em dezembro de 2002. Os bancos ucranianos foram acusados de lavar dinheiro dos grupos russos de crime organizado. Kiev capitulou imediatamente. Na sequência, caíram Nairu, Burma, o Norte de Chipre, Bielorrúsia e Latvia, um depois do outro, todos forçados a ceder às exigências dos EUA. A Coreia do Norte estava paralisada – continua Evans-Pritchard. O mais alto preço foi o Irã, que afinal chegou à mesa: um guerra oculta está em andamento, e tem amplíssimo alcance, escala global.
(Evans-Pritchard é polido demais para acrescentar que a mesma caixa de ferramentas foi também usada contra os europeus, com efeito significativo, a saber: castigar a França por opor-se à guerra no Iraque e, na Itália, tirar Berlusconi do governo).
Até aqui, essa “guerra oculta” tem sido simultaneamente sem custos (em termos dos interesses dos EUA) e bastante efetiva. O presidente Putin sabe, é claro, de tudo isso, e com certeza está avaliando possíveis implicações para a Rússia.
O que mais chama a atenção, contudo, é o estado de humor otimista, animado, confiante, que reina na Europa, em relação aos riscos inerentes de os EUA apenas pensarem em iniciar tal “guerra oculta” contra grande potência e parceiro comercial – e bem a Rússia, com sua economia de US$ 2 trilhões.
Trata-se de outro tipo de “guerra”, completamente nova, que visa a derrubar o presidente Putin, usando como arma a “letra escarlate”. Parece haver um pressuposto tranquilo em partes da Europa, de que a “bomba atômica” financeira será, sim, bem-sucedida na “missão” de explodir a presidência de Vladimir Putin – com mínimo dano colateral para os EUA ou a Europa – e nada sugere que alguém esteja preocupado com (ou atento a) qualquer possibilidade de consequências não previstas que surjam desse tipo de guerra...
Mas o que está bem claro é um apetite para vingar-se do presidente Putin em alguns setores do governo dos EUA – como, também, entre alguns dos novos membros da União Europeia. Há outras pesadas pressões sobre o presidente dos EUA, que operam contra qualquer tentativa de “compor” diferenças sobre a Ucrânia que haja entre ele e o presidente Putin: aproximam-se eleições de meio de mandato; os Democratas estão vulneráveis a uma “virada” de Republicanos linha-dura no Senado; a política externa de Obama é considerada um dos pontos fracos do presidente; a liderança norte-americana no mundo dá sinais de evanescer e – mais que, e acima de, todos esses fatores (e de “interesses” não mencionados), a luta contra uma Rússia ressurgente parece estar começando a ser vista como o ponto de inflexão que determinará se os EUA tenderão a “subir” – ou, alternativamente, se despencarão ladeira abaixo – em termos de poder e posição no mundo. Há a forte impressão de que o ocidente” TEM DE prevalecer.
Barack Obama |
Parece que Obama tenta flutuar acima dessas pressões, descomprometido com uma ou outra linha de ação, e esperando conseguir evitar confrontação séria com a Rússia (como se Obama esperasse que a ameaça de sanções, só ela, consiga fazer Putin retroceder) e de tal modo que, assim, Obama venha a emergir, em pouco tempo, como eleitoralmente fortalecido depois de “derrotar” a Rússia & Putin...
Na prática, as opções de Obama são limitadas pelas considerações domésticas que mencionamos acima (impedem Obama, por exemplo, de aceitar o gambito de Putin na OSCE). Embora use linguajar ‘'duro'’, quando fala em público, o presidente dos EUA tenta, muito provavelmente, fazer a crise andar mais devagar; mas, num sentido real, a política exterior dos EUA está sendo jogada para um lado e para outro e, na relação com a Rússia, para esse determinado lado de confrontação, por interesses poderosos demais para que o presidente consiga controlá-los ou contê-los, no caso de querer controlá-los ou contê-los e não se sabe se quer.
É claro que é absolutamente verdade que não será fácil para a Rússia defender-se dos ataques do “Projeto Letra Escarlate”: de todas as discussões e conversas sobre criar um sistema financeiro alternativo que surgiram dos BRICS, da China, do Irã e de outros, pouco surgiu de medidas reais. Novos sistemas financeiros de pagamentos não emergem da noite para o dia; as tecnologias têm de ser implantadas, e não se sabe quantos outros estados correrão os riscos de integrar-se ao novo sistema – dado que o custo, praticamente certo, é a exclusão do sistema de compensações de Bretton Woods controlado pelos EUA. Mas nada disso implica que a Rússia jaz impotente, aberta, exposta sem defesas à “bomba atômica” financeira dos EUA.
