Por outro lado os norte-americanos ficam diante de mais uma encruzilhada. As forças armadas sírias, sem armas químicas e biológicas (uma inspetora da ONU declarou que os rebeldes as utilizaram) são suficientes para derrotar os rebeldes, em sua maioria mercenários armados pelos EUA, ISRAEL e ARÁBIA SAUDITA e restabelecer a ordem no país, até então um dos mais prósperos do Oriente Médio.
Ou seja, Putin colocou Obama contra a parede. A vontade do presidente dos EUA é de fato a paz ou o massacre que pretende (ainda não disse que vai voltar atrás) é apenas um pretexto em nome da “democracia”, dos “direitos humanos” para tomar de assalto a Síria, suas riquezas naturais sobretudo o gás e aumentar o cerco sobre o Irã?
O jornalista Jânio de Freitas, um dos poucos independentes da mídia de mercado, disse na edição da FOLHA DE SÃO PAULO, dia 10 de setembro, que foi a “primeira voz inteligente na crise”. Referia-se a Putin.
Em um jogo de futebol se diria que o presidente russo deu um nó tático no presidente norte-americano.
E pior, na reunião do G-20 chamou, ostensivamente, o secretário de Estado John Kerry de mentiroso.
Referia –se ao ataque do governo sírio com armas químicas e biológicas quando, na verdade, esse ataque foi feito pelos rebeldes.
E as armas químicas e biológicas que os norte-americanos cederam a Saddam para a guerra contra o Irã? Ou as que Israel exporta para países em vários cantos do mundo, inclusive o Brasil (onde, aliás, as fabrica também)?
O grande problema de Obama é que não contava com resistências dentro do Congresso de seu pais, não contava com a reação desfavorável da opinião pública, tanto nos EUA como fora dos EUA e muito menos com a decisão do Parlamento inglês em não consentir a participação de seu país no conflito. Agora, abandono aumentado com a decisão do presidente francês, pressionado pela opinião pública, de consultar também seu parlamento.
A guerra na Síria chegou a um ponto em que os Estados Unidos perderam até as falsas e costumeiras mentiras que normalmente servem de pretexto para intervenções armadas e saques, além de destruição, como aconteceu e acontece no Iraque, na Líbia e no Afeganistão.
Se ocorrer será apenas demonstração de boçalidade, de vocação manifesta de imperialismo, de ais um saque contra um país no Oriente Médio.
Que relação esses fatos teriam com o Brasil, a América Latina de um modo geral?
Na cobiça norte-americana somos o próximo Oriente Médio e o processo de espionagem sobre nosso País, o México e outros, soam como preparativos para futuras intervenções, principalmente em governos considerados hostis (independentes) como no caso da Venezuela, da Bolívia, do Equador, Cuba e outros.
O Brasil de Dilma já está domado.
Obama, no Oriente Médio, particularmente na guerra na Síria está numa encruzilhada. Ou aceita a proposta de Putin ou mostra sua face terrorista, mesmo porque a proposta de Putin não implica na entrega pura e simples das armas químicas e biológicas, mas numa série de atitudes que garantam a paz na região e isso contraria os apetites nazi/sionistas de Israel.
Ou seja, se correr, Obama, o bicho pega, se ficara o bicho come.
Um lamentável mandato para o primeiro presidente negro dos EUA.