Eliminando sanções e o US $ do comércio bilateral
Entreouvido na tendinha da Maria Larga na Vila Vudu: A Reuters, como se sabe, faz jornalismo com lado. Não é o melhor lado do mundo, longe disso! Mas, pelo menos, é jornalismo melhor que o opinionismo tosco, nada jornalístico, do canal GloboNews e dos “entrevistados” do wacka [pano rápido].
Vladimir Putin da Rússia e Hassan Rouhani do Irã, em encontro durante a Cúpula da
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LONDRES/ANCARA (Reuters) – Irã e Rússia estão negociando uma troca de petróleo por produtos no valor de US $1,5 bilhão/mês, que permitirá que o Irã aumente consideravelmente as exportações de petróleo, mas mina as sanções ocidentais que ajudaram a persuadir Teerã em novembro a aceitar um acordo preliminar para suspender seu programa nuclear.
Fontes russas e iranianas próximas da mesa de negociações disseram que estão sendo discutidos detalhes finais de um acordo pelo qual Moscou passará a comprar cerca de 500 mil/barris dia de petróleo iraniano, em troca de equipamentos e outros produtos russos.
Veem-se avanços significativos no momento, e há fortes chances de sucesso, Estamos discutindo os detalhes e a data de assinatura do acordo depende desses detalhes, disse uma fonte russa.
O Kremlin não quis comentar.
Nosso desejo é assinar o acordo o mais rapidamente possível. Nossos funcionários estão discutindo a questão com os russos e esperamos que tudo esteja assinado logo, independente de qualquer acordo (nuclear) que possamos alcançar em Genebra, disse alto funcionário iraniano que pediu para não ser identificado.
Ainda não se sabe com clareza se o acordo será implementado antes que algum acordo nuclear, delineado em Genebra em novembro entre o Irã e seis potências mundiais, esteja finalizado.
Tampouco é claro como Moscou justificará a assinatura de um acordo que pode ameaçar o sucesso das negociações nucleares, aliviando a pressão econômica sobre Teerã.
Depende de se os russos aceitarem implementar esse novo acordo antes que haja decisão final nas questões nucleares. Sem dúvida, seria sinal muito negativo.
Pode muito bem ser que eles queiram ter isso preparado para entrar em vigor no dia seguinte depois de algum acordo nuclear ser completado, e eles querem estar preparados para uma barganha, disse Gary Samore, ex-czar da não proliferação nuclear a serviço do presidente Obama e hoje professor e presidente do grupo pró-sanções “Unidos Contra o Irã Nuclear” [orig. United Against Nuclear Iran].
A Rússia é um dos países envolvidos nas conversações nucleares, mas, diferente dos EUA e da União Europeia, não impôs sanções ao Irã.
As conversações nucleares técnicas entre Irã e União Europeia representando seis potências mundiais,começaram ontem, 5ª-feira (9/1/2014).
O acordo de novembro visava a deter os avanços nucleares do Irã por seis meses, ganhando tempo para um acordo final em maio.
As sanções de EUA e União Europeia reduziram a menos da metade as exportações de petróleo do Irã ao longo dos últimos 18 meses, para cerca de 1 milhão de barris/dia.
A compra, pelos russos, de 500 mil barris/dia do cru iraniano fará subir em cerca de 50% as exportações de petróleo iraniano, e dará forte estímulo à economia do Irã. Aos preços atuais do petróleo, próximos e $100 o barril, o Irã poderá contar com $1,5 bilhão a mais, por mês.
O Irã tinha de conseguir aumentar as exportações: essa é a razão por trás do atual negócio. Os dois lados devem trabalhar nessa direção. A Rússia poderá garantir aumento no comércio com seu vizinho, e o Irã poderá superar suas dificuldades de exportação, disse um funcionário iraniano.
Não há ainda detalhes sobre os equipamentos e bens a serem fornecidos pela Rússia.
Dado que a Rússia é grande exportadora de petróleo, o óleo iraniano será provavelmente exportado do Irã para conta russa, com os russos, em troca, fornecendo bens e equipamentos russos.
Muito óleo iraniano vai para a Ásia.
O maior comprador do óleo iraniano é a China, que importou cerca de 420 mil barris/dia em 2013. Diferente de outros compradores do petróleo iraniano, a China não reduziu muito as compras, apesar dos esforços dos EUA para persuadir os chineses a fazê-lo.
Outros grandes compradores asiáticos do óleo iraniano, como Japão, Coreia do Sul e Índia, cortaram drasticamente suas importações sob pressão de Washington. A Turquia e a África do Sul também reduziram ou eliminaram suas importações.
10/1/2014, Jonathan Saul e Parisa Hafezi, Reuters (16h25)
“Exclusive: Iran, Russia negotiating big oil-for-goods deal”
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu
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