É o que está por trás da notícia de que a empresa multinacional estadunidense de serviços privados de transporte UBER se dispõe a adiantar a captação de R$-10 milhões de incentivos fiscais, ou seja, de dinheiro público relativos à Lei Rouanet, para "patrocinar" os desfiles das escolas de samba no privatizado & bilionário Carnaval Carioca 2018 que é gerido pela LIESA-LIESB-RioTur. Tal notícia não é "novidade", depois do imbróglio da redução à metade da subvenção do poder público para os desfiles carnavalescos das escolas de samba cuja redução foi imposta pelo prefeito burguês & neopentecostal bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de "Deu$" Marcelo Crivella (PRB).
Com a inauguração do sambódromo Prof. Darcy Ribeiro (1922-1997) em 1984, naquele ano foi fundada a LIESA que é dominada por nefastos empresários zootécnicos. Então, em 1985 o governador Leonel Brizola (1922-2004) conforme historicamente fazem os políticos burgueses & populistas, excetuando a Riotur, privatizou entregando de bandeja para a LIESA tudo o mais de lucrativo envolto nos desfiles oficiais das escolas de samba. Assim, os desfiles oficiais se globalizaram tornando-se um bilionário show business autodenominado em termos de marketing o maior espetáculo da Terra. Ou seja, os desfiles oficiais passaram a ter ingressos caros e mais para o turismo pago por dólar ou euro.
Porém, de forma compensatória os comunitários ensaios técnicos foram apelidados de "gratuitos", porque devido à crise econômica mundial ficaram inviáveis para a LIESA. A qual nos últimos anos vinha reivindicando do governo federal que entrassem no bojo dos apelidados incentivos fiscais relativos à Lei Rouanet para arte, cultura e o próprio turismo que são áreas da Educação. Os incentivos fiscais são um hipócrita conjunto de medidas fiscais tomadas pelo governo objetivando fazer aporte de capitais através da diminuição ou não cobrança de impostos às empresas notadamente empresas de capitais exógenos (de fora, multinacionais). Isso para os economistas burgueses é o estado mínimo.
Assim, de acordo com a "lógica" do estado mínimo para os seus interesses capitalistas a multinacional estadunidense UBER faz contratação indireta dos trabalhadores. Isto é, não assina suas carteiras profissionais enquanto empregados consequentemente não faz recolhimento dos chamados benefícios sociais. Trocando em miúdos, o preço cobrado aos usuários em cada corrida 75% de tal valor fica para o trabalhador. Em outras palavras, a UBER fica com "apenas" 25% desse preço cobrado aos usuários em cada corrida. Então, ante os apelidados incentivos fiscais que reduzem e ou isentam essa multinacional estadunidense prestadora de serviços de transporte privado é inteiramente compensatório os citados 25% do preço cobrado aos usuários em cada corrida.
A arte, a cultura e o turismo do mundo do samba são áreas específicas, estratégicas e indissociáveis da Educação. A qual tem que ser sempre de excelência na qualidade, pública/gratuita e universalista isto é de direito/acesso para todos e todas. Os ensaios técnicos e desfiles oficiais das escolas de samba têm que ter preços dos ingressos simbólicos ou populares e serem juntamente com o Carnaval de rua concebidos, geridos e executados por uma Subsecretaria Municipal de Educação, Arte e Cultura Carnavalescas junto com a RioTur. Às entidades do Carnaval de rua e das escolas de samba enquanto instituições privadas do interesse público-comunitário, o papel a lhes caber é o de apoio, consulta e principalmente o de fiscalização dos bilionários investimentos.
*jornalista – é torcedor da Portela e militante do Movimento Negro Socialista (MNS) e da seção brasileira da Corrente Marxista Internacional (CMI) a Esquerda Marxista (EM) corrente interna do PSOL