Se eu não conhecesse bem  o caso Battisti e, além disso, acreditasse na boa fé da grande mídia, pensaria  que os inimigos do escritor italiano estão sendo muito generosos. Com efeito,  será verdade que ele matou apenas quatro pessoas? Vocês pensarão por que  me faço uma pergunta tão idiota. 
 
O motivo de minha curiosidade é o seguinte:  Itália é um tradicional país cristão, onde até há pouco tempo as famílias  tinham muitos filhos. Aliás, conservadores piedosos e crédulos aceitam todos os  filhos que “Deus manda”. Durante as décadas de 20, 30 e parte de 40, o aumento  de número das famílias foi estimulado com recomendações, prêmios, medalhas e  elogios. O Duce Benito Mussolini distribuía pessoalmente honrarias entre as  famílias mais férteis, e os parabenizava por produzir mais soldados para a  glória do Fascio, já que a Pátria precisava matar muitos albaneses, ciganos,  negros e outros monstruos.
 Apesar de tudo isso,  porém, será que apenas quatro pessoas (ou seja, os quatro mortos que a Itália  pretende atribuir a Battisti) podem ter tantos familiares???
 Com efeito, parece  praticamente infinito o número de familiares das vítimas que aparecem em  todos os contextos italianos da vendetta anti-Battisti: nos discursos de  políticos, magistrados e policiais, na mídia, nas sociedades de vítimas, etc.  Esses familiares de vítimas se consideram também eles vítimas e, de  fato, alguns deles são. Alberto Torregiani, por exemplo, foi atingido por uma  bala durante o tiroteio entre seu pai e membros dos PAC. Os outros podem  considerar-se vítimas emocionais, pois perderam seus seres queridos.
 Minha dúvida provém  deste fato: apesar de meus esforços não consigo avaliar quantas  são, aproximadamente, essas vítimas. Elas estão em todos os lados: são  apresentadas à União Européia, são mencionadas nos discursos de Berlusconi, La  Russa, Frattini, Alfano, Napolitano, são alvo de reportagens múltiplos em todos  os jornais, revistas e magazines. Que esquisito! Um país que acabou a guerra em  1945 tem mais vítimas que o resto da humanidade, onde vários países estão em  guerra permanente. 
 As vítimas possuem  associações que rendem homenagem a todos os que, segundo eles, foram  assassinados pela esquerda, o que eles chamam terrorismo rosso [vermelho].  Algumas vezes, de maneira rápido e a contragosto, os diretores dessas  associações de vítimas falam do terrorismo nero [preto], apesar de que  só em pouquíssimos locais usam a palavra “fascista”.
 O problema é o seguinte:  desde 1969, quando grupos fascistas atacaram Piazza Fontana, em Milão, até  1980, quando outros fascistas explodiram a estação de trem de Bolonha, os  terroristas pretos praticaram 11 super atentados (chamados stragi,  estragos), com explosivos de alto poder fornecido pelo Exército e pela Marinha.  Esses atentados, cujo objetivo era produzir o pânico para poder justificar um  golpe de estado (dentro de um projeto planejado pela CIA, a NATO, a DC, os  militares, os neofascistas e outros) matavam a qualquer um que andava por  perto, fosse de esquerda, de direita ou sem ideologia nenhuma.
 Portanto, as sociedades  das vítimas, usualmente comandadas por pró-fascistas e alguns  pseudo-pós-stalinistas, não podiam ignorar tamanhas calamidades. Só o ataque a  Bolonha produziu, em 3 minutos, 85 mortos e mais de 200 mutilados, de todas as  idades, atividades, sexo, classe social, etc. É claro que uma sociedade de  apoio às vítimas não pode esquecer aqueles atentados, pois, entre os  grandes estragos e os pequenos (estes foram centenas) morreram centenas de  pessoas e houve milhares de aleijados e mutilados.
