O estudo acompanhou indivíduos que, nos anos 1970, haviam participado de um programa específico de educação que foi desenvolvido para comunidades carentes e que focava em atividades, brincadeiras e exercícios visando à melhoria da aquisição de linguagem, desenvolvimento cognitivo e emocional.
A pesquisa atual, chefiada por Elizabeth Pungello, da Universidade da Carolina do Norte, Estados Unidos, é resultado do acompanhamento desses participantes desde a infância, passando pela adolescência, juventude e finalmente idade adulta e revelaram dados bastante interessantes.
Os participantes desse primeiro projeto educacional – chamado Abecedarian Project, ou AP – ao chegarem aos 30 anos se mostraram, quando comparados a um grupo de controle, que uma boa educação na primeira infância levava a maiores índices acadêmicos durante toda a vida. Esses indivíduos tinham quatro vezes mais chances de se formarem em um curso universitário, por exemplo.
“Quando visitamos essas pessoas, quando elas tinham em média 21 anos, observamos que boa parte dessas crianças, com melhor base educacional, tinha maior chance de estar na universidade. Agora sabemos que elas não tiveram grandes problemas para se formar e isso independeu do gênero também, algo que nas comunidades carentes é raro, já que os homens são os que menos seguem esse tipo de caminho”, diz Pungello, cuja pesquisa foi publicada no Developmental Psychology.
Outro benefício observado pelo time de pesquisadores foi que o nível de empregabilidade desses participantes do AP também era maior e com menores taxas de necessidade de pedir o equivalente norte-americano ao salário-desemprego. Esses indivíduos também tinham filhos com idade mais avançada (dois anos acima da média nacional naquele país) e tinham indicadores socioeconômicos maiores (maiores salários, por exemplo).
“Nós acreditamos que essa pesquisa longitudinal nos dá uma imagem clara e um entendimento científico de que a educação na primeira infância pode ser um fator impactante no desenvolvimento acadêmico e intelectual e na competência social na idade adulta”, completa Craig Raimey, coautor da pesquisa.
* Publicado originalmente no site O que eu tenho.
(O que eu tenho)