Embora os ministros exonerados tenham sido crias do ex-presidente Lula, mas o certo é que, na condição de ex-chefe da Casa Civil, a senhora Dilma Rousseff assessorava e também respaldava a indicação do ministério do ex-presidente Lula. Logo, ela tem culpabilidade solidária no quadro de ministros envolvidos em corrupção no governo petista.
Até quando a presidente Dilma Rousseff continuará presa às amarras dos conselhos do ex-presidente Lula, para governar o País, bem como dependente de um Parlamento fisiologista, de coalizão da base de apoio, cujos partidos exigem a indicação de seus apaniguados nos diversos escalões do governo?
A presidente ainda não mostrou competência para desatar esse nó górdio fisiologista do toma lá dá cá, que marcou o governo anterior. Até agora as trocas de ministros obedeceram ao ritual passado e nenhum efeito positivo foi sentido. Pois os ministérios continuam sendo infestados de políticos em desvio de função legislativa ou de ex-parlamentares sem nenhum conhecimento da área. A presidente fala que é a favor da meritocracia ou tecnocracia, na administração pública, mas não é isso que se tem visto na indicação de seus ministros sem competência técnica.
De útil para a sociedade brasileira, o que a presidente da República já nos ofereceu? A população é incentivada a colaborar com os números estatísticos positivos da economia, gastando o que não tem e comprometendo a sua imagem nos cadastro negativos do SPC, bem como nos cartões de créditos. O fabuloso projeto do trem-bala, uma miragem dispendiosa aprovada pelo Congresso, que não vai atender às necessidades da massa brasileira, até agora não mostrou a cara, o que se pode dizer que não existe. A ferrovia Transnordestina, com 1.700 quilômetros de extensão, iniciada em 2006, ao custo de 4,5 bilhões, já está em 7 bilhões, e até agora só 10% do percurso foi construído. Como obra da prodigiosa indústria naval brasileira, o petroleiro João Cândido foi lançado ao mar, em 2010, pelo ex-presidente Lula, voltou à terra firme logo após a cerimônia e nunca mais saiu. Não adianta a presidente criticar os países estrangeiros, tentando ensinar a fórmula para enfrentar os seus problemas econômicos, se ela não resolve as nossas dificuldades locais.
A presidente, ao ser questionada sobre possível crise no Congresso, tergiversou afirmando que perder ou ganhar votações faz parte do processo democrático e deve ser respeitado. Mas a verdade é que ela não absorveu democraticamente a derrota e imediatamente procurou trocar as suas lideranças no Congresso Nacional.
Até que ponto se pode acreditar nas palavras da presidente Dilma Rousseff? Ela diz que não gosta desse negócio de toma lá dá cá. Mas ela participou de um governo, cuja mesa de negociação era a troca de favores. Os recentes ministros defenestrados eram produtos dessa negociata. E hoje os ministros substitutos continuam guardando estreita relação com o fisiologismo espúrio que relaciona governo e partidos aliados.
Júlio César Cardoso
Bacharel em Direito e servidor federal aposentado
Balneário Camboriú-SC