A história das Internacionais, da seção brasileira da CMI a EM-PT e a reconstrução da 4ª. Quarta parte

Introdução.

Este texto foi extraído da Escola de Quadros da Universidade Vermelha (EQ-UV) da seção brasileira da Corrente Marxista Internacional (CMI) a corrente interna petista Esquerda Marxista (EM-PT) realizada de 06 a 12 de janeiro de 2007 na cidade de Joinville (SC). Esta parte vai abordar: Maioria da corrente interna petista O Trabalho expulsa pela direção causa a organização da Esquerda Marxista (EM-PT) a seção brasileira da Corrente Marxista Internacional (CMI) que terá quatro itens (A não provada subordinação ao presidente da Venezuela Hugo Chávez – Os supostos agentes do MERCOSUL – Sobre o movimento das fábricas ocupadas – Sobre a calúnia da EM-PT ser integrada por infiltrados da CMI).

Maioria da corrente interna petista O Trabalho expulsa por sua direção causa a organização da Esquerda Marxista (EM-PT) a seção brasileira da Corrente Marxista Internacional (CMI).

Em 2006 o SI lambertista da 4ª impôs uma cisão em sua seção brasileira a corrente interna petista O Trabalho (OT) expulsando a maioria. Esta passou a utilizar as páginas do informativo, inicialmente intitulado OT Maioria tendência trotskista da 4ª Internacional, para explicar a ocorrência. E com a realização dias 27, 28 e 29 de abril de 2007, na cidade de Joinville (SC), de sua 1ª Conferência Nacional aprovou três mudanças. O informativo passou a denominar-se Jornal Luta de Classes (JLC) e deixou de autoproclamar-se tendência trotskista da 4ª Internacional, passando a denominar-se Esquerda Marxista (EM-PT) corrente interna petista, uma vez que se filiou enquanto seção brasileira à Corrente Marxista Internacional (CMI).

Conforme a denominação, a CMI é uma organização política existente em mais de 35 países mundo afora. Sem nos estendermos – uma vez que os mesmos foram amplamente denunciados à época – mostraremos os nefastos (e falsos) argumentados usados pelos lambertistas para a expulsão.

A não-provada subordinação ao presidente da Venezuela Hugo Chávez.

Não sendo “puro”, o processo revolucionário na Venezuela tem imensas contradições. Porém, a EM-PT não teve dúvidas acerca do governo do presidente Hugo Chávez e da revolução venezuelana. A propósito, às vésperas das eleições presidenciais de 2006 no JLC foi publicado: “É muito provável que Chávez seja vitorioso e os trabalhadores se alimentarão dessa vitória para aprofundar a revolução que se aproxima de um momento em que não é mais possível admitir recuos e erros. Ou Chávez avança na via de expropriar os bancos, as indústrias e as terras, armando as milícias, ou a revolução entrará em escalada perigosa de recuo, com as forças contra-revolucionárias passando à ofensiva”.

Tais afirmações mostraram que foi torpe a imputação de chavista feita pelos lambertistas à EM-PT, que na oportunidade reafirmou terem sido progressistas os passos dados pelo presidente Chávez ao prosseguir fazendo nacionalizações. No entanto, a EM-PT alertou que isso jamais substitui a necessidade de auto-organização das massas, reafirmado que o futuro da revolução passa pela UNT como central sindical independente e pelo PSUV enquanto partido operário independente no qual a EM-PT buscará organizar uma corrente revolucionária marxista, disputando o seu rumo. Presos à lógica dos aparelhos e conspirações de gabinetes, os lambertistas não compreendem a realidade venezuelana.

Não por outra razão, em fevereiro de 2006 o Conselho Geral lambertista soltou esta pérola sobre o governo Chávez: “Repetimos, a frente única com ele é uma coisa, mas a subordinação do movimento operário a um governo qualquer que seja – e no caso um governo kerenkista integrado ao MERCOSUL – é contrária à nossa política”. Ao mencionar governo kerenkista, os lambertistas se referem ao líder menchevique que governou a Rússia em 1917, Kerensky, que fez de tudo para sufocar a revolução proletária durante os meses que antecederam a tomada do poder pelos bolcheviques em outubro, quando constituíram os sôviétes. A seguir quem foi o contra-revolucionário Kerensky.

