“Quando eu vivia num dos campos de concentração da Alemanha nazista, pude observar que alguns dos prisioneiros andavam de barraca em barraca, consolando outros, distribuindo suas últimas fatias de pão. Podem ter sido poucos, mas me ensinaram uma lição que jamais esqueci: tudo pode ser tirado de um homem, menos a última de suas liberdades – escolher de que maneira vai agir diante das circunstâncias do seu destino”.
É fascinante notar como Viktor Frankl estava certo em suas observações.
Talvez ninguém possa mudar o seu destino, se é que ele realmente existe, mas pode mudar a sua forma de encará-lo. Por vezes, momentos difíceis minam a nossa alegria e crença em dias melhores. Ficamos desolados, sem acreditar que exista alternativa possível para minimizar nossos sofrimentos. Jamais poderíamos supor que essa opção existe bem dentro de nós, na forma como escolhemos encarar as situações, seja como benção ou maldição.
Indubitavelmente, os que optam pelo olhar benevolente e esperançoso, colhem melhores e mais saborosos frutos que os pessimistas e encolerizados. A privação, em maior ou menor grau, faz parte da vida de todas as pessoas e pode se manifestar na escassez de comida, de saúde ou de fé. Em algum momento, todos experimentam a falta de algo, que pode ser o dinheiro, a liberdade ou a paz.
A forma como vamos lidar com a privação do que desejamos é determinante na colheita dos resultados. Usando o relato de Viktor Frankl, enquanto muitos lamentavam a própria sorte esperando a morte chegar, outros distribuíam o pouco que tinham para amenizar o sofrimento alheio e, por extensão, o próprio sofrimento, através da solidariedade e da partilha.
Que neste Natal possamos refletir sobre essa nossa liberdade de estender as mãos ao necessitado ou recolhê-la ao próprio bolso, privando-nos de ações solidárias e fraternas!
Maria Regina Canhos Vicentin é escritora.
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Acesse e divulgue o site da autora: www.mariaregina.com.br.