D. Odilo Scherer representa a truculência da Inquisição nos termos do século que vivemos (não pode mais usar o garrote vil lato senso, mas continua sendo empregado no método), a proteção aos pedófilos dentro da Igreja, representa sacramentar as fraudes financeiras no Vaticano e ignorar os escândalos sexuais revelados nos documentos secretos vendidos pelo mordomo de Bento XVI.
Toda a corrupção que obrigou Bento XVI a justificar uma renúncia por motivos de saúde, por idade, no duro mesmo, consequência do jogo de poder dentro da Cúria Romana, da falência dos podres poderes da Igreja Católica.
Se Odilo Scherer foi o escolhido ou for, a realidade não muda e a Igreja continua ladeira abaixo.
É possível um papa brasileiro, latino-americano, conservador (o termo é bondade, nazista) é claro que é. O Brasil considerado o maior país católico do mundo, vive um momento da ascensão das igrejas neopentecostais, uma perda substantiva de fiéis católicos para essas seitas (a despeito dos esforços da Renovação Carismática e de padres como Marcelo Rossi) e o País e a América Latina, um processo político que não interessa a Washington, principal controlador dos negócios da chamada Santa Sé, desde que Marcinkus comprou os votos para a eleição de Karol Wojtila, João Paulo II.
O arcebispo de São Paulo, ligado a OPUS DEI, cabe como uma luva nessa necessidade de manter o controle e trazer a Igreja Romana debaixo de tacões nazi-católicos. Se for ou foi o escolhido é o que significa.
A mídia de mercado aqui vai se deliciar com a eleição de Odilo Scherer, pois estará ganhando maior respaldo nas suas verdades-mentiras, nas distorções e no controle da alienação que transforma seres humanos em objetos.
O voto dos cardeais, qualquer que seja o resultado, no entanto, deve refletir o poder e o comando da OPUS DEI, uma sociedade secreta reconhecida pelo Vaticano e que no Brasil busca ocupar espaços maiores no mundo político (tem o governo do estado de São Paulo).
Se Odilo Scherer virou ou não papa nada vai mudar na Igreja como um todo, mas tudo vai desabar sobre o Brasil como punição, para usar a linguagem costumeira das religiões no seu afã de servir aos interesses de elites políticas e econômicas.
E não seria demasiado dizer que o próprio governo, de natureza populista e sustentado numa aliança tipo vale tudo, Dilma citou o diabo outro dia, é um engasgo na garganta de Odilo Scherer, que papa ou não, é um retrocesso em si e por si.
“Vença ou não vença, o Brasil é o maioral”, são versos de Juca Chaves em “CAIXINHA OBRIGADO”. Essa ufania papal é inclusive, ou foi, caso já tenha sido escolhido, alimentada pela histeria de Habemus Papa e é brasileiro.
Se isso acontecer, ou se aconteceu, não tenho dúvidas, Edir Macedo, Malafaia, Valdemiro e outros menores terão um rival implacável. Mas, em nada diferente deles.