Condedine-Rio ao invés de combater o racismo sobre os negros se limita a reles moção

O pomposo Conselho Municipal de Defesa dos Direitos do Negro da Cidade do Rio de Janeiro (COMDEDINE-RIO) é um órgão caô. Isto é, um órgão deliberativo que é representativo de organizações do Movimento Negro (MN). Mas, não para combater o racismo e, sim emitir reles moção de desagravo e solidariedade quando ocorre crime de racismo praticado contra os negros. Claro como água é o caso que teve como vítimas dois negros, pai e filho. O pai inclusive é consultor de Segurança Pública da própria diretoria do CONDEDINE-RIO, uma vez que é histórico militante do MN carioca, comissário de polícia e advogado membro da Comissão da Igualdade ‘Racial’ da OAB-RJ. Já o filho é bancário e universitário.
Tudo começou recentemente quando de noite o filho, ao entrar como usuário em um taxi, o taxista foi preconceituoso e ‘desconfiou’ que seria assaltado, por ele ser negro.  Então, logo em seguida, o taxista parou em posto de abastecimento, sob a alegação de que iria ao banheiro. Porém, o taxista telefonou de seu celular para um carro-patrulha da PM que não demorou chegar ao local. O bancário e universitário ao mesmo tempo em que telefonou para o seu pai, exigiu que todos se dirigissem para o registro de um Boletim de Ocorrência (BO) em uma delegacia da Polícia Civil. Ou seja, em um órgão da Secretaria Estadual de Segurança Pública onde o seu pai é servidor público enquanto Comissário de Polícia.
O taxista tremeu nas bases, reconhecendo ‘ter sido preconceituoso’. Apesar disto, todos, isto é o bancário e universitário, o taxista e os dois policiais militares dirigiram-se para a Delegacia de Polícia (DP). Nela, quando chegou o pai do bancário e estudante universitário, por ser militante anti-racista do MN, advogado e Comissário de Polícia, ele falou grosso questionando porque o BO ainda não tinha sido registrado uma vez que o próprio taxista reconhecera ter sido preconceituoso. O imbróglio varou madrugada, somente cessando ao raiar do dia. Foram registrados dois BO, um de constrangimento ilegal ‘sem autoria’ sofrida pelo bancário e universitário mais outro BO de desacato feita pela delegada de plantão contra o pai dele.
No imbróglio, conforme a Lei 7716/1989, ocorreu crime de racismo praticado pelo taxista tendo os dois policiais militares como co-autores e, não ‘apenas’ constrangimento ilegal sem autoria sofrida pelo bancário e universitário, registrada em BO. O próprio taxista reconheceu ter sido preconceituoso. Faltou destemor na consciência anti-racista tanto do bancário e universitário quanto do pai dele e advogado. No caso deste há as agravantes de ser advogado-membro da Comissão da Igualdade ‘Racial’ da OAB-RJ e militante anti-racista do MN. Já o registro em BO por desacato contra um Comissário de Polícia feito pela delegada de plantão, expôs imiscuído ao corporativismo a prática de abuso de autoridade.           
É burocrática a moção de ‘desagravo e solidariedade’ aos dois negros vilipendiados, emitida pelo COMDEDINE-RIO. Caso sua diretoria executiva tenha membro profissionalizado, tratar-se-á de um cabide de emprego, como fez a prefeitura carioca através da nomeação de outro histórico militante anti-racista do MN na similar Coordenadoria de Políticas para Promoção da Igualdade ‘Racial’. Por fim, o militante anti-racista do MN, comissário de polícia e advogado-membro da CIR da OAB-RJ quando enviou carta em seu nome e de seu filho com ‘os mais profundos agradecimentos’ ao CONDEDINE-RIO pelo ‘grandioso gesto de solidariedade, expressado na moção’ revelou não querer combater o racismo.

*jornalista – é militante do Movimento Negro Socialista (MNS) onde é membro da coordenação nacional.

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Militante negro, candomblecista e anti-racista redige carta sobre a deturpação racista magia negra ao invés de ritual macabro.
O Diário de PE divulgou a triste notícia de que uma professora foi morta em um Ritual Macabro, outros jornais orais insistiam no termo Magia Negra. A morte da profª foi divulgada como se tivesse acontecido em um supostoTerreiro de matriz africana aqui em PE, os assassinos também se auto-declaravam Pai e Mãe de Santo para a imprensa. O que causou indignação ao povo negro de PE que pertencem às religiões de matriz africana. Após eu ter lido a reportagem, achei importante me colocar enquanto negro, de matriz africana e ativista político social de DH, desse modo escrevi uma CARTA PARA O DIARIO DE PERNAMBUCO, a fim de refletir acerca da expressão MAGIA NEGRA, sempre associada aos nossos cultos de matriz africana e/ou indígena, inclusive, muitas vezes até por irmãs nossas que ainda não têm  apropriação teológica das religiões de matriz africana nem do outro lado da história de nosso povo negro.

Então: A carta foi publicada hoje dia 15/03/2011, confiram no link abaixo, é o 3º texto, ou comprem o DP e leiam a carta impressa. Leiam o texto, comentem. A assinatura está como MNU-PEe REDE AFRO LGBT, pois o discurso na carta está ideologicamente contemplando a visão de mundo desses dois movimentos sociais.


Magia negra, não. É racismo

O termo magia negra nada tem que ver com a matriz africana e a religião do Candomblé. Ele foi usado pelo branco europeu e acabou sendo reproduzido pela sociedade brasileira ancorada em ideias ainda eurocentristas racistas, pois tudo que é feio, mal, fedorento, tenebroso está inconscientemente associado à etnia negra, que, obviamente, pertence à ancestralidade africana, de pele negra. Logo, uma forma racista consciente ou inconsciente de se conceituar um ritual macabro no qual pessoas sem formação teológica de matriz africana e iniciadas também por outras igualmente ignorantes no assunto, reproduzem essa fala da magia negra e cometem crimes de homicídios, como foi o caso da professora. O Diario de Pernambuco está de parabéns por trocar o termo pela expressão ritual macabro na sua última reportagem sobre o caso da professora assassinada por pseudos pai e mãe de santo, diferentemente da imprensa sensacionalista que insiste em usar o termo magia negra nesse tipo de crime.

Carlos Tomaz - Rede Afro LGBT, MNU-PE

Para ler a carta no Diário de Pernambuco clique sobre o link abaixo:
http://www.diariodepernambuco.com.br/2011/03/15/Cartas.asp

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