Ele manteve a Rússia na guerra imperialista, sustentou os privilégios dos latifundiários e industriais, não atendeu às reivindicações dos camponeses e prendeu diversos militantes bolcheviques, inclusive Trotsky. Quem autoproclama ser a 4ª Internacional como os lambertistas, jamais poderiam ter feito comparação tão fora de proporção entre Chávez e Kerensky. Quando foi forçado a estampar na capa as nacionalizações de empresas feitas pelo presidente venezuelano Chávez, o jornal lambertista OT causou as seguintes indagações: Tais nacionalizações são kerenkistas e contra-revolucionárias? Ou terá sido apenas outro ziguezague caracterizador do misto de sectarismo com oportunismo de Gluckstein/Lambert?

Os supostos agentes do MERCOSUL.

Assim, de acordo com os detratores lambertistas, a EM-PT é “chavista” uma vez que teria agido em nome do presidente venezuelano quando Chávez planejou integrar o MERCOSUL. Então, façamos o seguinte confronto de fatos ocorridos à época: Quando surgiram os ideais capitalistas dos tratados de livre-comércio a EM-PT propugnou que o MERCOSUL, a União Européia (UE) e os demais tratados deviam ser combatidos por significarem destruição de direitos sindicais e sociais dos trabalhadores assim como a retirada de impostos e taxações nacionais para garantir abertura e aumento de mercados às multinacionais, aumentando ainda mais a dominação econômica imperialista.

Por conseguinte, em edição da época do JLC a respeito da entrada da Venezuela e Bolívia no MERCOSUL foi publicado: ”Apesar da confusão que muitas organizações ditas de ‘esquerda’ promovem ao colocar o MERCOSUL como um instrumento de oposição ao imperialismo. As massas na Venezuela, Brasil, Bolívia em todos os cantos do continente sul-americano continuam firmes em lutas encarniçadas por suas reivindicações, o que de forma inevitável se chocam com os compromissos do MERCOSUL”. Que, dado às contradições causadas por países submissos ao imperialismo sempre esbarrou na crise que o capitalismo impõe à economia mundial; salientou a EM-PT.

Que, à época prosseguiu enfatizando ter sido isso que explicou a crise entre a Argentina e Uruguai, causada pela instalação de uma multinacional na região fronteiriça entre os dois países platinos. O governo uruguaio defendeu a instalação enquanto o governo argentino combateu-a alegando que o país sofreria danos ambientais. Nessa época houve uma disputa entre o governo brasileiro e o argentino sobre garrafas Pet. O que levou o então presidente Kirchner a apelar à Organização Mundial do Comércio (OMC) alegando ter havido concorrência desleal do governo brasileiro prejudicando a moral do MERCOSUL. A seguir, os lambertistas denunciaram o MERCOSUL de forma paranóica.

Foi necessário que houvesse denúncias do MERCOSUL. Porém, os lambertistas levaram meses fazendo isso de forma paranóica culpando o MERCOSUL praticamente por todos os males da face da Terra. Por exemplo, no jornal OT os lambertistas chegaram ao cúmulo de afirmar que os ataques praticados em São Paulo pela organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) foram produto (sic) de anos da política do MERCOSUL. Caso o chefe do PCC, Marcola, fosse tão culto e politizado quanto disse a imprensa burguesa, ele próprio deve ter dado muitas risadas ante tais disparates. A seguir, a única forma de combater a integração capitalista dos tratados de livre-comércio nos cinco continentes.

Para que exista ao mesmo tempo verdadeira integração econômica e fraterna entre os povos é preciso que sejam constituídas Federações de Repúblicas Socialistas (FRSs) representativas dos países de cada região continental do planeta. Por exemplo, uma FRS representativa dos países sul-americanos em relação ao MERCOSUL e outra FRS representativa dos países europeus, obviamente em relação à União Européia. A finalidade de tais FRSs é a expropriação do capital, a planificação da economia, enfim, a existência da verdadeira integração econômica e fraterna entre os povos. Mas, não para os lambertistas que considerariam isso “trabalhos forçados”, pois, são prisioneiros da “linha da democracia”.

