O autor, um dos nomes mais significativos da música popular brasileira, dono de um talento notável, havia se inspirado em Manoel dos Santos, o GARRINCHA, para mostrar uma realidade de nosso futebol. O espantoso abandono de milhares de GARRINCHAS Brasil afora e uma realidade social que a mídia esportiva não mostrava.
Anos mais tarde o compositor fez várias e extraordinárias trilhas sonoras para os filmes de Glauber Rocha, um dos grandes gênios do cinema mundial.
Não há exagero em afirmar que Garrincha, mais que Pelé, ganhou as copas de 1958 e 1962, com seu futebol desconcertante e suas pernas tortas.
A FIFA – FEDERAÇÃO INTERNACIONAL DE FUTEBOL ASSOCIATION – não quer que o estádio de Brasília se chame MANÉ GARRINCHA, ou seja assim denominado durante a Copa das Confederações e a Copa do Mundo.
Não vetaria um nome de qualquer cartola desses que pontificam no futebol, se enriquecem no futebol e transformam o futebol num lodaçal sem tamanho.
Continua valendo a velha frase de Flávio Costa, técnico da seleção de 1950. “O futebol evoluiu da boca do túnel para dentro do campo”.
Temos um governo paralelo, a FIFA. Temos um governo servil, o de Roussef e temos uma CBF (CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE FUTEBOL) presidida por um político corrupto, José Maria Marin, sem a menor condição de entender o que é bola, ou o que é gol.
MANÉ GARRINCHA está banido dos estádios brasileiros. Em termos futebolísticos é uma heresia.
Quem sabe convocando Sérgio Ricardo e sua excelente BETO BOM DE BOLA um violão não dá jeito nessa situação lastimável, acaba com essa empáfia e mostra ao mundo que uma só perna de GARRINCHA vale a de qualquer um dos badalados “craques” de hoje, endeusados no tempo da SOCIEDADE DO ESPETÁCULO. GARRINCHA foi um dos maiores espetáculos reais da história do futebol e a exigência da FIFA é pior que um atrevimento, é ignorar a história do esporte que dirige, hoje, um grande negócio. Que o diga João Havelange.