O ex governador de Minas começa a encontrar dificuldades dentro de seu partido, sabe, a despeito das declarações em contrário, que Serra não o apoiará e Eduardo Campos, com 6% está bem próximo e próximo também de levar o apoio de algumas figuras do tucanato e do PMDB.
Aécio não é Tancredo, o governo de seu sucessor, também tucano, é um fracasso, e o senador mineiro, acusado de várias irregularidades, pode estar no limite de sua carreira política, o Senado, sem falar em sua fama de aventureiro o que traz à lembrança a figura de Collor de Mello. A comparação é inevitável tanto do alagoano com o mineiro como com o governador de Pernambuco, que, na verdade, joga para 2018.
Seria estranho se Aécio tivesse dito "péssimo". Mas deve ter sido o que sentiu.
Neste momento Eduardo Campos não é necessariamente o problema mais grave e preocupante de Aécio, embora seja um problema. Marina da Silva e seu jeito madre Teresa de Calcutá, essa sim, ameaça fazer um rombo de proporções elevadas no navio tucano.
O carisma que se atribui Aécio não parece ser mais que produto de marketing. Fora de Minas Gerais o senador não é quase nada em termos eleitorais e com Eduardo Campos, aí sim, no Nordeste, com certeza fica a deriva.
Atrair o PMDB é outra dificuldade. O partido é uma frente, tem o vice presidente e Dilma Roussef jamais abrirá mão de um político competente nas artimanhas e nos ajustes, como Michel Temer. Por maior que seja o descontentamento com o governo em seu partido, Temer leva a maioria consigo. São muitos cargos em jogo.
Pela primeira vez desde a eleição de FHC os tucanos poderão ficar órfãos na disputa pela presidência. Aliados até do PPS de Roberto Freire estão em debandada buscando rumos e bases mais seguras para sobreviverem.
É claro que uma pesquisa eleitoral medindo intenções de votos um ano e qualquer coisa antes das eleições de 2014 não significa nada. Mas é claro também que o governo Dilma Roussef consolidou as bases do lulismo e nada parece atingir a presidente. Qualquer hipótese que se formular sobre as eleições colocam Dilma como favorita
Um terremoto econômico de magnitude máxima seria o único fator a colocar em risco a reeleição da atual presidente o que vai representar 16 anos de governo petista e, certamente, criar dificuldades para qualquer oposição.
O "coronel" bolsa família parece estar funcionando a contento e como disse há dias um conceituado psiquiatra, "se há discordâncias no varejo, há concordância no atacado".
É um conceito interessante e os adversários de Dilma devem se debruçar sobre ele.
Mais ou menos como por maior que seja o osso, sempre há carne.
E para complicar a vida do senador mineiro o seu maior apoio dentro do PSDB é Fernando Henrique. É pouco. o partido hoje é uma colcha de retalhos com vários líderes ávidos de virarem presidente e ex, como já dizia um falecido humorista, "ex não é nada".
O paletó de Tancredo está ficando poído e o seu presumido herdeiro político começa a parecer um rei nu, quando fora das fronteiras de Minas, mesmo sendo cidadão carioca. Se solto em BH ou vai de táxi, ou não vai, não conhece a cidade.