Egito: Golpe militar com rosto civil e cobertura religiosa

General  Abdelfattah al Sisi

Abdelfattah al Sisi, comandante geral das Forças Armadas, demonstrou que é o presidentede facto do Egito, e a instituição militar demonstrou que é a única instituição sólida capaz de inverter, a qualquer momento, os resultado das urnas, a título de “responder às aspirações do povo e salvaguardar seus interesses nacionais”.

Trata-se de um golpe de estado militar com rosto civil, cobertura religiosa e promessas democráticas, o que explica a presença do Sheikh Al-Azhar e do papa da igreja copta na tomada de decisão de derrubar o presidente e seu grupo, os Irmãos Muçulmanos, para lançá-los em destino ignorado, talvez na prisão, na cela ao lado da do presidente Mubarak e os seus.

 

Quando falamos de rosto civil de um golpe de Estado militar, nos referimos à eleição de um presidente civil provisório, o presidente do Tribunal Constitucional, à convocação de eleições presidenciais e legislativas dentro de seis meses, e à formação de um grupo de especialistas que redijam uma nova Carta Constitucional (…)

A instituição militar pôs-se ao lado da parte mais capacitada para reunir milhões de pessoas nas praças e ruas do Egito, como reza o comunicado divulgado pelos militares. Mas não há dúvidas de que o movimento dos Irmãos Muçulmanos, que esperou 90 anos para chegar ao poder, sentir-se-á agora, concordemos ou não com o que dizem e pregam, como a vítima à qual roubaram a presidência (…)

O exército egípcio planejou bem o dia de ontem (…) E quando dizemos que planejou bem, nos referimos ao fato de que cuidou de garantir a lealdade e o apoio da instituição de Al-Azhar, da Igreja copta, da Frente de Salvação opositora e do movimento Tamarrud, que inclui a geração mais jovem, e usar todos esses lados e setores e seus simpatizantes, para garantir respaldo à sua intervenção crucialmente decisiva.

Entrada da Praça Tahrir na noite de 3/7/1013

A pergunta agora é como Al Sisi venderá esse mapa do caminho à parte prejudicada, aos Irmãos Muçulmanos, e qual será a resposta deles, que desfrutam de grande popularidade em todo o mundo rural, depois de terem dito – tanto Mursi, como Al Baltagui e Al Arián, que não se calarão e que lutarão para defender a própria legitimidade até a última gota de sangue (…) 

O Egito estava dividido antes do comunicado dos militares, de ontem. Agora, está mais dividido do que nunca, e por isso não nos surpreenderá, nem descartamos a ideia de que os papéis se invertam: a oposição deixará as praças, para ser substituída pelos ofendidos e prejudicados, talvez mais numerosos.

O precedente da Argélia repete-se literalmente no Egito, com pequenas diferenças, a saber, a instituição militar argelina abortou o processo eleitoral no qual os islamistas venceram, antes de os resultados serem anunciados, enquanto os militares egípcios abortaram o processo eleitoral depois de conhecidos os resultados (…)

Somos contra o derramamento de sangue e o uso de armas, seja qual for a justificativa (…) por isso esperamos que os Irmãos Muçulmanos aceitem o que aconteceu, bebam o veneno e preparem-se para as próximas eleições presidenciais e parlamentares, para assim confirmar seu espírito cívico, seu empenho em preservar o Egito e não desperdiçar o sangue de seus filhos, fazendo o que, até agora, seus detratores nunca fizeram: vencer nas urnas.


3/7/2013, Abdel Bari Atwan عبد الباري عطوان (Excerto)
Al-Quds, Grã-Bretanha (em árabe
Traduzido para o espanhol por Al Fanar Traductores,
Traduzido para o português pelo pessoal da Vila Vudu

http://redecastorphoto.blogspot.com.br

publicidade
publicidade
Crochelandia

Blogs dos Colunistas

-
Ana
Kaye
Rio de Janeiro
-
Andrei
Bastos
Rio de Janeiro - RJ
-
Carolina
Faria
São Paulo - SP
-
Celso
Lungaretti
São Paulo - SP
-
Cristiane
Visentin

Nova Iorque - USA
-
Daniele
Rodrigues

Macaé - RJ
-
Denise
Dalmacchio
Vila Velha - ES
-
Doroty
Dimolitsas
Sena Madureira - AC
-
Eduardo
Ritter

Porto Alegre - RS
.
Elisio
Peixoto

São Caetano do Sul - SP
.
Francisco
Castro

Barueri - SP
.
Jaqueline
Serávia

Rio das Ostras - RJ
.
Jorge
Hori
São Paulo - SP
.
Jorge
Hessen
Brasília - DF
.
José
Milbs
Macaé - RJ
.
Lourdes
Limeira

João Pessoa - PB
.
Luiz Zatar
Tabajara

Niterói - RJ
.
Marcelo
Sguassabia

Campinas - SP
.
Marta
Peres

Minas Gerais
.
Miriam
Zelikowski

São Paulo - SP
.
Monica
Braga

Macaé - RJ
roney
Roney
Moraes

Cachoeiro - ES
roney
Sandra
Almeida

Cacoal - RO
roney
Soninha
Porto

Cruz Alta - RS