Capitalismo e racismo causam desemprego maior às trabalhadoras negras, mostram dados do IBGE

A sociedade dividida em classes sociais, isto é, a sociedade capitalista em momento algum da História conseguiu desenvolver o pleno emprego, ou seja, emprego para todos e todas. Daí, porque, embora a Literatura não registre isso, o Mártir Internacional da Consciência Negra Stephen-Steve Bantu Biko (1946-1977) bebeu nas fontes de Marx (1818-1883), Engels (1820-1895), Lênin (1870-1924) e Trotsky
(1879-1940) para cunhar o célebre ensinamento "Racismo e capitalismo são os dois lados de uma mesma moeda". Como a História é a história da luta de classes, nela o sindicalista e líder socialista sul-africano Steve Biko, conforme ficou mais conhecido é o maior herói negro mundial.
Haja vista, dia 22 de junho passado, como são duas instituições burguesas, o jornal O Globo noticiou os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no qual mostrou um só lado da moeda.
Isto é, O Globo informou que, de acordo com os dados fornecidos pelo IBGE, a taxa 6,4 % de desemprego durante o mês de maio no país, vem a ser a menor desde o ano de 2002. Assim, as duas instituições dão destaque ao fato de que o mercado de trabalho brasileiro continua
(sic) bastante desigual, discriminando mulheres, negros e jovens. Ora, não é preciso ser ‘especialista', ‘intelectual' ou doutor em Economia, Sociologia e Antropologia para afirmar a inexistência de novidade em tais informações.
Conforme ensinaram Marx, Engels, Lênin, Trotsky e Steve Biko a sociedade capitalista através de sua (burguesa) democracia é uma ‘fábrica' de opressões, sendo a principal a exploração de uma classe social minoritária (burguesia, elite, ricos, classe dominante) sobre a classe social majoritária, que é o povo trabalhador, a classe trabalhadora, o proletariado ou os oprimidos. Por isso, não é novidade econômica, sociológica e ou antropológica que as trabalhadoras negras jovens sejam as mais discriminadas dentre as maiorias sociais. Afinal, sendo a sociedade capitalista, racista e sexista-machista, as discriminações são fatos sociais comuns que levam as jovens trabalhadoras negras a serem triplamente discriminadas, ou seja, oprimidas.
Em outras palavras, as jovens trabalhadoras negras são exploradas a despeito de pertencerem a uma majoritária classe social assim como são oprimidas apesar de fazerem parte do igualmente majoritário segmento social em termos étnico-racial e de gênero. Por conta disso, acaba não sendo novidade alguma O Globo noticiar, por exemplo, que segundo os dados do IBGE o desemprego entre as trabalhadoras brancas seja de 6,8% isto é, maior que a taxa de 4,2% entre os trabalhadores brancos. Da mesma forma, não é novidade que, segundo os dados do IBGE noticiados pelo O Globo, a taxa de desemprego entre as trabalhadoras negras suba característica e significativamente para 9,5%.
Registre-se, não ‘contentes' com seus papéis de instituições burguesas, O Globo e o IBGE prosseguem com seus propósitos de mostrarem apenas um lado da moeda. Para tanto, as duas instituições dão ênfase para o fato de que a taxa de desemprego entre as trabalhadoras negras com idade entre 18 e 24 anos subiu para 20% no mês de maio, uma vez que no mês de abril estava em 19,6%. O que, segundo O Globo e o IBGE, vem a ser mais do que o triplo da atual taxa média. As duas instituições burguesas fazem questão, conforme são os seus propósitos de mostrarem apenas um só lado da moeda, da comparação com a taxa de desemprego entre as trabalhadoras brancas com a mesma faixa etária de 18 a 24 anos, que está em 12,6%.
É quase inacreditável que O Globo considere na tabela do IBGE a taxa
(4,9%) de desemprego no Brasil entre os trabalhadores como baixa e alta entre as trabalhadoras, que é de (8%). Em 2º lugar, as duas instituições burguesas mostram-se elitistas ao considerar elevada a taxa de desemprego somente em relação aos trabalhadores e trabalhadoras que estudaram mais. Por fim, para o Globo e o IBGE embora existam reclamações no empresariado brasileiro de falta de mão de obra, na juventude trabalhadora do país entre 18 e 24 anos há um exército de desempregado, deixado de lado por não ter qualificação ou experiência, cuja taxa no mês de maio foi de 13,5% contra a taxa de 15% registrada no mês de abril.
Alternativas anticapitalistas, anti-racistas e anti-racialistas de um militante do Movimento Negro Socialista (MNS).
Antes disso, um breve comentário, parodiando o atual slogan das Organizações Globo através de sua rede nacional de tevê "A gente (não) se liga em você" em relação às jovens trabalhadoras negras. O que, aliás, ainda que de outra forma, é o propósito dos militantes da quase totalidade dos movimentos negros racialistas e defensores do capitalismo consequentemente não-antirracistas. Dois deles, sendo um contemporâneo enquanto um dos 48 fundadores do Instituto de Pesquisas das Culturas Negras (IPCN) revela isso em seus comentários, mais abaixo. Então, em contraposição a isso reafirmo que a espécie humana ainda não desenvolveu políticas públicas mais democráticas, abrangentes e eficazes que as universalistas.
Por isso propugno: Ao invés da nefasta Lei 12.288/2010 a apelidada de Estatuto da Igualdade ‘Racial' Reformas Urbana e a Agrária sendo esta via imediato assentamento de 450 mil famílias de Sem-terras acrescido das titulações às remanescentes em quilombos - ao invés da hedionda, paternalista e paliativa ação afirmativa que disfarça a cota universitária ‘racial' para negros e indígenas, Universidades, Escolas inclusas as Técnicas Profissionalizantes, Bibliotecas e Creches Públicas, Gratuitas e de Excelência na Qualidade para Todos e Todas - Leis 10.639/2003 e 11.645/2008 respectivamente História & Cultura Afro-brasileira e Indígena nas escolas públicas e particulares do Ensino Médio e Fundamental aplicada com curso de capacitação dos professores por graduados pertencentes a todas as correntes do pensamento didático-pedagógico.
Sobre o combate ao racismo através dos fatos sociais comuns dele provenientes, que são as discriminações étnico-raciais previstas na Lei 7.712/1989 (Caó) as delegacias da Polícia Civil e da Polícia Federal devem ser obrigadas a se infra-estruturarem de um Setor Especializado com no mínimo advogado, antropólogo e sociólogo para o registro do boletim de ocorrência (BO) durante os plantões diários. Já quanto às reivindicações internacionais propugno ao invés da ocupação militar do Haiti (que a partir de 2010 se disfarçou de ajuda humanitária devido ao terremoto) o fim da farsante MINUSTAH da ONU consequentemente com retorno das tropas aos países de origem a começar pela brasileira que as comandam - Liberdade para o jornalista o militante negro e anti-racista estadunidense Mumia Abul Jamal e uma vez que órgão do gênero institucionalizado pela ONU não tem moral para isso, um Tribunal Mundial Autônomo para julgamento e punição exemplar dos crimes de lesa humanidade como genocídio no Haiti e diferentes países e regiões do continente africano.

*jornalista - é militante do MNS onde integra a coordenação nacional.
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