Não vem de ontem a percepção de que a TV precisa mudar. É infinitamente óbvio que cada programação movem rios de dinheiro e estratégias em marketing para prender a atenção das pessoas em horas corridas de programação. É hilário pensar que nós como audiência viva conhecemos toda a programação de janeiro à dezembro, quer um exemplo simples?
Em janeiro período de férias, temos Big Brother, pois une a família em volta da Tevê para assistir uma outra família vivendo em seus dilemas comuns dentro de um confinamento. Agora; se eles são carta-marcada, anônimos ou aspirantes a celebridade eu não sei, sei que a nova definição de família dada pelo dicionário Houaiss se encaixa bem na proposta, ele diz; Família: “núcleo social de pessoas unidas por laços afetivos, que geralmente compartilham o mesmo espaço e mantém entre si relação solidária”. Certo, mesmo espaço(...)
Quase um mês depois aportamos no carnaval e entendemos o que é o esforço simultâneo de diversas pessoas para serem vistas uma vez ao ano, e na sequência serem esquecidas. Tirando as celebridades que tem cobertura o ano inteiro, sobram apenas figuras do folclore carnavalesco como: Gari Sorriso, Selminha, Neguinho da Beija-Flor e as peladas da avenida.
Entre junho e julho começa a baixar a poeira dos torneios estaduais, para ganhar ênfase o Campeonato Brasileiro e a Copa do Brasil, é quase certo que esse ano continuará o sensacionalismo e o frisson da imprensa quanto a tragédia com a delegação da Chapecoense (em Novembro de 2016) além de crises e batalhas nos bastidores que fazem a família se juntar para assistir aqueles programas off-campo de domingo à noite.
Sônia Abrão, Leão Lobo e Amim Khader, continuarão com a corda toda em metralhar a opinião pública com factoides e aparições “gloriosas” dos famosos, além de Cláudia Leitte, Carlinhos Brown, Lulu Santos e trupe decidirem sobre o carisma e dom que os candidatos tem, deixando de fora toda a análise musical.
Mas nem tudo é velho! Veremos nesse ano, dezenas de comediantes tentando capturar a tapas o sorriso do telespectador solitário que não sabe escolher o A que parece o B, ou o B que parece o A, (tudo isso pela falta de sangue novo que ouse fazer a coisa um pouco diferente. Fátima Bernardes e suas enquetes maliciosas, e convidados que só comem.
Além disso 2016 deixou um legado: o discutir política, eu mesmo achei que seria página virada mas não foi. Teremos a tentativa de eliminar o Temer de vez, e de reafirmar que a Dilma sofreu um golpe. Chamaremos o vizinho de coxinha – sem nem saber se foi produzida pelo MBL ou pelo Bolsonaro. Política de mequetrefes, para mequetrefes.
- Márcio Diniz
- Colaboradores do Rebate