Dia 20/5/2014 o presidente Putin visitará a China. A especulação é que será assinado um contrato gigante de petróleo e gás e que vários megacontratos serão assinados para pagamentos e recebimentos em rublos e yuan – não em dólares.
Em entrevista recente, o vice-ministro das Finanças da Rússia, Alexey Moiseev, mencionou mecanismo de lei que pode ser descrito como “troca de moeda por ordem executiva”, explicando que o governo tem poder legal para forçar empresas russas a negociar em rublos uma porcentagem de certos bens. Referindo-se ao caso em que essa porcentagem pode ser fixada em 100%, o vice-ministro disse que “é opção extrema e não sei dizer agora se, algum dia, o governo usará esses poderes”.
A desdolarização já foi descartada como meta improvável por vários comentadores ocidentais, mas Jukka Pihlman, de Standard Chartered, com sede em Singapura, que reúne bancos centrais e fundos soberanos (e que antes trabalhava no FMI aconselhando bancos centrais no gerenciamento de fundos), observou que pelo menos 40 bancos centrais já investiram no Yuan, e vários outros preparam-se para fazer o mesmo, pondo a moeda chinesa na via de tornar-se moeda de reserva – já antes de que o yuan alcance a total convertibilidade.
O FMI não revela a porcentagem de Yuan que tem de reserva, mas a parte de “outras moedas” nos mercados emergentes já crescem quase 400% desde 2003, enquanto aquelas nações cresceram 200% – segundo dados do FMI. Pihlman observa o aumento de popularidade do yuan entre banqueiros centrais, devido, principalmente, ao tratamento excepcionalmente favorável que lhes dá Pequim:
Bancos centrais e fundos soberanos recebem tratamento especial – disse Pihlman. – Têm capacidade para investir que outros investidores jamais têm. No que tenha a ver com convertibilidade, nada há de formalizado, mas o Yuan é totalmente convertível. O Yuan já se converteu em moeda de reserva de fato, porque muitos e muitos bancos centrais já estão investindo em Yuan.
A questão de se outros estados, como China ou Irã, estão interessados em unir-se à Rússia nessa campanha de desdolarização, permanece aberta; mas a opção russa de um “segundo ataque” nuclear pode revelar-se tão devastadora quanto a capacidade dos EUA para esse “primeiro ataque” monetário. A opção russa consiste em montar uma resposta assimétrica a uma guerra de “Letras Escarlates”. O ex-diretor de Inteligência Nacional, Mike McConnell, disse em 2010 que:
(...) se estivéssemos em ciberguerra hoje, os EUA perderiam.
E Leon Panetta falou, em 2012, sobre a possibilidade de os EUA enfrentarem um “ciber-Pearl Harbour”.
Veterano especialista ocidental em ciberguerra descreveu a Rússia como “estrategicamente soberba” no campo da ciberguerra: “Os russos são brilhantes”. Têm cibercapacidades que mais ninguém tem, mas a maior força deles está no modo como a ciberguerra está já inteligentemente integrada numa estratégia total; acrescentou que o ocidente está muito atrás dos russos, nesse quesito.
Ao se fazer, ele mesmo, a pergunta retórica “por que essas capacidades não são mais amplamente levadas em conta na propositura de objetivos de política exterior?”, o mesmo veterano especialista disse que tudo se reduz à dependência global mútua. Assim, na medida em que haja nexo global financeiro geral, ninguém terá qualquer interesse em romper a ordem. Mas se Rússia ou China forem deliberadamente excluídas do sistema financeiro global, por que o alvo da exclusão não retaliaria com ciberataques contra aquele mesmo sistema do qual estejam sendo excluídas?
De fato, a exclusão do nexo financeiro global equivale, completamente, a um ato de guerra econômica.
O ponto aqui não é elaborar hipóteses teóricas sobre o curso ou a possibilidade de conflito dessa natureza, e com certeza tampouco se trata de dizer que isso é o que acontecerá – aqui, todos pisamos em território realmente desconhecido . Nosso objetivo é chamar a atenção para os não-sabidos inerentes a esse tipo de guerra, e a possibilidade de um revide que não tenha sido previsto. Simplesmente não sabemos como poderá evoluir um conflito desse tipo.
