O companheiro Carlos Lungarzo, professor da Unicamp e defensor histórico dos direitos humanos, lançou um alerta máximo com relação a uma tramóia italiana visando, agora, forçar a deportação para qualquer país do escritor Cesare Battisti --já que a extradição para a Itália se tornou impossível a partir das decisões, negando-a em definitivo, do Supremo Tribuna Federal e do ex-presidente Lula.
Eis o alerta do Lungarzo, para o qual peço muita atenção:
Na semana retrasada [vide aqui] o juiz Federal da 20ª vara do DF, Alexandre Vidigal, pediu uma investigação policial para identificar o domicílio de Battisti.
Ao mesmo tempo, na Itália, mais de 5.000 blogues, jornais e revistas eletrônicos difundiram notícias alarmistas do tipo:
- “Battisti desaparecido”
- “Battisti voltou a fugir”
- “Justiça brasileira procura Battisti”
No último final de semana, o problema foi resolvido pelo senador Suplicy e o advogado Greenhalgh, que se entrevistaram com o juiz Vidigal e provaram que Battisti tem domicílio legal, declarado, conhecido, público.
Até aqui a questão parecia resolvida.
Entretanto:
- Por que o juiz queria saber o domicílio de Battisti, sendo que está há vários meses no Rio de Janeiro?
Lembremos que, no ano passado, o procurador federal Hélio Heringer (aquele que ganhou uma pequena e triste celebridade como perseguidor da família do presidente Lula) INVESTIU CONTRA BATTISTI.
Ele disse que o visto dado a Cesare era ilegal, e que ele deveria ser deportado ao México, à França ou a qualquer outro país que o aceitasse. ESTA DENÚNCIA FOI FEITA NA MESMA VARA: 20ª DO DF!!!
Vale notar: até o juiz Walter Maierovitch, inimigo figadal de Battisti, escreveu na CartaCapital que isto era inviável e não passava de uma tentativa de extradição disfarçada.
Estamos, portanto, diante da arquitetura de uma tramoia. No Brasil, todos aqueles cujas extradições não foram aceitas pelo Estado brasileiro (e queriam ficar no País), receberam O MESMO VISTO DE PERMANÊNCIA DE BATTISTI.
Por que com ele seria diferente?
Por favor, amigos, observem todas estas coincidências:
- Pretende-se, com argumentos que não existem na lei 6815 (pois Battisti foi, mas já não é extraditando) deportar Cesare para algum país, dando-se como exemplo a França, onde já foi assinada sua extradição em 2005 e onde houve um plano para sequestrá-lo;
- Tempos depois, o juiz da vara onde foi feita a denúncia, procura Battisti como se desconhecesse seu endereço.
- No mesmo dia, jornais italianos anunciam sua fuga.
E tem mais.
Sabemos, de fontes seguras, que a embaixada italiana está tentando criar situação que lhe permita atribuir a Battisti algum delito; um agente contratado pela Itália vem fazendo diversas provocações há alguns meses, na (por enquanto vã) tentativa de desestabilizar psicologicamente o escritor.
Seu esforço está mais intenso agora, talvez por causa do julgamento da denúncia do procurador. Podemos, portanto, esperar que essas provocações se acentuem, como implantar coisas no local onde mora, ou simular atitudes descontroladas dele.
Peço a todos os grupos de solidariedade com Cesare que se mantenham alertas.
Do blogue Náufrago da Utopia