Crack, Bicho e Ratos no Senado

O ano mal começou e as notícias dos últimos anos se repetem, todas, de uma só vez: magistrados suspeitos pela movimentação de quantias incompatíveis de dinheiro, a polícia paulista finalmente descobriu que havia uma região na capital paulista tomada pelo crack e resolveu agir, pouco tempo depois de a Polícia Federal localizar bicheiros na Cidade Maravilhosa. E os ratos tomaram conta do Senado Federal.
Nada novo de novo. Mas merecem destaque as atividades dos policiais, porque agiram como atores de um grande espetáculo, chamando para si todos os holofotes, como se estivessem a solucionar um problema recém descoberto. Mentira. Primeiro porque o Jogo do Bicho, criado em 1892, não acabou e nem vai acabar com a atuação policial. E basta pesquisar na internet “jogo do bicho” para perceber o quão forte continua por todo o Brasil. Por isso aquela atuação policial, invadindo casas na busca de contraventores (o jogo é considerado contravenção penal, um “crime anão”), não bastou de um show midiático sem qualquer resultado prático e efetivo. Na verdade, foi só desperdício de dinheiro público, e alguns minutos de fama para os atores principais.
Já os policiais paulistas de tempos em tempos descobrem o que até as pedras sabem, e encontram no centro de São Paulo produtos contrabandeados, coincidentemente sempre nos mesmos lugares, como 25 de março, Galeria Pagé etc. Não bastasse, depois de anos de inércia, agora resolveram, talvez plagiando a atuação carioca, enfrentar o problema de uma região conhecida por abrigar consumidores de crack simplesmente espalhando seus usuários para outras regiões. E tal como aconteceu no Rio de Janeiro, onde as UPP’s (Unidades de Polícia Pacificadora) apenas transferiram os locais de tráfico, na capital bandeirante o consumo da droga ficou descentralizado com a ação policial.
Para se resolver verdadeiramente um problema, são necessárias medidas enérgicas e vontade política. Daí que a relevância da matéria publicada no jornal Folha de São Paulo, na edição de 17 de janeiro, de que o Senado foi dedetizado após a descoberta de que roedores dividiam o mesmo espaço dos nossos 81 senadores. Como o meio mais eficaz para o extermínio dos roedores seria a dedetização, ela foi utilizada. Nas suas devidas proporções, é o que falta para a Administração Pública como regra: menos espetáculos e mais soluções, pois já estamos todos cansados desse circo.

Vladimir Polízio Júnior, 41 anos, é defensor público (Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.)
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