O último relatório do NMC (New Media Consortium) sobre o ensino superior, publicado este mês, apontou as principais tendências, as tecnologias emergentes e desafios do setor em três prazos distintos – menos que um ano, de dois a três anos, e de quatro a cinco anos. Para compilar essas informações, 53 especialistas de 13 países diferentes passaram três meses, no final de 2013, coletando pesquisas, artigos científicos, notícias, publicações em blogs e projetos para tentar antever as principais mudanças nos processos educativos.
Entre as tendências, a grande expectativa é que as mídias sociais estejam completamente integradas ao ensino superior nos próximos dois anos. As vantagens do uso dessas plataformas estão no diálogo mais informal entre alunos, entre professores, entre professores e alunos e até entre futuros alunos e as instituições. Além de estimularem o compartilhamento de histórias e experiências sobre os assuntos abordados em sala de aula.
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Segundo o documento: “As redes sociais estão mudando a forma como as pessoas interagem, como apresentam ideias e informações e, ainda, como julgam a qualidade dos conteúdos e contribuições. Um pesquisa recente divulgada pela Business Insider diz que 2,7 bilhões de pessoas, quase 40% da população mundial usam essas plataformas. O impacto total dessas mudanças na comunicação e na credibilidade das informações ainda está por vir, mas claramente as redes sociais ganharam importância em quase todos os setores da educação”.
Outra propensão a curto prazo é a integração entre aprendizagem on-line, ensino híbrido e colaborativo. As plataformas on-line estão cada vez mais se tornando ambientes colaborativos de aprendizado e são usadas como facilitadoras de trabalhos em grupo. Elas vêm melhorando a comunicação entre os alunos e a execução de projetos mais conectados com a realidade do trabalho. “Para incentivar a colaboração e reforçar as habilidades do mundo real, as universidades estão experimentando métodos que permitem mais liberdade nas interações entre os alunos, trabalhando com projetos que inspirem a criatividade e o pensamento crítico”, dizem os autores do relatório.
Duas tecnologias, ainda pouco difundidas no Brasil, aparecem no estudo como futuras tendências, para daqui a quatro ou cinco anos. Entre elas, o Quantified Self (algo como quantificar você mesmo), que é relacionado a possibilidade das pessoas poderem acompanhar e acumular dados sobre elas mesmas, sobre o funcionamento de seus corpos, por meio do uso de tecnologias. Os dispositivos portáteis, como relógios e óculos, projetados para coletar informações dos usuários, criam um banco de dados de parâmetros individuais. Segundo o relatório, ao monitorar hábitos de leitura ou a postura do aluno em uma aula, seria possível usar este conjunto de dados para mudar e melhorar as abordagens de ensino e, por consequência, os resultados da aprendizagem.
Outra nova tecnologia que aparece no relatório são os Assistentes Virtuais. O conceito baseia-se na evolução de interfaces (como celulares, computadores e TVs) controladas a partir de comandos de voz e gestos. Esses dispositivos ganham mais inteligência artificial e vão aprendendo com as buscas e navegações do próprio estudante e melhorando os conteúdos de pesquisa que apresentam e até sugerindo temas de interesse. Ambas tendências ainda dependem do desenvolvimento de versões mais acessíveis desses dispositivos.
Confira no infográfico a seguir, seis tendências e seis tecnologias que, segundo os especialistas, vão fazer parte da vida de estudantes e professores universitários nos próximos anos.
* Publicado originalmente no site O Porvir.