Sobre o movimento das fábricas ocupadas.

O movimento das fábricas ocupadas e sob controle dos trabalhadores significam enorme referência da luta de classes na América Latina. Por conseqüência disto, sofre a perseguição dos capitalistas internacionais e nacionais. No caso nacional do Brasil, também ocorreu por parte do governo do então presidente Lula (2003-2010). Tal perseguição – no da presidenta Dilma merecerá texto específico – engloba processos judiciais ameaçadores de prisão de dirigentes do movimento, agravados por tentativas de retirada de máquinas das fábricas ocupadas e ainda por cima penhora de seus faturamentos. A seguir, vide o caso da CIPLA em Joinville (SC) que acabou sofrendo uma violenta intervenção.

Durante o 2º governo do então presidente Lula a fábrica ocupada da CIPLA foi violentamente reprimida por tropas da polícia federal e polícia militar. Ou seja, sofreu violenta invasão judicial, policial e militar. Antes disso, a CIPLA sofreu perseguições com ameaças de penhora de 45% sobre seu faturamento, que acarretaria em sua inviabilidade deixando desempregados cerca de mil trabalhadores. Por outro lado, os patrões das fábricas ocupadas permanecem judicialmente impunes, sendo que no caso específico da CIPLA os patrões deixaram – à época - dívidas (valor não atualizado) da ordem da bagatela de 250 milhões de reais. A seguir, os lambertistas se juntam ao imbróglio das perseguições.

A despeito de autoproclamarem ser a 4ª Internacional, os lambertistas detratou os militantes e dirigentes do movimento das fábricas ocupadas pertencentes à EM-PT como “Eles abandonaram a luta pela estatização”, “Defendem a economia solidária” e “Agem como patrões nas fábricas ocupas, explorando os operários deixando de depositar INSS e FGTS”. Causadoras de repugnância em qualquer militante honesto, tais falsas acusações independentemente disso mereceram os seguintes esclarecimentos: Na economia capitalista não há como no longo prazo uma fábrica ocupada e controlada por seus trabalhadores sobreviver ante a concorrência imposta por grandes multinacionais.

O Conselho das Fábricas Ocupadas (CFO) rejeita a “economia solidária” que significa constituir cooperativas em empresas para levar os trabalhadores a lutar em vão no mercado controlado pelo grande capital, abandonando sua classe social – para viver a ilusão de terem virado pequenos capitalistas. Por isso o programa economia solidária recebe apoio de governos e de setores da burguesia. A estatização é vital para manutenção dos empregos, protegendo-os da opressiva concorrência capitalista como também para ajudar o conjunto da classe operária a compreender que só estatizando os meios de produção se acaba com o desemprego e se desenvolve a economia em prol do bem estar (social) da maioria.

Diferentemente dos lambertistas, os militantes e dirigentes do CFO pertencentes à EM-PT buscam o diálogo honesto com militantes que intervêm em fábricas ocupadas em outros países, ainda que não concordem com o princípio da estatização. Até, para tentar convencê-los acerca do mesmo sempre apresentado publicamente nos eventos e publicações. Foi o que ocorreu no Encontro Pan-Americano em Defesa do Emprego, dos Direitos da Reforma Agrária e do Parque Fabril realizado em dezembro de 2006 em Joinville (SC) que contou com cerca de 700 delegados representativos de 12 países. Foram debatidas as questões que intitularam o evento, principalmente sobre a luta das fabricas ocupadas.

