Dentro do espírito do ordenar, ao determinar um trabalho é imperativo o líder fazer valer sua autoridade. Não deve permitir que a contestem ou recusem a execução. Se for o caso, deve manter-se próximo aos executores para eles sentirem a força da sua autoridade. Algumas vezes agirá com energia, outras com flexibilidade, mas sempre de forma profissional afim de obter do executor o que quer: um trabalho rápido e benfeito.
É prudente, ao explicar a ordem, ter boa postura, boa dicção, usar palavras simples e expressar-se com naturalidade, evitando ser erudito ou fazer gestos de raiva ou de conotação obscena. Notadamente se estiver cercado pelos membros da equipe. Dependendo do “clima” no momento, usar um “peso” na forma de falar e exigir o trabalho. Lembrando-se, sempre, de expressar-se reforçando as palavras com material de apoio e termos técnicos apropriados. Isso traz atenção e gera compreensão imediata dos executores.
Quer seja na área administrativa ou na produtiva, a ordem, escrita (memorandos, e-mails, etc) ou falada, deve ser de forma a não pairar dúvidas ou ser suscetível de má interpretação. Ater-se a esse detalhe é fundamental para que, lá na frente ao ocorrer um erro de execução, o executor não justifique que “não lhe explicaram direito”.
Paralelamente, quando uma ordem é exarada e o executor a refuta há que considerar três hipóteses: ou a ordem é incongruente, ou não foi bem explicada, ou então o líder perdeu a voz de comando. Nesses casos, há que se analisar de imediato o que está “pegando”, afinal ordem dada é ordem cumprida. Se oportuno, convoque-se uma reunião afim de se (re)posicionar a ordem e a voz da liderança. Através de um diálogo amistoso e esclarecedor, há que se “aparar as arestas”, retomar o bom nível de entendimento e dar sequência ao andamento dos serviços.
É de boa política o líder ser amigo e conselheiro dos seus liderados. Eles veem no superior alguém em quem pode confiar, que tem poder, experiência e que pode ajudá-los em caso de dúvida nos serviços ou mesmo de uma carência pessoal. Ao ser receptivo, e ouvi-los com interesse, inequivocamente eles retribuirão quando chamados a colaborar.
Por outro lado, há de ter sempre em mente que ninguém é dono da razão. Liderança não é autocracia. Se acaso o líder der uma ordem errada deve retroceder, corrigir-se e refazê-la. Com esse gesto, ao final, ganhará simpatia e será bem-visto pela equipe.
Com relação ao desenvolvimento de um trabalho, deve ser paciente ao explicar, mormente quando esse trabalho é novo ou tem coeficientes de dificuldade. Embora possa achá-lo fácil, o executor pode ter dificuldade para entender. Se isso ocorrer, deve repassar a ordem, enfatizar os pontos relevantes e certificar-se se ele entendeu por completo. No decorrer da execução, é recomendável supervisionar para certificar-se se o que está sendo produzido está dentro dos parâmetros explicados.
Ao concluir o trabalho, objeto da ordem, é imprescindível a avaliação do resultado. Convém demonstrar satisfação e enaltecer o executor quando este realizar um bom trabalho, e, inversamente, criticar de forma construtiva se estiver malfeito. Qual o mestre ao aluno, apontar as incorreções ou imperfeições e orientar os procedimentos de como (re)fazer correto e benfeito.
Para mantenção das boas relações, é saudável o líder conversar constantemente com os membros da equipe, sejam temas profissionais ou amenidades, pois sempre há novidades e feedbacks importantes de determinadas operações a serem ouvidos. Jamais deve erguer-se um muro de silêncio entre esses profissionais, separando-os, e sim abrir-se uma porta para o diálogo, unindo-os. Ao se mostrar solícito e falar o “idioma” deles, um vínculo de amistosidade é criado. Quando líder e equipe conversam e a sinergia impera, há uma associação de pontos de vista e um efervescer de ideias. Uma equipe unida, fiel às orientações do líder, é uma equipe forte, obediente, onde todos seguem juntos nos trilhos do mesmo objetivo: o sucesso.
Inácio Dantas
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