 Os grupos que realizaram  todos esses atos de terror incluíam, pelo menos, os seguintes, mas havia outros  que não ficaram bem conhecidos:
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 Nome  | 
 Doutrina  | 
 Sigla  | 
 Data  | 
 Fundadores  | 
| 
 Movimento Sociale Italiano  | 
 Grande Movimento de Restauração do Fascismo.  | 
 MSI  | 
 1946  | 
 Fascistas Históricos  | 
| 
 Movimento de dimensões médias, terrorista e violento.  | 
 AN  | 
 1960  | 
 Della Chiaie  | 
|
| 
 Grupo pequeno. Mistura de nazismo com Maoísmo.  | 
 OLP  | 
 1969  | 
 Estudantes  | 
|
| 
 Ordine Nuovo  | 
 O mais importante da época, místico, violento, terrorista, admirador de Hitler.  | 
 ON  | 
 1969  | 
 Clemente Graziani  | 
| 
 Pequeno. Nacionalista e militarista, com interesses sociais.  | 
 
  | 
 1976  | 
 Estudantes de ultradireita  | 
|
| 
 Pequeno. Populista e organicista, com tendência a ação direita.  | 
 
  | 
 1977  | 
 Grupos espontâneos  | 
|
| 
 Ultraterrorista, com 33 assassinatos diretos e 85 vítimas em atentados.  | 
 NAR  | 
 1977  | 
 Valerio Fioravanti  | 
Os principais estragos, que foram os que colocaram toda a população italiana em estado de terror, e serviram para que a direita pudesse atacar à esquerda “para eliminar o terrorismo”, foram muitos, mas os seguintes são os principais:
| 
 Atentados Massivos de Autoria Fascista  | 
||||
| 
 Data  | 
 Evento  | 
 Ms  | 
 Fs  | 
 Autores  | 
| 
 08-09/  | 
 Bombas-Teste    em Trens.  | 
 0  | 
 0  | 
 Foi acusada a esquerda em geral, principalmente os anarquistas, mas a autoria foi de Ordine Nuovo. (Ver 4.A.3)  | 
| 
 12/12/69  | 
 Massacre    de Piazza Fontana em Milão.   | 
 17  | 
 88  | 
 O governo culpou aos anarquistas. Em 1999, o General Giandelio Maletti, ex-chefe de um SSc confessou que Ordine Novo, filiado ao OG, cometeu o atentado para culpar à esquerda.  | 
| 
 12/12/69  | 
 Bombardeios simultâneos em Roma.  | 
 0  | 
 13?  | 
 Mesma situação que no caso de Piazza Fontana.  | 
| 
 22/07/70  | 
 Bombardeio a um trem    na Calábria.  | 
 6  | 
 136  | 
 Grupo fascista MSI?  | 
| 
 1972  | 
 Bombardeio de três policiais.  | 
 3  | 
 0  | 
 Polícia e MP culparam à esquerda em geral. Algo depois, Vincenzo Vinciguerra, membro do OG, reconheceu a autoria do atentado.  | 
| 
 17/05/73  | 
 Ataque a Quartéis da Polícia.  | 
 4  | 
 45  | 
 Gianfranco Bertolli, que se fez passar por anarquista. Descobriu-se que era agente do SID e membro do OG.  | 
| 
 11/73  | 
 Explosão de Aeronave.  | 
 4  | 
 0  | 
 O General Geraldo Serraville, chefe do OG entre 1971 e 1974, acredita que foi uma ação dos próprios agentes de Gladio.  | 
| 
 28/05/74  | 
 Massacre in Piazza della Loggia.  | 
 8  | 
 103  | 
 Fascistas e Policiais. Os instigadores e organizadores eram    membros de alto nível da OG. O caso foi abafado depois de muita investigação.  | 
| 
 08/74  | 
 Bomba em Trem Italicus.  | 
 12  | 
 105?  | 
 Um grupo fascista pouco conhecido, Ordine Nero, assumiu neste caso o atentando.  | 
| 
 20/08/80  | 
 Estação Central de Bolonha.  | 
 85  | 
 Mais de 200  | 
 Justiça e polícia acusaram à esquerda, porém os neofascistas dos Núcleos Armados Revolucionários (NAR) assumiram ter colocado explosivos de uso militar.  | 
| 
 23/12/84  | 
 Trem Bombardeado em Movimento.  | 
 16  | 
 Mais de 200  | 
 Atribuído a neofascistas, auxiliados pela Máfia e a Camorra.  | 
Alguns dos autores  destes atentados foram amigos do ministro Ignázio La Russa, que, quando era  jovem, também ele mesmo atuou em atos de violência de estilo menor. La Russa  promoveu um grande ataque contra as juventudes de esquerda em 1973, na praça de  San Babila, em Milão, liderando um bando de adolescentes fascistas armados.
