ENTREVISTA COM O POETA E ATOR ARTUR GOMES

“Essa indústria cultural que nós temos massificada e comprometida com o que há de mais medíocre, não pode ser chamado de mercado de arte, principalmente, a indústria fonográfica.” (A.G.)

 Em junho do ano passado publiquei um pequeno texto na revista “Cult” em que escrevi o seguinte: “O poeta é o contador de sua própria história, da história de seu ser e de seu existir. O poeta conta. Conta e canta”. E talvez, por causa disso, esse texto venha servir agora para descrever um dos mais criativos, inteligentes e sociáveis poetas contemporâneos, tão criativo quanto desconhecido do público – até que o achei perdido no Orkut e uma sincera admiração de imediato passou a ser cultivada.  

Artur Gomes (Cacomanga-RJ, 1948), poeta e ator que desenvolve com a banda “Fulinaíma” um trabalho de pesquisa das mais diversas correntes poéticas e musicais brasileiras, aliando poesia à ritmos como folias, reggae, blues, rock, balada, canto e poesia falada. É como se a escolha da sua poesia apontasse para uma recusa fundamental e, aparentemente, e só aparentemente, paradoxal: a de uma poesia, para dizer com o João Cabral, marcada por uma necessidade aprioristicamente “poética” (mas aqui as aspas são indispensáveis) neste mundo de asfalto.

As verdadeiras idéias de um poema não são as que ocorrem ao poeta antes de escrever o poema, mas as que depois, com ou sem sua vontade, com ou sem vírgulas, se depreendem naturalmente da sua obra. E no caso de Artur é possível encontrar na sua poesia uma série de referências culturais, uma espécie de mapa, uma geografia poética. Mas, a relação entre poema e letra se triparte – pelo menos – em planos que podemos denominar assim: o teórico, o cultural e o contemporâneo. “Se a temática social, política e erótica já acompanha o meu trabalho há um bom tempo, acredito que dos anos 90 para cá outras referências passam a fazer parte desses enfoques, a própria rede virtual tem de certa forma me oferecido bastantes subsídios para alguns poemas”. E esse é o Artur Gomes, o poeta verborrágico. 

Em sua inquietude, o poeta, impregna o mundo com o som de poemas no cotidiano, quando os torna existência em sua voz. O valor deste trabalho poético e musical ganha maior intensidade quando inserido no contexto da nossa sociedade, no qual a poesia quase não tem espaço nem estudo - nem mesmo nos bancos das elitizadas faculdades. E o resultado desse trabalho pode ser conferido no CD “FULINAÍMA SAX BLUES POESIA”, lançado em 2002 com edição esgotada. E no CD “FULINAÍMA/OUTRAS VOZES OUTRAS FALAS”. Em suma: a arte que assume Artur Gomes em seus versos e em sua vida é a arte da palavra em movimento. Nessa entrevista exclusiva à comunidade LITERATURA CLANDESTINA, Artur Gomes fala sua poesia, do existir e exigir poeta, da indústria do entretenimento e da autoridade por parte das editoras. Quanto a mim, quando crescer, quero ser igual a Artur Gomes. 

ELENILSON – Insopitável necessidade de emergir. Todos nós que vivemos soterrados em tantos "eus" sentimos ânsias de ar, de sol, de revelação, de comunicação. A arte ajuda o homem a se aceitar, a compreender o mundo que o cerca, a se aproximar de Deus. A alma humana, como as baleias, vive, mas precisa vir à tona para respirar. Então, o que o poeta Artur Gomes pensa da arte?

ARTUR – Meu caro Elenilson, em primeiro lugar é um prazer estar aqui. Ainda mais hoje que abro às 19:00 h no Sesc Campos a exposição “Aldeia Afro Tupy” com um olhar sobre as questões afro indígenas brasileiras. Eu, afro descendente com sangue direto dos goytacazes, NÃO SEI QUASE NADA DOS MEUS ANCESTRAIS, POIS FORAM TODOS EXTERMINADOS, não restou sequer, nenhuma marca, nenhum vestígio, nem sombra dos olhos, nem carne e osso. Deram-lhes nome de rua, cidade, time de futebol, mas quem foram? Quem sou? A essas indagações, só posso responder com arte, com poesia. A POESIA, A ARTE QUE ME LEVA A SUPORTAR AS INJUSTIÇAS, AS MISÉRIAS DO MUNDO, MAS NÃO ME CONSOLA, NÃO ME CALA e sempre em busca desse auto/conhecimento até vão nascendo os versos, as canções, se tornando livros, CDs, exposições, recitais. A arte para mim é a possibilidade de respirar, de vir à tona, emergir do submundo a que nos relegaram e dizer ao mundo a que viemos.

