'Povos unidos contra a Troika'

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Portugal

Está marcado para o próximo dia 1º de junho uma ação de internacionalismo proletário que promete fazer tremer as espinhas dos artífices da Europa do capital monopolista. Trata-se do protesto "Povos unidos contra a Troika: manifestação internacional", organizada pelo movimento coletivo popular português intitulado "Que se lixe a Troika!".

A Troika, como se sabe, é a tríade formada pela Comissão Europeia, pelo Banco Central Europeu e pelo FMI.

Tríade muito bem identificada pelos povos europeus como os grandes carrascos do momento – momento de aprofundamento da crise geral de superprodução relativa que ora corrói especialmente e com rápida progressão o capitalismo europeu; carrascos que ditam os termos, o alcance e o grau das políticas antipovo que vêm sendo implementadas por seus paus-mandados empoleirados nas gerências e administrações das nações periféricas do capitalismo europeu.

Na convocatória para a ação "Povos unidos contra a Troika", que consistirá em marchas e protestos coordenados em vários países, como Portugal, Espanha, Grécia, Itália, França, Eslovênia, Inglaterra e Alemanha, o movimento "Que se lixe a Troika" ressalta a urgência da luta internacionalista contra aqueles que pretendem "submeter os povos, tornando-os escravos da dívida e da austeridade", contra o processo contínuo de perda de "direitos conquistados ao longo de décadas" e pelo fim das "medidas que agravam o desemprego, que privatizam tudo o que possa ser rentável e condicionam a soberania dos países sob a propaganda da ‘ajuda externa’".

E o proletariado europeu já ensaia o grande o protesto de 1º de junho. Na França, um retumbante protesto de repúdio às medidas antipovo da administração "socialista" de François Hollande, levado a cabo no dia cinco de maio, reuniu nada menos do que 180 mil pessoas na região central de Paris.

ROMPER DE UMA VEZ COM OS MALDITOS GRILHÕES!

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França

Ainda que demasiadamente infiltrado por oportunistas de microfones em punho – adversários de urnas de Hollande –, e por isso tenha sido descaracterizado, em parte, no que tange ao seu caráter classista, o protesto do dia cinco foi ainda maior do que o que aconteceu no 1º de maio na capital francesa, reunindo ainda mais pessoas indignadas e fartas de tanta precarização em todos os aspectos da vida, da educação à saúde, passando pelos transportes e, sobretudo, pelo trabalho.

Na Espanha, os protestos e ações populares contra os infames despejos em massa (como os escrachos contra políticos que se recusam a aprovar regras que protejam famílias em desespero de perderem suas casas para os bancos), permitidos pela draconiana lei espanhola, de pessoas que se veem sem condições de pagar as prestações do financiamento habitacional já resultam em sinais de recuo por parte das "autoridades" diante da autoridade das ruas.

Os primeiros a tremer têm sido os chefes das administrações das regiões autônomas da Espanha, nações onde os trabalhadores se veem assolados por uma taxa de desemprego (oficial) que se aproxima dos 28% da "população ativa", o mais alto dos últimos 37 anos.

Nas ilhas Canárias, por exemplo, foi anunciada a expropriação temporária aos bancos, ao longo dos próximos três anos, de imóveis cujos habitantes estão ameaçados pelo despejo. A administração da Catalunha decidiu taxar os imóveis residenciais vazios em posse dos bancos e imobiliárias. O "governo" da Andaluzia, região com a mais alta taxa de desemprego da Espanha, também está desapropriando casas e apartamentos cujos habitantes estão ameaçados de despejo e que assim terão que pagar aluguéis a preços abaixo do mercado à administração regional.

Tudo isso não significa, como os arautos da "democracia" burguesa tentam fazer crer, que o Estado capitalista é a arena de luta das massas oprimidas; que uma legislação burguesa mais amena, mas ainda burguesa, é o objetivo último da classe trabalhadora.

Não. Os sinais de intimidação das "autoridades" ante os massivos e radicalizados protestos populares são pequenas vitórias circunstanciais do povo unido, mas os anseios classistas são maiores, revolucionários, não reformistas, e visam romper de uma vez com os malditos grilhões.

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