São transcorridos 197 anos do fato histórico que o povo brasileiro celebra a emancipação política do Brasil, quando o país pacificamente deixou de ser colônia do reino de Portugal. Teriam sido três os fatores que influenciam tal ato: a vontade de grande parte da elite política brasileira em conquistar autonomia; desgaste do sistema político econômico, com restrições e altos impostos cobrados pela Coroa; e, a tentativa da Coroa de recolonizar o Brasil.
Mesmo se tornando uma nação soberana, a vocação de agregar e congregar pessoas de todo mundo, bem como respeitar as convicções religiões de cada um, manteve-se intacta.
Aliás, essa era é e a postura que a espiritualidade esperava e espera por parte daqueles que habitam este grande país conhecido como a Pátria do Evangelho, que a todos acolhe de braços abertos, como tão bem representa a estátua do Cristo Redentor, símbolo do cristianismo brasileiro.
Comparado com a história de outros povos, com algumas exceções, em nosso país as reivindicações das mais diversas ordens sempre foram superadas pelo caminho da união e da paz.
É assim, neste momento de celebração, todos devem refletir que o melhor combate é aquele que é lutado com paciência e mansuetude, porque trilha pelo caminho do entendimento, da união e da luz, fazendo prevalecer nos corações a vontade de Deus.
Os brasileiros e todos que habitam esta nação precisam ter clara a missão confiada a este país e que se vivenciamos momentos de crise ética, política, econômica e social devemos dar um passo adiante, porque é hora de levantar, mudar e seguir em frente na construção de um novo tempo.
Se há divergências a serem superadas que sejam no campo das ideias e do respeito para que sejamos como a luz na escuridão, enquanto aqueles que pela ação generosa da compreensão, do diálogo e do entendimento seguem na direção do amor e do bem de todos.
Mais uma vez, é dado ao Brasil demonstrar ao mundo que aqui vive e convive um povo de índole ordeira e pacífica que foi e é educado no caminho ensinado por Jesus: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei".
Que possamos celebrar a independência moral, ética e espiritual do nosso Brasil e que levemos ao mundo a lição do amadurecimento da consciência político-social do povo da Pátria do Evangelho.
Paulo Eduardo de Barros Fonseca é vice-presidente do Conselho Curador da Fundação Arnaldo Vieira de Carvalho, mantenedora da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.