ELENILSON – Talvez porque a única coisa que sei, e sei mal, sou eu mesmo. E se ninguém gostasse dos meus textos ainda assim os faria, pois nasci para isso. Não é tanto que eu goste de minha poesia, mas porque preciso dela, o que talvez venha a ser a mesma coisa. Mas, o fato é que, sem minha literatura ficaria doente, como um índio confinado numa cela, sem sua selva, seus rios, seus pássaros, sua liberdade. Encontro-me nela como peixe no mar. Ela me dá a impressão de que não é só do meu espírito, mas do corpo também. Eu a sinto, quase fisicamente. Os artistas são como as cigarras: estas morrem de tanto cantar; nós, se não contarmos, morreremos. E você, por que acha que tem de fazer poesia? É fácil ou difícil fazer versos?

ARTUR – Acho que de uma certa forma sim, mas não devemos estar muito preocupados com isto, acho que arte de uma forma geral é conceito, e literatura não é diferente, a nossa expressão é fruto do que pensamos, do que somos, e conseguimos através das palavras expressão a nossa visão de mundo e da própria arte que fazemos. A POESIA É FRUTO DA INDIGNAÇÃO HUMANA. E FELIZ DO SER HUMANO QUE AINDA PODE SE INDIGNAR E TRANSFORMAR ESTE ESTADO EM TENSÃO POÉTICA, EM ARTE. Vivemos num país carregado de contrastes, de injustiças sociais, afundado em misérias e a arte que o brasileiro produz não pode ou não devia ser apenas uma arte alienada, sem refletir o que somos, o que enxergamos debaixo das nossas narinas. Não há como não refletir sobre esta realidade e o poema que me mostrar é uma prova disso nua e crua.

ELENILSON – Sei que você vive intensamente literatura e poesia, criando relações com outras vertentes artísticas. Gostaria de saber como é a relação da sua arte com o mercado formal, se existe um interesse da indústria do entretenimento em agregar expressões artísticas como a sua e, lógico, se você tem esse interesse também?

ARTUR – Na verdade nenhuma, ela circula completamente fora desse “mal dito” mercado formal, que na verdade não é mercado de arte. ESSA INDÚSTRIA CULTURAL QUE NÓS TEMOS, MASSIFICADA E COMPROMETIDA COM O QUE HÁ DE MAIS MEDÍOCRE, NÃO PODE SER CHAMADO DE MERCADO DE ARTE, PRINCIPALMENTE, A INDÚSTRIA FONOGRÁFICA. Circulo com minha arte por outras vias criando projetos em parcerias como a “Aldeia Afro Tupy” e outros; e tentando provocar o interesse de alguma instituição como o Sesc, que ainda se interessa por Arte e Cultura, por outros caminhos é impossível, mesmo porque não me sinto disposto a seguir por eles.

 DRUMMUNDO
"eu sou drummundo e me confundo
na matéria amorosa
posso estar na fina flor da juventude
ou atitude de uma rima primorosa
e até na pele/pedra quando invoco
e me desbundo baratino
e então provoco umbarafundo cabralino
e meto letra no meu verso estando prosa
e vou pro fundo do mais fundo
o mais profundo mineral
guimarães rosa" (Artur Gomes)

ELENILSON – Olha, eu não acredito mais na educação, nem na justiça, religião, políticas públicas. Não existe esse negócio de História brasileira, de 7 de Setembro. Só existem os espasmos de supostas mudanças a cada empréstimo recebido com a “moça” do balcão BPN. Tudo é ilusão. Somos filhos da puta da dívida. Somos espasmos dos empréstimos catalogados nos relatórios da ONU e do FBI. Mas eu sei que um artista (de verdade) consegue enxergar além desse senso comum. Infelizmente há muitos países dentro do Brasil. Para você, como artista, qual é o que vai pior?

ARTUR – Elenilson nesta tua colocação aí acima cabe lhe mostrar o poema “Brazílica Pereira”: “neste país de fogo & palha se falta lenha na fornalha uma mordaz língua não falha cospe grosso na panela da imperial tropicanalha/não me metam nestes planos verdes/amarelos meus dentes vãos/armados nem foices nem martelos meus dentes encarnados alvos brancos belos já estão desenganados desta sopa defarelos”.

ELENILSON – Eu não tenho tanto tempo de literatura, já publiquei 5 volumes, sendo que só um deles por uma editora e os outros de forma independente e, até hoje, me falta o chamado “puxa que livro legal” de algum leitor. Sou mais lido como cronista e articulista de jornais on-line do que em livros, pois quase ninguém lê no Brasil. A começar pelos escritores. Meu último romance “CLANDESTINOS” está com o Eduardo Agualusa, em Angola, mas não tenho nenhuma esperança que ele venha me dá algum retorno. Estamos tão longe. Como você encara essa autoridade por parte das editoras?


