O ano de 2017 mal iniciou, e já se avizinha o ponto mais crítico da crise financeira: o programa de recuperação fiscal do Governo Federal, a ser implantado em sua totalidade ainda nesse primeiro semestre. Por meio de comunicados oficiais e extraoficiais, o ministro da Fazenda Henrique Meirelles, afirma que o socorro financeiro está à disposição dos estados desde que os mesmos estejam ajustados com o Governo Federal, e para isso não existe receita milagrosa – é necessário percorrer o caminho espinhoso.
Com uma dívida interna de aproximadamente 2 trilhões de reais, o Brasil possui um persistente problema de dívida acumulada à décadas, gerado principalmente por juros e empréstimos, o que faz com que a bola de neve ganhe volume e força. A recessão iniciada em 2014, já desenhava no horizonte que a hora dos estados sentarem à mesa com seus credores estava próxima, e o momento de mostrar as contas é chegado.
Diferente do tratamento de choque econômico proposto pela Escola de Chicago nos anos 70, o atual Corifeu Meirelles, anuncia as contrapartidas a serem adotadas “pra ontem” pelos estados. Dentre as tais, temos a suspensão de aumento salariais à servidores, bem como implementação de plano de carreiras na administração direta e indireta – e o mais delicado: a privatização de empresas públicas.
No Rio de Janeiro a companhia pública de saneamento (CEDAE) se encontra à deriva para ser laçada. No Rio Grande do Sul, e em Minas Gerais, o Banrisul e a Cemig (respectivamente) mesmo sendo empresas superavitárias devem cair em cheio no canto do corifeu.
E o que é de cair o queixo: mesmo com a ajuda financeira a conta não fecha – o rombo na receita dos três estados se aproxima da cifra de R$ 20 bi. Como diz o ditado popular: quem viver, verá! Boa sorte.