General falou sobre papel do exército no Brasil, mas não sobre MINUSTAH


Comandante do Exército afirma que uso de militares em segurança é 'perigoso' - Brasil - O Dia
Segundo o comandante, o trabalho dos militares foi empregado 115 vezes nos últimos 30 anos em diferentes situações de apoio


Em audiência pública dia 22/06/2017 na Comissão de Relações Exteriores do Senado sobre ‘Soberania nacional e projetos estratégicos do Exército’, o general Eduardo Dias da Costa Villas Bôas definiu o papel das forças armadas do Brasil, pais capitalista & submisso ao imperialismo. “O uso das forças armadas em ações de segurança pública é desgastante, perigoso e inócuo”. Ele afirmou também que tal uso, nos últimos 30 anos, chegou a 115 vezes. Porém, não disse nada sobre a ocupação militar do Haiti por tropas da ONU comandadas pela do exército brasileiro, que ocorre desde 2004.

A Constituição Federal do Brasil prevê que somente por estrita ordem do comando-chefia das Forças Armadas que estas podem realizar ações de segurança pública nos chamados casos de grave perturbação da ordem e quando estiver esgotado o uso das forças convencionais de segurança, dentre as quais as Polícias Federal, Civil e Militar. Ou seja, as Forças Armadas somente podem ser usadas por ordem presidencial. Por isso, o general citou o patrulhamento do Exército na comunidade da Maré, no Rio de Janeiro.

“Um dia me dei conta. Os nossos soldados atentos, preocupados – são vielas –, armados. E passando crianças, senhoras, eu pensei: Estamos aqui apontando arma para a população brasileira. Nós somos uma sociedade doente. E lá ficamos 14 meses. Do dia em que saímos, uma semana depois tudo havia voltado ao que era antes. Então, temos que realmente repensar esse modelo de emprego, porque é desgastante, perigoso e inócuo”, declarou. O general, no entanto, elogiou a atuação dos militares em grandes eventos.

Como exemplo disso, o general citou os Jogos do Pan, a Jornada Mundial da Juventude com a presença do Papa Francisco, as Olimpíadas mais as Copas das Confederações e do Mundo. “Acumulamos uma larga experiência de atuação em grandes eventos. Foi feliz, porque ao longo dessa trajetória fomos incorporando uma enorme expertise e também a capacidade de operar num ambiente interagências, com dezenas e dezenas de agências militares e civis, num processo que resultou numa grande integração”, disse.

O general citou a atuação do Exército em varreduras nos presídios que passaram por rebeliões no início do ano. O comandante disse que em cada revista são recolhidos em média 600 itens de toda espécie, como rádios, celulares, arma branca e arma de fogo. “É impressionante como é permeável”, afirmou. O general se referiu à atuação das Forças Armadas nos presídios em janeiro deste ano, autorizada pelo governo federal para inspeção de materiais considerados proibidos e reforço da segurança naquelas unidades.

Por último, o comandante do Exército general Eduardo Dias da Costa Villas Bôas esclareceu que o modelo do uso das Forças Armadas em ações de apoio à segurança pública precisa ser revisto. Então o general enfatizou que além da proteção à soberania nacional do Brasil contra o que chamou de ameaças externas, ele defendeu outras funções para o Exército conforme o trabalho de distribuição de água em estados do nordeste do país assim como o desenvolvimento da área de defesa nacional através da cibernética.

A serviço do imperialismo, ONU substituirá MINUSTAH por MINUJUSTH.

A população haitiana tem protestado contra a ocupação militar do país por tropas da ONU comandada pela brasileira desde 2004 quando foi iniciada a Missão de “Paz” para Estabilização do Haiti (MINUSTAH). Mas, estando a serviço do imperialismo o Conselho de Segurança aprovou por unanimidade dia 12/04/2017 a substituição da MINUSTAH por outro caô, a Missão de Apoio à Justiça no Haiti (MINUJUSTH). Cuja sucedânea imposição imperialista foi submissamente aprovada. Dia 15/10/2017 a MINUSTAH terminará. Prevista pra funcionar até 15/04/2018, será iniciada a MINUJUSTH.

Pra ter-se ideia sobre as causas do fracasso da ocupação militar do Haiti a apelidada MINUSTAH, em 13 anos o seu efetivo contou com cerca 2,4 mil militares e outros 2,4 mil policiais da UNPOL, a polícia da ONU. Devido uma epidemia de malária que acometeu o Haiti com suspeita das autoridades médicas de que teria sido trazida pela tropa militar vinda do Nepal, a farsa da “ajuda humanitária” da ONU não conseguiu arrecadar quase nada dos 200 milhões de dólares previstos. Já a MINUJUSTH contará com sete unidades de polícia, compostas por 295 oficiais e 980 funcionários burocratas.    

Por fim, ante a declaração do embaixador do desgoverno Temer na ONU, Mauro Vieira, segundo a qual o Brasil estaria muito orgulhoso com comportamento exemplar e a performance operacional demonstrados pelo componente militar em 13 anos de presença no Haiti através da MINUSTAH.

Abaixo a MINUSTAH e sua sucedânea MINUJUSTH!

Pela autodeterminação do povo oprimido do Haiti!

Abaixo o imperialismo!

Fora Temer e o Congresso Nacional!

Pela Assembleia Popular Nacional Constituinte!

Pelo Governo dos Trabalhadores!

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*jornalista – é militante do Movimento Negro Socialista (MNS) e da seção brasileira da Corrente Marxista Internacional (CMI) a Esquerda Marxista (EM) corrente interna do PSOL.

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