ARTUR – Acho que o caminho já tens, pelo menos o principal, consciência do que faz. Essa coisa de gênero, estilo, o tempo é quem molda, quanto mais escrevemos, mostramos, vivenciamos os resultados positivos, negativos, neutros, vamos incorporando ao nosso fazer as lições que naturalmente vamos tirando de cada uma dessas situações. POESIA, QUASE SEMPRE É ISSO MESMO, IMPULSO, INSIGHT. QUANTO MAIS EXERCITAMOS A ESCRITA MAIS ELA BROTA, PORQUE AS IDÉIAS ESTÃO LÁ ARMAZENADAS E SE RETIRAMOS ALGUMAS PARA A SUPERFÍCIE AS OUTRAS VÃO SE APROXIMANDO. Na verdade nós não temos muita consciência de tudo o que está submerso no “não ser” e através da escrita muitas vezes vamos extravasando sensações que há muito estão em nós, mas só a percebemos naquele momento. Vá em frente!

ELENILSON – A pergunta que faço nesse momento é a seguinte: o que conta quando se analisa uma obra literária de um autor iniciante, e se existe no mercado bons lançamentos desses autores “eleitos”?


ARTUR – Elenilson, essa análise depende muito do propósito de quem está analisando. E eu te remeto uma outra pergunta, quem neste país fora do mercado, não é um autor iniciante? Desde os anos 80 convivo com uma série de poetas, romancistas e contistas da pesada e que ainda não foram descobertos nem pelo público nem pelas editoras, SÃO RARÍSSIMOS OS NOMES DESTA GERAÇÃO QUE CHEGARAM AO GRANDE PÚBLICO E TODOS DE ALGUMA FORMA ESTÃO TRABALHANDO COM OUTRAS VERTENTES, como o caso do Marçal Aquino e Luiz Fernando Rufato, dois excelentes contistas.

ELENILSON – Além de poeta, você também é ator. Com qual das duas artes você se identifica mais? Apesar das duas atividades estarem intimamente ligadas. E uma curiosidade: porque seu grupo chama-se “Fulinaíma”?

ARTUR – Quanto a fato de ser ator e poeta, uma atividade alimenta a outra. Primeiro me descobri poeta e depois de algum tempo, já escrevendo bastante, me deu vontade de falar o que escrevia e não apenas mostrar o que estava escrito. Como muito cedo começaram a surgir alguns parceiros ligados a música, meus primeiros passos nos palcos foram falando poesia em show musicais. Depois é que veio o teatro e pelo fato também de ser muito inquieto e insatisfeito, comecei a criar projetos onde poesia, música, artes plásticas, artes gráficas e teatro estivessem se contrapondo ao mesmo tempo e num mesmo espaço. Fiz pouco teatro convencional, apesar de ter dirigido a “Oficina de Artes Cênicas” do CEFET-Campos por um bom tempo, até o ano de 2002, quando me aposentei do serviço público. Desde muito cedo o teatro que produzi foi de uma forma fundamentada pela poesia, o que faço até hoje. “Fulinaíma” é uma história longa, como conceito é a possibilidade das misturas, sons, falas, influências, raízes, antenas. Seria definir hoje o que é uma Macunaíma, qual a sua composição étnica e tentar reproduzir as tuas falas, festas e folias, o que sem dúvida seria um grande caldeirão de multiculturas.

ELENILSON – É muito triste, repito, é muito triste ver a educação e a literatura, por muitas vezes, afundando-se na imoralidade, com o lacre da desesperança selando o coração de todos (em especial desta juventude cada vez mais asneada com leituras de livros de auto-ajuda). Desesperança sim, compreendida em razão de uma posta na ordem do dia: impunidade. Cito a educação e a literatura, em especial, por serem os termômetros do ser humano, carros-chefe do nosso desenvolvimento. Como você encara esses novos tempos? Ainda podemos ter esperança nas artes?


ARTUR – Elenilson, no fundo sou uma pessoa bem otimista, mas não acredito que esta situação mude tão cedo, se houver mudanças talvez venha daqui há alguns séculos. É triste mesmo, lastimável, mas é a realidade que temos e sem perspectiva alguma de melhorias a curto ou médio prazo.

ELENILSON – Você acha que temos ainda esperança com a literatura no Brasil? Quais os seus autores preferidos? E com relação aos novos?