Mas, só para tomar um único exemplo de revide possível – um experiente e conhecido comentarista de economia (Simon Kennedy) só tem feito insistir num único tópico, sempre o mesmo:
Não direi que sou especialista em geopolítica. Minha macro-expertise está mais no campo do Crédito, de fluxos financeiros, bolhas e fragilidade econômica e financeira a elas associadas. Mas nos dias que correm tenho visto um movimento extraordinário entre geopolítica e mercados. Se não erro na minha avaliação de geopolítica, o mundo está ficando, bem rapidamente, cada dia mais perigoso. [E] há riscos geopolíticos que se somam a vulnerabilidades associadas a crescentes excessos da “Fase Terminal” da Bolha [nos mercados de ativos].
O respeitável Fed e a inflação monetária do banco central têm assegurado preço errado para dezenas de trilhões de ativos financeiros em dólares. Temo muito, especialmente, políticas do banco central que incentivaram quantidades gigantescas de alavancagem especulativa (com certeza incluindo “myriad global” “carry trades” [não sei o que é isso (NTs)]).
Significa que a comunidade da especulação alavancada é, outra vez, fonte de grande instabilidade... E aqui é onde as coisas ficam realmente interessantes.
Que tudo se-exploda já-já, ou não (na Ucrânia ou nos Mares da China), essas incertezas geopolíticas recém-nascidas fizeram subir drasticamente e inesperadamente os riscos do mercado... Mas agora, com o Fed nos meses finais das tais operações-lá-dele [Quantative Easing], os mercados estão cada dia mais suscetíveis a um surto de “risk off” (…) Um cenário no qual os hedge funds corram de repente para a porta dos fundos [do mercado], se o público tresloucado apertar o botão “vender tudo”, não parece improvável. QE, ou “Quantitative Easing”, significa afogar o sistema financeiro com dinheiro virtual inventado eletronicamente... O Federal Reserve vai ter de dar jeito de aspirar de volta toda a catarata de liquidez do dólar que está sendo vomitada no sistema global.
OK. Estou supersimplificando. O pano de fundo geopolítico com certeza ficou incrivelmente complexo e nuançado. Acredito que Rússia e China têm questões cada dia mais graves contra a dominação da finança global pelos EUA. Os dois países têm graves problemas domésticos que podem empurrá-los a agir – e talvez a agir conjuntamente, como parceiros. Ao mesmo tempo, os EUA e o ocidente esperam que sanções financeiras e econômicas (como alternativa ao confronto militar) modificarão o comportamento de Putin. Um rublo fraco e estoques russos baixos são vistos como fatores que pressionariam Putin e seu círculo mais íntimo.
Com os eventos desdobrando-se, eu, cá comigo, contaria com que funcionários russos e chineses manifestarão firmeza de aço contra qualquer ‘'pressão'’ que o ocidente tente (seja financeira ou de outro tipo).
E pareceria razoável que o desempenho do estoque e dos bônus ocidentais passe a pesar no cálculo da nova Guerra Fria [quer dizer, que se passe a desconfiar mais dos riscos]. Hoje parece ser hora super inoportuna para um surto grave de tumulto de mercado [por causa do risco de bolhas em deflação esmagarem o mercado].
De uma perspectiva da teoria dos jogos, talvez isso até reduza a probabilidade de uma explosão de curto prazo no mercado. [Mas] pessoalmente, eu não estou apostando na estabilidade.
Mais uma vez, é muito intrigante que os europeus em geral (a Alemanha é exceção) pareçam tão despreocupados ante a possibilidade de explodir uma Guerra da Letra Escarlate. A Europa já balança a beira de tumulto econômico sistêmico: pode sobreviver a mais “choque” econômico? Pois a Europa não dá qualquer sinal de preocupação ante esse novo tipo desconhecido de guerra, que pode sacudir as já vacilantes economias dos estados membros; nem ante o que as populações europeias podem fazer contra as lideranças políticas, em consequência de mais desastre econômico.
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25/5/2014, Conflicts Forum
“Conflicts Forum’s Weekly Comment 9 – 16 May 2014”
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu
[*] Conflicts Fórum visa mudar a opinião ocidental em direção a uma compreensão mais profunda, menos rígida, linear e compartimentada do Islã e do Oriente Médio. Faz isso por olhar para as causas por trás de narrativas contrastantes: observando como as estruturas de linguagem e interpretações que são projetadas para eventos de um modelo de expectativas anteriores discretamente determinam a forma como pensamos - atravessando as pré-suposições, premissas ocultas e até mesmo metafísicas enterradas que se escondem por trás de certas narrativas, desafiando interpretações ocidentais de “extremismo” e as políticas resultantes; e por trabalhar com grupos políticos, movimentos e estados para abrir um novo pensamento sobre os potenciais políticos no mundo.
http://redecastorphoto.blogspot.com.br