Por exemplo, os sindicalistas dos minérios da Bolívia mostraram como as cooperativas ajudam os capitalistas a tentar privatizar as minas. Os militantes da Argentina embora sejam de país cuja crise econômica causou centenas de ocupações de fábricas e adotem as cooperativas, apesar de não concordar com a bandeira da estatização – disseram sim e também assinaram esta declaração final do Encontro: “Por isso, os trabalhadores têm razão de reagir, organizar-se e ocupar as fábricas e as terras. Tem razão o presidente venezuelano Chávez quando declarou no 1º Encontro Latino-Americano de Fábricas Recuperadas por Trabalhadores ‘fábrica quebrada deve ser fábrica ocupada pelos trabalhadores’ continua.

Sendo que imediatamente anunciou a estatização de mais duas fábricas ocupadas pelos trabalhadores. Assumimos isto como tarefa prática a ser realizada (levando em conta os diferentes momentos e situações) de cada país. Buscaremos o apoio das organizações dos trabalhadores do campo e da cidade assim como de parlamentares populares para difundir nossos objetivos”. Mas, para os lambertistas os trabalhadores e militantes de cooperativas – sem exceções – são “pequeno-burgueses” e “exploradores dos operários”. Para tais “donos” da 4ª Internacional pouco importa se muitos dos militantes dessas empresas cada vez mais passem a procurar a luta junto à classe operária.

É preciso compreender os lambertistas. Afinal, o próprio Lambert viveu - Gluckstein, Sokol e Turra vivem – distanciados da realidade das fábricas (ocupadas ou não). Por isto, Lambert utilizou e os outros da camarilha utilizam discursos ultra-sectários na tentativa de encobrir suas impotências. Isto é, os quatro da camarilha não buscaram qualquer solução prática e positiva para os operários que ocupam fábricas. Haja vista, as afirmações de Gluckstein na página 128 da edição 48 da revista “A verdade” aqui entre aspas: ”É legítimo que os trabalhadores (...) circunstâncias determinadas, SE NÃO HOUVER OUTRA FORMA A SER OCUPAR AS FÁBRICAS, fazer a fábrica produzir esperando que haja uma solução”.

Traduzindo isso, somente em casos extremos, isto é, raríssimos nos quais, talvez os trabalhadores não encontrem mais novos patrões dispostos a explorá-los é legítimo ocupar as fábricas. Então, comparemos aos ensinamentos de Trotsky no Programa de Transição, isto que é uma covardia de Gluckstein em relação às ocupações de fábrica: “O movimento operário da época de transição não tem um caráter regular e igual, mas sim febril e explosivo. As palavras de ordens assim como as formas de organização devem estar subordinadas a este caráter do movimento. Fugindo da rotina como da peste, a direção deve estar de ouvido atento à iniciativa das próprias massas. Continua.

As greves com ocupação de fábricas, uma das mais recentes manifestações desta iniciativa escapam aos limites do regime capitalista normal. Independentemente das reivindicações dos grevistas, a ocupação temporária das empresas golpeia no cerne a propriedade capitalista. Toda greve com ocupação coloca na prática a questão de saber quem é o dono da fábrica: O capitalista ou os operários?!”Esclarecendo: Os trotskistas não devem buscar um meio “puro” para militância, pois, sua luta é pela transformação estrutural da sociedade que é imersa em contradições. Exemplo, nos sindicato os trotskistas se confrontam com os opositores, com pelegos uma vez ser ali onde a classe trabalhadora se reconhece.

Os trotskistas devem intervir nos movimentos das fábricas ocupadas para fazer avançar os integrantes sadios, buscando desmascarar os oportunistas e traidores. Assim, ao caluniar os militantes e dirigentes das fábricas ocupadas pertencentes à EM-PT os lambertistas tentaram esvaziar o evento realizado em julho de 2006 em Brasília intitulado Marcha das Fábricas Ocupadas e sob Controle dos Trabalhadores que contou com participação de cerca de 1.500 pessoas mobilizadas em torno da bandeira da Estatização. Por sinal, presente – através de letras vermelhas – em todas as faixas. Não se tratam de meras coincidências estes fatos que foram praticados pelos lambertistas:

Pararam de denunciar as tentativas de leilões das fábricas ocupadas e de prisões dos dirigentes das mesmas – não saudaram a CIPLA na redução de sua jornada de trabalho para 30 horas sem reduzir salários (o que causou o ódio de classe na burguesia joinvilense) - e deixaram de exigir do então presidente Lula a estatização das fábricas ocupadas. As calúnias a militantes e a dirigentes das fábricas ocupadas ligados à EM-PT, foram hipócritas. Os lambertistas não têm moral para tal. Se hipoteticamente tivesse ocorrido abandono à luta pela estatização, tornando as fábricas ocupadas espécies de “sindicatos pelegos”, trabalhadores fura-greves não têm direito de criticar sindicato pelego.

