Um ano de GOLPE institucional parlamentar e o país está completamente sem rumo, triste, sem perspectiva e com o destino à deriva. Políticos e empresários perderam as rédeas, aliás, está difícil saber quem está no comando. Judiciário, Legislativo e Executivo apodrecem à luz do dia, na frente de nossos olhos assustados e perplexos.
A mídia estraçalha o jornalismo tradicional com seu apoio duvidoso, ora para um lado, ora para o outro. Temos assistido verdadeiros stand ups travestidos de comentários econômicos e políticos. A turma fascista da mídia está atirando para todos os lados para ver se acerta o ex-metalúrgico e ex-presidente Lula, antigo desafeto.
Enquanto isso, a justiça da República de Curitiba espetaculariza com seus holofotes os depoimentos dos ‘Odebrechts’ e ‘Camargos’. Eles colocam uma câmera na frente do depoente e dizem: “Toma a pá. Agora cava aí a sua sepultura’. O Brasil virou ingrediente na receita do ‘pão doido’.
Não tenho a menor ideia de onde isso vai chegar e duvido que alguém saiba. Ao que parece querem acabar com a política, e assim acabar com o que resta de democracia no país. Quais interesses estão por trás disso é uma incógnita, pelo menos para nós, povo mortal e obediente que, inocentemente, deixa ir.
O que eu sei, e acho que muitos também sabem, é que para tudo isso está acontecendo, foi preciso tirar do caminho uma mulher honesta. A Presidenta Dilma foi afastada pelas ratazanas que, lá atrás, andavam com os rabos escondidos. O descontrole chegou a um ponto que esses ratos devem estar arrependidos de terem participado do espetáculo circense do ‘Sim’ ao impeachment, ano passado.
Não tem nenhum registro na história de um momento igual a esse. Não há paralelo para que possamos analisar a conjuntura. É um festival de disparates e incoerências que remonta a um espetáculo dantesco e bufo. Os jovens Procuradores, os ‘convictos’ da República, por exemplo, se assemelham a um grupo canastrão de teatro colegial. Despreparados, tentam conseguir, nas ruas, o apoio do rescaldo dos ‘Fora Dilma’, para barrar o Projeto de Lei de Abuso de Autoridade que tramita no Congresso.
Há quem, gente do povo, acredite que estão só combatendo a corrupção, que o juiz Moro é competente e não está a serviço de nenhuma organização; que não abusa de sua autoridade e não faz justiça seletiva. Mas em todos os tempos, sempre houve aqueles que não faziam leitura contemporânea e eram facilmente manipulados. Entram na história de forma apequenada e subserviente, sem brilho.
Não temos muito a fazer, o inimigo real é oculto e está subdividido em outros tantos inimigos mais ou menos visíveis. Sob o pretexto de acabar com a corrupção, essa quadrilha mafiosa e organizada vai deixar o país com as calças nas mãos e aí, bem, aí o jeito é vender na feira de Wall Street por preço de xepa.
Ricardo Mezavila.
Autor do livro "Marina e o Submarino Inglês"