Em ditaduras, os rebeldes e os discordantes eram amordaçados pela censura que lhes negava o direito de falarem livremente sobre tudo o que quisessem. Em muitos casos e correndo o risco de ser politicamente pouco correto com bons frutos. Há ideologias que são autênticos cânceres na sociedade e que devem ser combatidas. A questão é que método usar para fazê-lo.Sim, o método. É que hoje também há notícias e informações filtradas, a um nível muito maior que no passado! A diferença está na maneira de aplicar a censura. Antes, era à força. Hoje, encapotadamente. Antes, sabia-se quem a fazia e as suas causas. Hoje, há uma censura sem rosto e de causas obscuras.
Sou contra a censura violenta, registe-se. Mas esta censura é muito mais perigosa.Sempre que se fazem escolhas na redação de um jornal para decidir o que se publica ou não, e aquilo a que se dará maior destaque, há censura. Sempre que uma notícia aparece enfeitada de adjetivos elogiosos ou prejudiciais a algo ou a alguém, é pior que censura: é mentira !Um artigo aparecer como notícia e afinal ser um artigo de opinião, não é sério e revolta. E depois, o que está por trás de tudo isso? Depende. Interesses pessoais, interesse público - raramente - interesse de lobbies, interesses diversos. O grande problema é as pessoas darem crédito a tudo o que lêem, acreditando em tudo o que ouvem. Uma maneira moderna de censurar sem recorrer à força é dizer que alguém é mentiroso, ou doido, ou desiquilibrado. Se esse alguém quiser responder, ninguém o levará a sério, porque é mentiroso, doido, desiquilibrado. Vamos virar então o feitiço contra o feiticeiro, em nome da verdade! Denunciemos quais os orgãos de comunicação social que são mentirosos, delirantes, desiquilibrados. Assim talvez se ganhe alguma coisa em abono da verdade.