Entender as motivações de ações terroristas matarem pessoas inocentes, sem engajamento algum é um desafio que nos ajudaria a compreender melhor a imperfeita raça humana. Assistir ao filme “Atentado ao Hotel Taj Mahal”, de Anthony Maras, é um passo nesse sentido.
Não é que a obra traga respostas, mas ela, ao enfocar a ação, em 2008, de um grupo islâmico, que resultou em 12 ataques na Índia com um saldo de 144 mortos e 300 feridos, traz elementos de reflexão, principalmente pela frieza cirúrgica como essas mortes ocorreram, na estação de trem, em bares e num luxuoso, em Mumbai
O centro do filme é justamente o Hotel Taj Mahal, em que estrangeiros nunca poderiam esperar um ato terrorista. Graças à ação de um grupo de funcionários, que mostraram toda sua valentia, a tragédia não foi ainda maior. Nesse sentido, é curioso observar como alguns hóspedes manifestam seu preconceito contra garçons ou gerentes locais, não confiando neles.
A cena principal nesse sentido é a do eficiente ator Dev Patel, inesquecível por “Quem ser quer um milionário?”, explicando a um assustada senhora o que significa o seu turbante e como está pronto inclusive a retirá-lo se isso for essencial para manter a calma entre um grupo ameaçado de morrer a qualquer momento.
O filme como um todo mantém o clima de suspense e se torna importante para mostrar, como, em momentos de crise, é necessário ter sangue frio e, ao mesmo tempo, espírito decisório, para enfrentar situações inesperadas, que fogem ao planejamento. É o caso do terrorismo, algo que pode ser previsto e prevenido em alguns momentos, mas cuja força destruidora nos envergonha de sermos humanos.
Oscar D’Ambrosio é jornalista pela USP, mestre em Artes Visuais pela Unesp, graduado em Letras (Português e Inglês) e pós-doutorando e doutor em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e Gerente de Comunicação e Marketing da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.