“Senhor,
Louvo a primavera, nos jardins do mundo a estação das flores!
Ei-la num voo suave após os rigores do inverno, asas abertas qual ave emplumada de pétalas multicoloridas. Bem-vinda, primavera!
Louvo a matemática divina do tempo: divida-se o ano, multipliquem-se as horas, construam-se os dias: eis as quatro estações do ano na sua métrica exata, retornando ano após ano, nos mesmos dias e horas, como se despertadas de uma viagem nos anais do espaço infinito.
Bem-vinda, primavera!
Louvo sua chegada. Instale-se. Abra sua caixa magistral de coisas lindas, telas, tintas, pincéis e renove as cores do cenário da natureza - florestas, bosques, e jardins do mundo. Maravilhe-nos com sua beleza inigual, mosaico de arco-íris bordado pelos querubins nas tecelagens do céu.
Deus, que espetáculo! Que diversidade de aromas, cores, pássaros, borboletas, pequenos insetos... Louvo Sua obra, ó Deus da vida universal!
Maravilha-me o contraste do verde das folhas, o róseo das pétalas, o cinza dos caules... uma profusão harmônica de formas e cores num cenário vivo, beleza tanta que não cabe no olho.
Pergunto-me, arrebatado, que outro ordenamento faria essa obra mais-que-perfeita que não o divino? Que régua e compasso outro poria circunferências nas pétalas, retidão na envergadura dos talos, e qual química borrifaria com perfumes as flores, que não a divina?
São obras-primas construídas com amor pela destra do criador, com as essências dos sândalos do jardim celeste, tintas das fibras das nuvens, do sol, do céu, lua e mar...
Bem-vinda primavera! Louvo os dias que fica conosco e agradeço por brindar-nos com deíficas sensações, transportadas dos olhos e da pele ao coração, suprassumo da felicidade!
Amém”
“Conheçamos o Senhor; esforcemo-nos por conhecê-lo. Tão certo como nasce o sol, ele aparecerá; virá para nós como as chuvas de inverno, como as chuvas de primavera que regam a terra.” (Oséias 6:3)
Inácio Dantas
Do livro “Preces e Louvores a Deus” – www.agbook.com.br