 Dado este quadro, as  associações de vítimas também devem honrar as vítimas do terrorismo  fascista e não apenas as vítimas da violência de esquerda. Mas, isso  significaria reconhecer que a esquerda não foi a única culpável, pois os crimes  dos fascistas produziram vítimas em número muito maior que os ataques da  esquerda. As associações de vítimas, formadas por familiares de policiais,  militares e magistrados executados pela esquerda, mas também de pessoas  inocentes que morreram nos ataques fascistas, estavam numa encruzilhada. Não  podiam deixar de condenar os estragos. Aliás, todos os anos se lembram em  grandes atos as vítimas de estes super-atentados. Mas tampouco podiam  denunciar os autores, porque estes autores eram fascistas e, portanto, do  mesmo naipe.
 Inicialmente, o truque  era acusar dos grandes estragos também à esquerda. Mas essa mentira foi  exagerada demais. Com efeito, em 1969, a polícia e os fascistas civis,  colocaram a culpa do estrago de Piazza Fontana num operário anarquista,  Giuseppe Pinelli. Mas, na época, a opinião pública italiana, que ainda contava  com uma esquerda organizada, não era tão fácil de manipular, e muitos começaram  a suspeitar. Quando era impossível continuar mantendo a farsa, o delegado  Calabresi, que tinha Pinelli prisioneiro, o “ajudou a cair” do 4º piso da  delegacia. Claro que ele calou a boca para sempre.
 Mas surgiram outras  complicações. Não todos os fascistas italianos, mas alguns deles, são corajosos  e gostam se gabar de seus crimes. Isso não o faz melhores, mas não são covardes  com seus bajuladores e capachos no Brasil. Vários deles, como Vincenzo  Vinciguerra confessaram abertamente suas ações terroristas e se orgulharam  delas. Mesmo nesse clima de corrupção institucional, era difícil, com tantas  confissões e indícios, colocar a culpa na esquerda. Então, os magistrados  acabaram condenando alguns fascistas, que, alguns meses depois ou alguns anos  (quando o assunto estava menos quente), era liberados pelo Supremo Tribunal  (Corte de Cassazione).
 Mas, o que fizeram as  sociedades de vítimas?. Estas, dirigidas pela alta classe média burocrática,  por policiais, magistrados, militares e afins, não queriam levantar suspeitas  contra os fascistas, porque isso era uma espécie de auto-ataque. Precisavam  usar truques. Por exemplo, em novembro de 1977, o policial Giovanni Santoni,  chefe do Comando Móvel, mandou abrir fogo contra uma coluna pacífica de estudantes,  um fato seguido pela morte “misteriosa” de Giorgiana Masi, uma estudante de 19  anos. As associações de vítimas não podiam dizer que tinham sido os  esquerdistas os autores do crime, pois foi evidente para todos que os tiros  provinham da polícia. Então, em um dos sites que mantêm os infinitos grupos de vítimas,  dizem que a menina morreu durante um confronto “confuso”. Em seguida, mencionam  que a esquerda saiu na rua a protestar pela morte da menina, e que houve  “vários” feridos por culpa dessa protesta.
