A folha em branco esperando pacientemente para ser preenchida. Mas preencher com o quê? De onde vêm as ideias? Como começamos a escrever um texto? De onde os escritores tiram a inspiração para suas criações?
Todos eles já se depararam em algum momento do seu processo criativo, com uma folha em branco, com a falta de inspiração para redigir uma crônica, um conto, um romance.
Escrever ajuda-me a entender sentimentos e pensamentos tantas vezes confusos demais para fazerem sentido de outra forma. Escrever é o meu escape quando a tristeza ou apatia se apoderam de mim. Mas ando perdida dentro dos meus espaços vazios. Escrever tornou-se difícil, a inspiração escondeu-se algures e não dá sinais de querer regressar. As palavras brincam comigo e recusam-se a fazer qualquer sentido ou nexo. Faltam-me palavras, na verdade falta-me um pouco de tudo. Algumas coisas já não têm sentido e desconfio que nunca tiveram. Descubro-me diferente, estou diferente. Não sinto inspiração pra escrever, tampouco pra ouvir. Perco a paciência pelas mínimas coisas. Mas a vontade de escrever vai permanecendo imutável, fiel guardiã desta necessidade que a cada dia é maior e que nunca se sacia.
Ah, mas e a folha em branco? O que é uma folha em branco senão a vida.
Dias a serem preenchidos. Pensamentos a serem sentidos.
Atitudes a serem praticadas. Pensamentos a serem pensados.
Somos uma folha branca.
Nascemos para escrever, para rabiscar nossa vida.
Para desenhar nossas idéias.
Para colorir nossas emoções.
Para preencher os espaços vazios.
Para dar sentido a uma folha em branco.
E ainda podemos fazer com que a folha branca se torne negra, pesada, carregada.
Repleta de magoas, ressentimentos, reclamações infinitas.
Ninguem pode preencher a folha branca, ninguem pode ser responsavel pelo destino desta folha.
O sucesso e o fracasso me pertencem, a folha branca é minha.
E eu te escrevo, te leio, releio, busco, arrisco e percebo
Que finalmente a folha deixou de estar em branco.