Para se ter idéia do elitismo, em Macaé uma oligarquia se perpetua no Executivo Municipal há 34 anos, sendo isto uma hipertrofia sociológica típica da dominação burguesa que acabou se tornando um hábito. Por exemplo, o presidente do CBV Macaé, Marcos Navega afirmou que o Título de ‘Embaixador' do Turismo é concedido às personalidades no âmbito nacional, estadual e municipal, sendo os homenageados escolhidos após seleção rígida. Assim é mero ‘acaso' o sobrenome de um dos homenageados, o presidente da Comissão da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (FIRJAN) e do Fundo Municipal de Desenvolvimento Econômico (FUNDEC) ser o mesmo dele, Francisco Navega.
Então, também se trata de ‘coincidência' outros dois homenageados terem o mesmo sobrenome: O alcaide macaense Riverton Mussi e o deputado federal Adrian Mussi, ambos do PMDB. A desfaçatez da burguesia local é tamanha que outro homenageado foi o diretor responsável do único jornal considerado diário do município, que exatamente por isto vem a ser o órgão da imprensa até recentemente o beneficiário do monopólio da milionária publicidade oficial. Anos atrás, ao ser agraciado por sua comadre e atual vice-prefeita macaense com uma honraria do gênero, tal jornalista-empresário mentiu descaradamente afirmando que foi perseguido pela ditadura militar-fascista durante anos de chumbo.
Haja vista, não se sabe por que, mas o fato é que o órgão de imprensa do citado jornalista-empresário ao noticiar as entregas das honrarias dos Títulos de ‘Embaixadores' do Turismo, o fez sem informar se diversos outros homenageados compareceram, ou não, ao evento promovido pelo CBV Macaé, para receberem suas honrarias. Dentre os quais, sua própria comadre a vice-prefeita macaense Marilena Garcia (PT) assim como outras das chamadas autoridades políticas locais como o deputado federal Aluizio dos Santos Júnior (PV), o deputado estadual licenciado-PMN e Secretário Estadual de Agricultura, Christino Áureo, além de outras personalidades locais, estaduais e nacionais.
Em outras palavras, a edição do jornal dirigido pelo citado jornalista-empresário ao dar-lhe destaque com foto e tudo enquanto homenageado com a honraria, fez proselitismo do ‘chefe'. Registre-se que na escala de valores própria de uma sociedade capitalista, ele se trata da chamada pessoa que venceu na vida, uma vez que fez bem sucedida carreira profissional iniciada como trabalhador endemista no extinto órgão federal SUCAM, isto é, a atual Fundação Nacional da Saúde (FUNASA). Posteriormente, ele tornou-se servidor do Legislativo Macaense onde se aposentou com polpudo salário. Nesta ocasião, por ter sido uma espécie de ‘marajá' ele pode erguer o jornal que dirige, através do milionário monopólio da publicidade oficial.
Certa vez, indagado sobre o porquê da redação do jornal que dirige nunca ter contado com jornalistas que fossem adeptos do marxismo, isto é, adeptos dos ideais do filósofo Karl Marx (1818-1883) ele não se fez de rogado afirmando "em Macaé há jornalista marxista que reconheço ser competente; ocorre trata-se de inimigo de classe". A propósito, de acordo com uma fonte fidedigna, sempre que tal jornalista-empresário precisa informar-se acerca do perfil ideológico de um jornalista-trabalhador vindo de fora de Macaé, ele telefona para o sindicato da categoria sediado em Niterói, cuja diretoria historicamente é sempre constituída por uma quase totalidade de jornalistas-empresários.
*Almir da Silva Lima é jornalista