 Enfim. Houve vítimas  individuais da esquerda, geralmente magistrados, torturadores e membros das  forças repressivas, mas houve muitas mais dos fascistas, que aliás, matavam  qualquer um, porque seu único objetivo era o terror. Ora, quem perdeu um ser  querido num ataque fascista a bomba não está tão interessado em culpar a  esquerda pelo fato. O que eles querem, geralmente, é represália contra os  autores. É por isso que os dirigentes das sociedades de vítimas são  geralmente pessoas com bastante traquejo político. Eles conseguem convencer  os outros parentes das vítimas, de que tudo foi, de uma maneira ou outra, culpa  da esquerda. As vítimas quase nunca falam contra os fascistas. Em 2008,  Francesca Mambro, acusada do estrago de Bolonha, foi colocada em liberdade  vigiada. É verdade que existem suspeitas de que ela não foi a verdadeira  autora, mas foi acusada para salvar outros fascistas de maior gabarito,  como um ex-ministro e um general. Mas, de qualquer maneira, ela esteve  envolvida em atos de terror fascista, mesmo que fossem muito menores que esse.
 Entretanto, aquele bando  de vingadores e vítimas, não reclamou de que esta menina, seu namorado,  e muitos outros fascistas perigosíssimos (Celli, Delle Chiaie, etc.) estejam  livres. Mas se preocupam de que Cesare Battisti esteja a 10.000 Km de  distância, apesar de que ninguém que tenha QI maior do que 0,5 pode acreditar  que ele cometeu alguns dos crimes que lhes atribuem.
 Então: há vítimas por  todos os lados. Vítimas que vão ao Parlamento Europeu, que dão dúzias de  entrevistas por Rádio e TV, que escrevem em jornais, e ameaçam de vez em quando  vir ao Brasil. Até o representante de Comissão Européia, o oportunista Stefan  Füle (que já foi stalinista e também contato da NATO, segundo o sopro do vento)  disse que reverenciava as vítimas, apesar do qual manteve distância da  ridícula e lastimável palhaçada dos parlamentares italianos no Parlamento  Europeu.
 Não acho raro que  existam milhares de vítimas, mas o que acho muito esquisito é que todas elas  sejam consideradas vítimas, ou parentes das vítimas de Battisti. Por isso,  no começo deste artigo me perguntei: “quantas pessoas matou Battisti, para  poder produzir tamanha quantidade de parentes das vítimas.” Alberto Torregiani,  que parece bem mais inteligente que os outros, fez um esclarecimento quando as  multidões de vítimas de Battisti pareciam ocupar todo o planeta. Ele disse que  “as vítimas de Battisti” eram solidárias também com as vítimas de outros  terroristas. Assim está melhor; já pensávamos que Battisti tinha ganhado do  próprio Stalin no número de mortos.
 É interessante ler o que  se descreve no blog brasileiro Outras Palavras. Os autores, que parecem  bem informados, afirmam que a mídia chegou a inventar vítimas inexistentes, com  nomes fictícios. Segundo os autores do blog, as organizações Globo e o  Grupo Folha foram mestres da criatividade nessa rubrica.
 http://ponto.outraspalavras.net/2011/01/12/por-que-a-midia-nao-quer-battisti-livre/
 Mas, as vítimas,  seus parentes, e as sociedades a que pertencem, estão sendo muito úteis para  elevar a um grau de absoluto paroxismo o clima de insanidade e ódio  antibrasileiro que há naquela “República do Bunga-Bunga. Por exemplo, o  presidente da sociedade de vítimas do estrago de Bolonha é um ativo líder do  movimento linchador de Battisti. Se não fosse pelos interesses subjacentes  (dinheiro e ódio), não daria para entender. Os fascistas são os principais  inimigos de Battisti; eles, por sua vez, matam e ferem em total quase 300  pessoas de identidade diversa. E então, o presidente das vítimas,  considera Battisti seu inimigo. Dos verdadeiros colocadores das bombas, nem se  lembra!
 É curioso. No direito  moderno, um criminoso é punido para segurança da sociedade, e não para deleite  das vítimas. Que eu saiba, essa satisfação dos parentes das vítimas de ver o  executor sendo arrebentado, era conhecida por vendetta ou feudo de  sangue. É verdade que toda sociedade primitiva tem uma enorme parcela de  vingadores, o que acontece em longa escala na América Latina. Entretanto, minha  geração nunca viu um governo de um país dito civilizado apregoar a vendetta.  Segundo meus antepassados, Mussolini, o imperador Hiroíto, o tirano Franco,  Hitler e outros proclamavam vingança publicamente, mas depois de 1945, nunca o  conceito de vendetta entrou na linguagem oficial de um governo de um  país Ocidental.
