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Jesus era um líder religioso politizado que buscava estabelecer um novo regime e foi executado por crime de sedição, defende Reza Aslan, Ph.D. em história das religiões. Frei Caneca, um dos líderes da Confederação do Equador, por exemplo, foi condenado pelo mesmo motivo no século 19.
Aslan contradiz Joseph Ratzinger. No livro "Jesus de Nazaré: da Entrada em Jerusalém até a Ressurreição", o líder católico argumenta que a imagem do Cristo revolucionário foi difundida apenas nos anos de 1960, devido ao contexto ideológico daquele período.
Em "Zelota: A Vida e a Época de Jesus de Nazaré", o acadêmico procura resgatar a trajetória do Jesus histórico, não do Cristo --ou seja, o messias.
"O Jesus antes do cristianismo", conta Aslan, "o revolucionário judeu politicamente consciente que, há 2.000 anos, atravessou o campo galileu reunindo seguidores para um movimento messiânico com o objetivo de estabelecer o Reino de Deus, mas cuja missão fracassou quando ele foi preso e executado por Roma pelo crime de sedição".
Segundo o autor, recuperar esse personagem é um trabalho semelhante a montar um enorme quebra-cabeça. "Há aqueles que consideram essa tentativa perda de tempo, acreditando que o Jesus da história está irremediavelmente perdido e é impossível de ser recuperado".
Estudioso das origens do cristianismo há duas décadas e graduado nas universidades Santa Clara, Harvard e Iowa, Aslan protagonizou o que foi chamado de "a entrevista mais constrangedora de todos os tempos". Ele é professor da Universidade da Califórnia. Leia um trecho de "Zelota".