Antônio Carlos Magalhães, um dos piores coronelões nordestinos, passou a ditadura inteira lambendo o coturno dos militares.
Quando ela estava no estertores, pulou da canoa furada e se compôs com o outro lado, o que lhe valeria adiante um cargo de ministro das Comunicações da Nova República (ou seria o de interventor da Rede Globo no Ministério das Comunicações?).
Na ocasião, houve quem perdoasse seu passado infame, propondo que ele não fosse mais apelidado de Toninho Malvadeza. Chegaram até a sugerir a alternativa de Toninho Ternura...
E, claro, ACM passou o resto da vida praticando suas malvadezas, a serviço das forças que mandavam no Brasil até 1985 e continuaram mandando depois de 1985.
A dominação burguesa atravessou incólume a redemocratização, só mudando a indumentária dos seus serviçais no plano da política. Saíram os de farda e entraram os de terno, com a consequente adequação dos métodos para se atingirem os mesmíssimos objetivos -- como a troca do porrete pelo talão de cheques.
Será que agora assistiremos a uma idêntica reabilitação do Fernando Collor, por conta de suas diátribes contra a Veja?
É, sem dúvida, pitoresco vermos Collor acusando o chefe da quadr..., quer dizer, da sucursal da Veja em Brasília de "coautor do crime".
E não há o que objetarmos quanto a este repto que ele lançou:
"Desafio o chefe maior desse grupelho, o senhor Roberto Civita, a comparecer também à CPMI para falar da coabitação que, a seu mando, a revista de sua propriedade e alguns de seus jornalistas mantêm com o crime organizado".
Mas, devagar com o andor. Em brigas como a de Asmodeu com Astaroth ou do pseudo caçador de marajás com o carro-chefe do jornalismo de esgoto, manda a sabedoria popular que acreditemos piamente em tudo que um lado afirma sobre o outro, e em nada do que alega na sua defesa.
Nunca falha.
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Do blogue Náufrago da Utopia