O presidente francês François Hollande disse, em pronunciamento, que a culpa pelo atentado em Paris foi do Estado Islâmico. Pode ter sido, mas tem que dizer também, que os terroristas que apertaram os gatilhos na casa de show Bataclan e acionaram cintos explosivos próximo ao estádio de France, eram franceses. Por que uma quantidade considerável de jovens franceses e ingleses está se alistando na Síria?
Dos analistas do Manhattan Connection às discussões inflamadas nos botequins, há unanimidade em afirmar que a França foi vítima de extremistas rebeldes. A França apenas está recebendo aquilo que vem plantando pelo mundo Islâmico, essa é a resposta para quem assumiu o risco de uma coalizão suspeita e de terror.
O mundo ocidental amanheceu de vermelho, azul e branco. O One World Trade Center exibe as cores da bandeira francesa em homenagem a Paris. Os jornais falam em luto, em terror, em massacre. Mensagens são enviadas pelos chefes de estado de todo o mundo com frases de condolências.
O presidente da Síria, Bashar al-Assad, disse que o atentado em Paris é igual aos que acontecem em território Sírio há cinco anos. Nós nos comovemos, com razão, com as imagens dos inocentes fugindo pelos becos laterais ao Bataclan, as TVs mostram, com insistência, a solidariedade da população, os exemplos de humanidade. Mas quando as bombas caem do lado de lá a cobertura é inexpressiva e justificada.
Em janeiro as camisas estampavam “Je suis Charlie”, agora o ocidente veste seus monumentos com as cores da França. Nada mudou, as chacotas com Maomé continuam, as invasões em territórios árabes não cessam e, consequentemente, os extremistas reagem da forma como entendem melhor, cortando cabeças e acionando bombas presas ao corpo.
Allah!
Ricardo Mezavila.
Autor de "As conversas que tivemos ontem"