Quanto às acusações de que as fábricas ocupadas terem funcionado tal quais os patrões sonegadores de INSS e FGTS, se tratam de verdades. Isto ocorreu depois que as fábricas foram ocupadas, mas, atenção deixar de depositar o INSS e o FGTS foram decisões tomadas pelos próprios trabalhadores em assembléias que deliberaram ter como prioridade do dinheiro que entrasse no caixa, o pagamento de salários e tocara produção (matérias-primas, etc). Tais decisões que foram públicas e notórias ocorreram antes da cisão da corrente interna petista O Trabalho, sem que os lambertistas as tivessem questionado. A seguir, o relato da incoerência dos lambertistas nesse caso.

As ocupações de fábricas foram deflagradas a partir de 2002 quando os lambertistas da corrente interna petista O Trabalho sempre as apoiaram, tendo passado a criticá-las com veemência imediatamente após a cisão da citada corrente interna petista em 2006. O que os levou a denunciar insistentemente as decisões dos operários. No entanto os lambertistas não estiveram sozinhos. Seus aliados com experiência nesse trabalho sujo de muitos anos foram o sindicato patronal e o ultrapelego sindicato de trabalhadores do ramo plástico, ambos da cidade de Joinville (SC). Inimigos de classe dos operários, em nome da célebre frase “Dividir para reinar”, os exploradores e opressores agradeceram aos lambertistas.

Sobre a calúnia da EM-PT ser integrada por infiltrados da CMI.

Foi outra inverdade – conforme as anteriores não provadas - pelos detratores lambertistas. Inobstante, os fatos: Foram normais os contatos políticos dos dirigentes do Conselho das Fábricas Ocupadas, dentre os quais do coordenador nacional Serge Goulart com os dirigentes venezuelanos. Tanto foi assim que as estatizações das empresas venezuelanas INVEPAL e INVEVAL foram fruto da vitoriosa luta travada unitariamente entre trabalhadores de fábricas ocupadas do Brasil e da Venezuela. Porém, os detratores lambertistas trataram tais contatos como uma “conspiração”. Tudo, porque na Venezuela o movimento das fabricas ocupadas contou com a participação de militantes da CMI.

Em determinadas lutas unitárias são comuns os contatos e as ações políticas entre militantes de diferentes correntes, não significando que existam “infiltrados” ou “submarinos”. Por isso, acabou como ridícula a “denúncia” de que o coordenador nacional do Conselho das Fábricas Ocupadas, Serge Goulart, tivesse sido um “infiltrado” na corrente interna petista O Trabalho, supostamente a serviço da Corrente Marxista Internacional (CMI) pelo simples fato do nome do coordenador ter aparecido no site da CMI. Fato anteriormente tornado público por Goulart uma vez que ele enquanto dirigente do citado Conselho fez contato com a CMI visando travar combates em comum.

Ademais, o nome do coordenador apareceu no site da CMI porque ela denunciou existirem ações judiciais contra ele. Ao passo que nem o SI da 4ª Internacional nem sua seção brasileira a corrente interna petista O Trabalho na qual Goulart era dirigente moveu uma palha para defendê-lo. Ao contrário, numa reunião do ACIT em 2005 na capital espanhola Madri, os lambertistas barraram a resolução política de apoio à luta das fábricas ocupadas. Nessa reunião, os operários das fábricas ocupadas brasileiras CIPLA e INTERFIBRA ficaram perplexos. Os lambertistas abandonaram a luta de classes como o motor da História, substituída pela teoria da conspiração, lutando apenas pelo que considera central (o aparelho).

