Vaidade faz alguns profissionais publicarem textos sem fundamentação na imprensa local e regional

Minha militância na imprensa local e regional tem me propiciado trabalhar com profissionais de Comunicação Social talentosos, prestigiados e bem remunerados. Neste último caso, me refiro aos que são trabalhadores como jornalistas, repórteres fotográficos, publicitários em propaganda e ou marketing. Muitos optaram por cargos de assessorias no Poder Executivo, Legislativo ou Judiciário, agravado por nem sempre ser através de concurso público assim como em instituições sindicais notadamente as mais ricas. Não raro, tais trabalhadores estão fora de função ou as exercem burocraticamente.

Já os patrões nem têm compromisso com o juramento do exercício profissional, mas, sim com o lucro.
Infelizmente também há a mazela da vaidade como os casos a seguir, sem que eu cite os nomes. Mas, atenção, nada a ver com o equívoco corporativista de que “um profissional de Comunicação Social tem o compromisso ‘ético’ de não criticar um colega”. A jornalista de iniciais CJ teve recentemente publicado em um jornal local e regional texto intitulado “América Latina: perigo aos jornalistas”. Relatando viagem de passeio que fez a países da citada região continental, a jornalista fez uma espécie de autocrítica por não ter dito, ao identificar-se para a fiscal aduaneira hondurenha que no Brasil embora não haja mais ditadura como a de Honduras, ainda ocorra assassinatos de jornalistas.
A jornalista afirmou que no Brasil embora o Judiciário ainda seja moroso, pode ser acionado em casos de desrespeito às leis básicas para o exercício da profissão. Não sendo esse, segundo a jornalista, dito pela própria fiscal aduaneira, o caso de Honduras onde jornalistas são mortos pelo que escrevem. A jornalista então mencionou os casos de Cuba onde o blogueiro Yoani Sanchez tem acesso ao seu blog proibido além de não poder viajar para fora do país. E o caso do Equador onde o jornalista Emílio Palácio foi condenado a três anos de prisão devido a um texto no qual classifica o presidente equatoriano Rafael Correa de ‘ditador’ e o governo de ‘ditadura’.
Para a jornalista o caso equatoriano se trata de um absurdo, pois, o jornalismo dá carta branca ao jornalista para expor todas suas idéias, desde que seja apresentado como tal – e não como reportagem jornalística. Até aqui considero corretas as opiniões da jornalista, sendo que ela se equivoca tratando de “classe” a categoria profissional dos jornalistas. Ela também está correta ao basear-se na Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) ao afirmar que no Brasil, dentre os crimes cometidos contra jornalistas os principais agressores são os políticos regionais e nacionais. No entanto volta a equivocar-se ao ter como base os dados dos patrões da Associação Nacional de Jornais e revistas (ANJ).
Isso, porque citado pela jornalista como célebre o caso da morte do jornalista Tim Lopes da TV Globo, além da responsabilidade do Estado por seu descaso em ter permitido um poder paralelo, inclui a própria Organizações Globo que não forneceu a vital segurança no trabalho. Concluindo a rápida análise sobre o texto da jornalista, esclareço estarei atento para ver se ela praticará o juramento de noticiar os fatos do dia-a-dia sob um ponto de vista crítico em relação ao que ocorre em Macaé e na região. Ou, conforme ela mesma disse no texto América Latina: perigo aos jornalistas se restringirá à frase “No Brasil alguns jornalistas ainda têm que tomar cuidado com o que escrevem”.
Outros claros exemplos de vaidade foram exibidos pelo jornalista e publicitário de iniciais L G e pelo graduando em Propaganda e Marketing, advogado e pré-candidato a prefeito de Macaé cujas iniciais são GS. O exibicionismo de vaidade foi iniciado pelo jornalista e publicitário através de um não fundamentado texto intitulado “O Udenismo macaense”. Aí, então, o marqueteiro criticou-o através do texto “Salada”. O jornalista e publicitário resolveu redigir e publicar no mesmo jornal local e regional autoproclamado ‘diário’ que não circula 2ª feira o texto intitulado “O conservadorismo político em Macaé” que, logo em seguida, voltou a ser criticado pelo marqueteiro no texto “Conservadorismo e Macaé”.
Chamo atenção para o fato de que esta “polêmica” foi travada no mencionado jornal através do espaço dedicado aos leitores e ou colaboradores. Isto é, caracteristicamente o jornal, além de em termos editoriais sempre ter sido chapa branca, publicou a citada “polêmica” de forma amadorística. Ou seja, sem remunerar os autores. Para se ter idéia da inexistência de fundamentação nesses dois textos sobre conservadorismo em Macaé, o do publicitário e jornalista propugna questões reivindicativas como um Conselho Municipal de Jornalismo. O fato é que existe como entidade fundada há anos a Associação dos Trabalhadores em meios de Comunicação social de Macaé (ATRACOM).
Por que a ATRACOM não funciona? Porque além de não ter poder sindical, a entidade não representa também os trabalhadores das indústrias gráficas, uma vez que a presidente de fundação (jornalista-burocrata concursada e acomodada na assessoria de um rico sindicato) fez ‘acordo’ com a diretoria da FENAJ de opor-se a fundação de um sindicato que unificasse os empregados da Comunicação Social com os das indústrias gráficas. No ‘acordo’ a então presidente da ATRACOM passou a integrar a diretoria da FENAJ. A não unificação sindical entre os trabalhadores dos dois ramos não segue o exemplo dos patrões na já citada ANJ e na Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e Televisão (ABERT).
No texto “Conservadorismo e Macaé” do marqueteiro depois que fez o proselitismo dos prefeitos da era pós-petróleo que são membros uma burguesa oligarquia de 35 anos, ele fez imprecisas citações do economista e filósofo escocês Adam Smith (1723-1790), do contra revolucionário russo Bakunin (1814-1876) e do filósofo alemão Marx (1818-1883) que erroneamente foi grafado como Max. O pior é que para o vaidoso marqueteiro, Smith se compararia a um burguês empresário macaense escravizado pela ambição de ganhar grana, isto é, um granaleiro. Já Bakunin se compararia a um advogado e “Max” a um servidor federal aposentado, os quais assim como o marqueteiro são todos ex-brizolistas.

*jornalista – é militante da seção brasileira da Corrente Marxista Internacional (CMI) a corrente interna petista Esquerda Marxista (EM-PT) onde integra o diretório municipal em Macaé (RJ).

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