Na constante busca pelo aperfeiçoamento moral e, portanto, espiritual as pessoas se deparam com três grandes desafios que devem ser superados em todas suas formas, de modo que, vencendo suas paixões e submetendo sua vontade, o bem se sobreponha ao mal, quais sejam: a ignorância, o fanatismo e a superstição.
Isso porque, a ignorância, mãe de todos os vícios, impõe ao homem uma condição primitiva, onde prevalecem as paixões levianas em detrimento da tolerância, do amor fraterno e o respeito a si mesmo. Nessa condição o homem não faz qualquer esforço para superar seus defeitos e fraquezas, em vencer e dominar seus vícios, permanecendo em estado de imperfeição.
O fanatismo, que é o estado psicológico de fervor excessivo, irracional e persistente por qualquer coisa ou tema que, leva o homem a prática de atos e ações por vezes condenáveis, porque se esquece de buscar respostas racionais para sua crença e do maior mandamento divino que é o amor ao próximo.
A superstição, fruto da ignorância, impõe o medo ou a confiança exacerbada que será superada com o conhecimento da verdade e com a prática da lei do amor que é a verdadeira essência divina.
Para a superação desses três grandes desafios aquele que busca a verdade deve atuar com sinceridade de intenções e propósitos verdadeiros, sobretudo os mais íntimos, já que é impossível alguém se enganar; com coragem, para poder reconhecer suas falhas e realizar sua reforma interior; e, com perseverança, modificando conceitos equivocados e se adequando à verdade por mais difícil que seja esse aprimoramento.
Jesus, em proposta admirável, afirmou: “E conheceis a verdade e a verdade vos libertará” (João 8:32).
Essa postura gerará um sentimento de união, fazendo nascer a fé raciocinada, de modo que também nascerá um ideal comum na busca da construção de um mundo perfeito.
Essa união será para o bem e para a virtude e o homem passará a atuar como verdadeiro construtor social.
É possível dizer que somente amará o próximo àquele que se conhecer e se amar, porque quem se ama e ama o próximo, ama a Deus de todo coração.
Portanto, é preciso que toda pessoa busque a superação desses três grandes desafios, vivenciando e colocando em prática o princípio do “amar ao próximo como a si mesmo” tão bem exemplificado por Jesus, para que o nosso mundo seja mais justo e perfeito.
Felizes são aqueles que, corrigindo seus defeitos e buscando a verdade por meio do aperfeiçoamento intelectual e espiritual, levantam templos à virtude. Felizes são aqueles que amam, pois que não conhecem a angústia da alma e nem a do corpo.
Paulo Eduardo de Barros Fonseca é vice-presidente do Conselho Curador da Fundação Arnaldo Vieira de Carvalho, mantenedora da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.