Os contatos e as ações comuns entre a corrente interna petista Esquerda Marxista (EM-PT) e a CMI se deram no terreno da luta de classes. Internacionalmente, por exemplo, na defesa dos acertos da revolução venezuelana, nas ocupações de fábricas conseqüentemente nas lutas por suas estatizações, na defesa da central sindical venezuelana UNT assim como na defesa do Partido Socialista Unificado da Venezuela (PSUV). Já no Brasil, as mencionadas ações comuns ficaram claras através do apoio dado pela CMI às lutas das fábricas ocupadas e na preparação conjunta do já citado e vitorioso Encontro Pan-Americano que foi realizado nos dias 08, 09 e 10 de dezembro de 2006 em Joinville (SC).

Os contatos da EM-PT com a CMI são relações entre correntes sérias do movimento operário internacional. Não é o caso dos lambertistas do SI da 4ª Internacional e da corrente interna petista O Trabalho. Não por outra razão, os dirigentes da CMI distribuíram a resolução “Uma resposta aos lambertistas” no qual provaram que os lambertistas adulteraram textos da organização internacional existente em mais 35 países (a corrente interna petista EM-PT é sua seção brasileira) com o deliberado propósito de falsificar as posições políticas da CMI. O marxismo nos ensina que quando o conteúdo político de uma determinada organização se degenera, sua prática política acompanha a degeneração.

Isso ocorreu com o estatuto do SI da 4ª quando em 2006 foi rasgado para finalidade de perpetrar a cisão em sua segunda maior seção, a brasileira corrente interna petista O Trabalho. O mesmo ocorreu durante os anos 1950 quando os então dirigentes do SI da 4ª expulsaram diversos quadros inclusive o francês Pierre Lambert. Em outras palavras, em 2006 a história se repetiu. Ou seja, os lambertistas do SI da 4ª Internacional expulsaram da seção brasileira a maioria de sua direção e dos filiados. Por ter negado responder cartas e apelos que reivindicaram debates democráticos acerca da ocorrência, os lambertistas do SI da 4ª confirmaram as suspeitas reinantes na militância da seção brasileira.

Ou seja, a expulsão da maioria dos dirigentes e dos filiados da corrente interna petista O Trabalho começou ser preparada tão logo esta maioria se revelou não ser submissa aos lambertistas. Foi vergonhosa a cisão da seção brasileira da 4ª Internacional imposta pelos lambertistas, cujos méritos na história, deram lugar à crescente degeneração (zienovievismo, adaptação aos aparatos do movimento operário e da democracia burguesa, concepção paranóica e conspiratória das divergências internas). A conseqüência disso foram perdas contínuas de militantes inclusos agrupamentos inteiros. A seguir, o que sentiu nesse imbróglio a atual corrente interna petista Esquerda Marxista (EM-PT).

Ainda denominada como tendência trotskista da 4ª Internacional, a atual seção brasileira da CMI a corrente interna petista Esquerda Marxista (EM-PT) não sentiu alegria alguma com a imposição da cisão. A atual EM-PT tornou público ter sentido tristeza, quando afirmou que acreditou ter participado da continuidade do trotskismo e da 4ª Internacional. Devido à demora em perceber todos os desvios descritos, a EM-PT assumiu o erro, enfatizando que enquanto militantes operários buscaram redirecionar o acreditado nosso partido. Porém, a EM-PT ressaltou que o partido tinha deixado de ser nosso assim como não correspondia mais ao partido do trotskismo, da luta pela 4ª Internacional.

O próximo texto – quinta e última parte – vão ser abordadas as seguintes questões: “Porque fracassaram enquanto partidos representativos da massa trabalhadora e operária o PSOL, o PSTU e o PCO/LBI depois que saíram do PT” e  “A reconstrução da 4ª Internacional”.

*jornalista – militante da seção brasileira da CMI a corrente interna petista EM-PT no qual é membro do diretório municipal em Macaé (RJ).

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