Há muito tempo o homem causa inúmeros conflitos em nome da fé e confrontos entre grupos ditos religiosos que abalam o mundo. Em pleno século XXI, a situação ainda se apresenta e a intolerância religiosa, como se a humanidade ainda estive numa fase de experimentação espiritual, segue causando problemas aparentemente intransponíveis nos relacionamentos humanos. São inúmeras as mortes, pessoas feridas e todo tipo de sofrimento material e psíquico.
Essa postura – não raro recíproca –, embora praticada em nome da fé, infelizmente, revela apenas impulsos morais frágeis e primários, bem como a consequente falta de espiritualização do homem.
O antídoto para essa – e qualquer - violência está em compreender que Deus – que é único e signo da justiça e da bondade – é para todos e que a humanidade, que habita e compartilha o mesmo planeta, progride.
Se queremos paz devemos buscá-la e segui-la, pois que a divina lei universal favorece todas as criaturas, o bem e a felicidade. O amor – a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo – além de resumir toda lei e os profetas, revela a verdadeira religião, pois tem o mesmo valor na terra e nos mundos superiores ao sintetizar tudo o que queremos.
Quem ama respeita, protege, perdoa. Enfim, quem ama reconhece que este planeta é uma grande escola e procura refrear seus impulsos ainda primários, sobrepondo seu senso moral.
É tempo de entender que no caminho do bem viver precisamos ter claro que o mundo passa momentos de profundas mudanças e que, apesar das aparências, está em plena depuração moral, pois o homem está aprendendo a amar.
Se a medida do amor é amar sem medida (Vitor Hugo), bem-aventurados os que são brandos porque possuirão Terra e bem-aventurados os pacíficos porque serão chamados filhos de Deus (Mateus 5:4-9).
Paulo Eduardo de Barros Fonseca é vice-presidente da Fundação Arnaldo Vieira de Carvalho, mantenedora da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.