O DESCALABRO AÉCIO, A FALÊNCIA DE MINAS GERAIS

Quem imagina que Antônio Anastásia governa alguma coisa em Minas está imaginando o que não existe. O atual "governador" é uma espécie de contador do ex-governador Aécio Neves e todo o esquema Aécio traz consigo.

Al Capone se estrepou quando seu contador abriu a boca. É pouco provável que Anastásia faça isso, os benefícios que cercam a entourage são grandes e ainda agora a CEMIG - CENTRAIS ENERGÉTICAS DE MINAS GERAIS - vai distribuir bilhões em dividendos aos seus acionistas. Em tese a empresa é estatal, na prática, a privatização suspensa no governo Itamar Franco ganhou foros extra-oficiais nos contratos secretos com grupos japoneses. Um processo de liquidação da CEMIG.

Foi criada no governo de JK, eleito em 1950, empossado em 1951 e governador até 1955, quando se desincompatibilizou para ser candidato a presidente da República.

Aécio transita hoje entre os grandes grupos econômicos nacionais e internacionais, já esteve com os donos do mundo em New York levado pelas mãos de Ciro Gomes (2010) e até agora é o preferido de FHC para disputar com Dilma as eleições presidenciais de 2014.

Com ou sem teste de bafômetro. Com ou sem Luciano Huck como candidato a vice-presidente. E na expectativa de uma aliança com Eduardo Campos, governador de Pernambuco e grande incógnita da política brasileira em nossos dias. Não pelo peso, mas tamanho desproporcional das pretensões.

Como Aécio é só neto. Nem um é Tancredo e nem outro é Miguel Arraes. São dinastias que nem sempre representam seus fundadores.

Os pouco mais de 3 bilhões que o Conselho de Administração da CEMIG aprovou para pagamento de remuneração a acionistas (1,6 bilhão referentes a dividendos extraordinários e 17, bilhão a juros sobre o capital próprio) refletem a revolta com a decisão da presidente Dilma Roussef e baratear o custo da energia e, ao mesmo tempo, acelerar o processo de privatização completa da empresa.

Foi decidido no governo Eduardo Azeredo, sustado pelo governador Itamar Franco e acordado entre Aécio e os grupos japoneses num processo que corre em sigilo. A decisão de Dilma só fez a turma apressar para salvar os anéis e que belos anéis, antes da entrega ao capital estrangeiro em caráter definitivo.

Os dividendos correspondem a R$ 1, 876 por ação e serão pagos em duas parcelas. A primeira, de R$ 1,2 bilhão, o equivalente a R$ 1, 407 por ativo, será paga até 15 de janeiro. O pagamento da segunda, de R$ 400 milhões, sendo R$ 0, 469 por ação, ocorrerá até 30 de junho.

Decisões como essa são tomadas com freqüência em períodos de feriados prolongados, ou festas que se emendam (fim de ano), o propósito é evitar reações desfavoráveis ou mostrar, expor, a grande jogada, que, na prática, num estado falido - Minas Gerais - falido.

Ao contrário da tendência do cassino Bolsa de Valores as ações ordinárias da CEMIG abriram, no dia 26, com alta de 4,95% enquanto a tendência do cassino registrava uma queda no índice principal da ordem de 1,10%.

Para garantir o esquema o governo de Minas vai pagar nos próximos dias uma dívida bilionária com a CEMIG, que, segundo o secretário adjunto da Fazenda é da ordem de 350 milhões de euros e já "estão sendo internalizados". Mais ou menos internar Minas num CTI onde as esperanças se reduzem a zero. Há uma semana o governo transferiu para a empresa 450 milhões de dólares, financiando obtido junto ao Banco Mundial - dívida que será paga pelos mineiros - e em janeiro chega a maior parcela dos financiamentos para "para acertar as contas com a empresa".

As informações são do secretário adjunto da Fazenda, Pedro Meneguetti.

Todas essas peripécias vão proporcionar um ano novo próspero a feliz a acionistas da CEMIG, uma baita dívida acrescida ao que já devem os mineiros e coloca o estado em regime de falência absoluta.

Qual vai ser a mágica para tocar o barco até as eleições de 2014 não se sabe. Mas na cartola de Aécio, do seu contador Antônio Anastásia, vai sempre existir um truque capaz de arrastar o doente em estado terminal a um ponto qualquer, onde possam apresentar um cadáver insepulto e transformá-lo em vivo exemplo de progresso.

Que o digam as goteiras e rachaduras do centro administrativo construído por Aécio para ser o centro administrativo de Minas e a grande pirâmide de um faraó que não se sustenta no teste do bafômetro.

É o descalabro Aécio, quer ser presidente, é a falência de um dos mais importantes estados da nossa Federação.

Quem sabe o procurador Gurgel e Joaquim Barbosa não tomam uma providência?

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