ARTUR – Esperança sempre temos, apesar de tudo e todos que contribuem para que o quadro atual permaneça como está ou se degenere mais ainda. Quanto aos autores e poetas que tenho como referências poderia citar uma lista enorme, mas me prenderei a alguns indispensáveis: João Guimarães Rosa, José Cândido de Carvalho, Machado de Assis, Lima Barreto, João Cabral de Melo Neto, Ferreira Gullar, Mário e Oswald de Andrade. Da turma mais nova, vale a pena conhecer Ademir Assunção, Marçal Aquino, Sérgio Santana, Armando Freitas Filho, Olga Savary, Paulo Leminski, Torquato Neto, Salgado Maranhão, Geraldinho Carneiro, Chacal, e por aí vai... O BRASIL TEM UM ELENCO FARTO DE GRANDES ROMANCISTAS E POETAS QUE NÃO DEVE A PAÍS NENHUM NESTE UNIVERSO.

http://www.jornalorebate.com/84/Untitled-1_clip_image006.jpg Sendo poeta, ator, gestor e produtor cultural, ARTUR GOMES caminha por diversas vertentes artísticas. Assim como o mímico Jiddu Saldanha, Gomes sabe “arrancar do gesto/ a palavra chave/ da palavra a imagem xis/ tudo por um risco/ tudo por um triz”.


ELENILSON – A sua música sempre foi mais forte que a sua poesia?

ARTUR – O momento da criação para mim é um momento solitário, não importa para que finalidade esteja criando, para um show, um peça, um recital, ou para o branco do papel. Fundamentalmente sou poeta, escrevo poesia, e o ato de escrever é único. A música quem cuida são os vários parceiros e a intensidade, a sonoridade fica a critério deles. Não consigo com clareza ver o que é mais forte. O que é importante de se perceber é que a sonoridade nos invade muito mais do que a leitura silenciosa, por isso a música e a poesia falada são captadas por muito mais intensidade pelos nossos sentidos.

ELENILSON – Qual vai ser o próximo lançamento?

ARTUR – Elenilson, se tudo correr como pretendo, até o final do ano estarei lançando o livro “Juras Secretas” e o CD “Fulinaíma Outras Vozes Outras Falas”, uma continuação de um projeto que se iniciou em 96 quando com o meu parceiro Naiman criamos algumas canções e para as quais criamos esse conceito fulinaímico que é a possibilidade das misturas: som, palavras, ritmos, influências múltiplas servidas num mesmo caldeirão.

ELENILSON – O que te levou a criar a “Mocidade Independente de Padre Olivácio” (Escola de Samba Oculta no Inconsciente Coletivo)?

ARTUR – Certa vez descobri que O DELÍRIO É A LIRA DO POETA SE O POETA NÃO DELIRA SUA LIRA NÃO PROFETA. Bem, em 95 criei para o Sesc-SP o projeto “Retalhos Imortais do SerAfim - Oswald de Andrade Nada Sabia de Mim”, como parte do projeto tem uma peça de teatro com o mesmo título, uma recriação do livro “Serafim Ponte Grande”. Nesta peça aparece pela primeira vez como enredo a “Mocidade Independente de Padre Olivácio”, já com alguns de seus personagens: Federico DuBoi, Federika Bezerra, mestre/sala e porta/bandeira e nasce o primeiro samba enredo: “Federika Bezerra: A Porta Bandeira Que BorTou Olivácio Doido”. Numa segunda encenação, em 1995 ainda, já surge o patrono Pastor de Andrade, o Açougueiro das Almas deste e de outros mundos. A “Mocidade” nasceu em Ouro Preto em 1990, exatamente no Bar da Lama, que é citado no samba. Estava eu lá, com alunos da então Escola Técnica Federal de Campos, na última noite de uma excursão e o delírio da garotada era tanto que comecei a pensar essa coisa do inconsciente aliada ao Carnaval, a orgia, não como as Escolas de Samba tradicionais, mas uma entidade carnavalesca sem limites ou fronteiras para a criatividade.

http://www.jornalorebate.com/84/Untitled-1_clip_image008.jpg

Sites de Artur Gomes:
http://arturgomes.zip.net
www.fulinaima.hpg.com.br
www.geleia.geral.blog.uol.com.br
http://sagaranagens.zip.net
http://tropicanalice.zip.net
http://almadepoeta.com/fulinaima.htm
Vídeos (Caixa Preta – Parte 1): http://www.youtube.com/watch?v=xG0d5YqKqBU
(Caixa Preta – Parte 2): http://www.youtube.com/watch?v=G6brhBBG29E
Aldeia Afro Tupy (exposição virtual): http://caldeiraofulinaimico.zip.net
fotos: Artur Gomes/divulgação. 

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