 A Itália sofreu  realmente um grande desfalque depois de Beccaria e outros iluministas, pois  voltaram aos princípios jurídicos da sociedade Greco-romana, ou talvez, anterior.  As ladainhas repetidas milhares de vezes sobre as infinitas vítimas de Battisti  para justificar sua extradição, nos fazem lembrar os tempos em que o crime não era um ato contra o equilíbrio social e o convívio humano, mas uma ofensa  contra as vítimas, e portanto a punição devia ser cobrada por elas mesmas, ou  por alguém com autoridade como o pater familias.
 Daí também surge a noção  de soberania jurídica usada nos casos de extradição (embora a primeira  extradição registrada seja só do século 6º). Quando Itália reclama Battisti em  nome dos milhares de vítimas, queixa-se de que sua soberania está sendo  violada. Pessoas simples se perguntam: 
 “Eles querem tirar uma pessoa que  está em nosso país, que nosso governo protege, e ainda falam de que a gente quer violar a sua soberania?” 
 Mas a idéia spaghetti de  soberania tem sua lógica. Na soberania imperial e familiar, o delinquente não  tem direitos próprios: ele é propriedade do clã, da família, da tribo,  e, no caso em apreço, desse grande clã chamado estado. Então, Battisti  não é um ser humano independente que nasceu na Itália: ele é uma propriedade da Itália, que o Brasil tem roubado.
 Para a filosofia  “vendetteira”, confortar as vítimas não é fazer suas vidas mais agradáveis, não  e colaborar na recuperação psicológica e social, não é tornar a sociedade mais  humana. Um exemplo disso é que, segundo algumas fontes, o jovem Torregiani  deveu esperar anos antes de receber uma pensão do Estado. Nesse caso, e em  muitos outros (algumas vítimas do terror preto ou vermelho, lutam duramente  para obter alguns euros para sobreviver) o conforto das vítimas é entendido  como na filosofia dos antigos clãs escoceses: Nemo me impune lacessit:  “Ninguém pode me fazer dano e ficar impune”. Ou seja, a mais pura, simples,  crua e selvagem vendetta, estendida até a quem não teve nada a ver, como  Battisti, que não disparou, nem comprou nem fabricou a bala com que Pierluigi  Torregiani, um homem que andava sempre armado, disparou por engano sobre seu  filho.
 O presidente Napolitano,  que não por nada soube fazer a cambalhota certa no momento certo (apoiar o  massacre de Hungria, quando os soviéticos eram ricos, e repudiar a invasão  quase pacífica da Tchecoslováquia quando os soviéticos eram pobres), usa também  as vítimas como motivo. Num dos fragmentos da carta a Dilma, o famoso  ex-pós-stalinista do poder diz que entregar a Battisti será uma maneira  de satisfazer às vítimas e fechar uma história de sangue. 
 Accidenti! Será que Battisti é Superman? Um  único homem pode salvar os pecados de toda uma geração, quase como fez  Jesucristo com os pecados de toda a humanidade? 
 Os mais de 2 milhares de  vítimas podem ser redimidos com o sangue e a tortura de um único sujeito, um  cara que escreve livros e cuida de sua família desde há 30 anos? Será então que  aqueles milhares de vítimas são todas produzidas por ele? Bom, se for assim,  minhas dúvidas são corretas. Para que os familiares das vítimas sejam milhares,  os mortos e feridos devem ser quase 100 e não apenas 4. Então, ou os  magistrados se enganam, e Battisti realmente matou 100 pessoas, ou as famílias  tiveram muito mais filhos que os pretendidos pelo famoso Duce.

  




























