Até porque, concordo o deputado nazi-fascista consequentemente racista Jair Bolsonaro (PP-RJ) deve ter mesmo o mandado cassado por quebra de decoro parlamentar, pois, ele vilipendiou pela TV a trabalhadora (intérprete e atriz) negra Preta Gil. Foi isto o que na oportunidade manifestei. Assim, o texto faz um correto diagnóstico da violência policial que vitima de forma genocida o segmento negro do povo trabalhador, mais precisamente os jovens. No entanto, conforme ensinou Lênin (1870-1924) conteúdo e forma têm o mesmo valor. Daí, ser sectarismo e oportunismo o ataque feito ao Estado Brasileiro, porque um movimento negro signatário do texto que autoproclama ser unificado, é um valhacouto de cooptados.
A equivocada conjugação de imiscuir racialismo e sectarismo do texto ‘Negros e negras de luto e de luta' ficam patenteados na defesa fundamentalista feita pelos signatários quando mencionam "o avanço de políticas públicas e de reparações para o povo negro brasileiro sofrem no STF a tentativa de derrotar a política de cotas (‘raciais' para negros e indígenas) nas universidades". Em outras palavras, os signatários de tal texto fogem como o diabo foge da cruz em relação a esta célebre frase "Racismo e capitalismo são os dois lados de uma mesma moeda". Afinal é o ensinamento do maior herói negro mundial, o Mártir da Consciência Negra, o sindicalista e líder socialista sul-africano Stephen-Steve Bantu Biko (1946-1977).
Então, apesar da data de 13 de Maio ser oficial e se referir a um fato da História nacional, não é por isto que não deva apresentar as reivindicações internacionais. Haja vista, tanto a ideologia opressiva baseada na dominação via-diferenciação étnico-racial (racismo) quanto o sistema político-econômico baseado na pior opressão que é a de classe social (capitalismo) o são. Por isso, além das poucas e corretas reivindicações nacionais apresentadas pelos signatários do mencionado texto, nós do Movimento Negro Socialista (MNS) fundado no I Encontro Nacional realizado em São Paulo (SP) no dia 13 de maio de 2006, reafirmamos nossas reivindicações nacionais e internacionais, que são as seguintes:
Reforma urbana e a Agrária já, esta através do imediato assentamento de 350 mil famílias de Sem-terras acrescido a titulação às remanescentes em quilombos, bibliotecas, creches, escolas inclusas as técnicas profissionalizantes e universidades públicas, gratuitas e de excelência na qualidade para todos e todas. Idem a tudo relacionado à Saúde inclusa a epidemia social de anemia falciforme. Aplicação das Leis 10.639/2003 e 11.645/2008 respectivamente História (que é a história da luta de classes) & cultura afro-brasileira e a indígena nas escolas públicas e particulares do ensino fundamental e do médio ministradas por graduados professores de todas as correntes do pensamento didático-pedagógico ministrando os cursos de capacitação dos professores.
Que a Lei 7716/1989 (Caó) de combate ao racismo seja aperfeiçoada, obrigando as delegacias da Polícia Civil e da Polícia Federal a se infra-estruturarem de um setor especializado de registro do boletim de ocorrência atinente contando no mínimo com advogado, antropólogo e sociólogo. Outra ajuda humanitária que não a ocupação militar do Haiti exemplificada na farsante MINUSTAH da ONU acarretando no imediato retorno das tropas aos países de origem a começar pela brasileira que as comandam, liberdade para o jornalista e militante anti-racista o negro estadunidense Mumia Amul Jamal que se encontra há anos injustamente preso e na fila de execução de pena de morte. Por fim, um Tribunal Mundial Autônomo para julgar e punir exemplarmente os crimes de lesa humanidade, dentre os quais, os que ocorrem no Haiti e em diversos países e diferentes regiões do continente africano.
*jornalista - é militante do MNS onde integra a coordenação nacional.