Consideração e respeito ao semelhante

Queridos irmãos e amigos, que Jesus nos guie, guarde e abençoe hoje e sempre!

Nenhuma outra palavra definiria tão bem os ensinamentos a serem observados pelo verdadeiro seguidor dos postulados da Redentora Doutrina Espíritas, que a CARIDADE.
Quando Jesus solicitou ao Pai o envio do Consolador que ELE nos havia prometido, através do Espírito de Verdade, objetivou a restauração de suas mensagens e exemplos que haviam sido totalmente adulterados para favorecer a um número pequeno de privilegiados, que tiravam proveito das interpretações indecentes e injustas que lhes proporcionavam direitos que a esmagadora maioria não poderia aspirar.
O seu ensino fundamentava-se no exercício e vivência da Caridade, que há de significar por toda eternidade o traço de união entre o discípulo e seu Mestre.

“Caridade e humildade, tal a senda única da salvação. Egoísmo e orgulho, tal a da perdição. Este princípio se acha formulado nos seguintes precisos termos: "Amarás a Deus de toda a tua alma e a teu próximo como a ti mesmo; toda a lei e os profetas se acham contidos nesses dois mandamentos." E, para que não haja equívoco sobre a interpretação do amor de Deus e do próximo, acrescenta: “E aqui está o segundo mandamento que é semelhante ao primeiro”, isto é, que não se pode verdadeiramente amar a Deus sem amar o próximo, nem amar o próximo sem amar a Deus. Logo, tudo o que se faça contra o próximo o mesmo é que fazê-lo contra Deus. Não podendo amar a Deus sem praticar a caridade para com o próximo, todos os deveres do homem se resumem nesta máxima: FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO”.¹

Foi Jesus quem resumiu as Leis e os Profetas em “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos”, esclarecendo-nos que o Céu, ou seja, a Paz de Espírito que todos almejamos, só a prática da caridade pode nos possibilitar, pois, o trabalho no bem é a chave que nos permite a ligação com o todo Misericordioso, e a oportunidade de desfrutar das beneces que a caridade pode nos fazer sentir.
Urge, no entanto, meus irmãos e amigos, renovar a nossa conceituação íntima de amor aos semelhantes, de vez que, atender a essa determinação da Lei Divina, nos exige pensar no próximo como sendo alguém perfeitamente igual a nós.
Sabemos que todos somos irmãos em processo de burilamento a caminho da perfeição, entretanto, não podemos esquecer que cada criatura se encontra em nível diferente de adiantamento e entendimento, embora sejamos todos filhos de Deus e por essa razão, irmãos uns dos outros.

“Os dons diferem, a inteligência se caracteriza por diversos graus, o merecimento apresenta valores múltiplos, a capacidade é fruto do esforço de cada um, mas o Espírito Divino que sustenta as criaturas é substancialmente o mesmo.
Todos somos suscetíveis de realizar muito, na esfera de trabalho em que nos encontramos.
Repara a posição em que te situas e atende aos imperativos do Infinito Bem. Coloca a Vontade Divina acima de teus desejos, e a Vontade Divina te apro­veitará.”²

Embora intelectual e moralmente diferenciados, a condição de filhos do mesmo pai, significa que temos o dever de respeitar o próximo com seus valores individuais, sem a exigência de que seja melhor ou diferente do que realmente são.
É preciso saber que entre os aprendizes que se dizem seguidores de Jesus, há comumente diferenças essenciais de interpretação e vivência de seus ensinamentos, o que a doutrina espírita nos alerta para a necessidade de ponderar, que o próximo ainda sem a compreensão e o entendimento que já desfrutamos através da fé raciocinada, é um irmão em absoluta carência de recursos espirituais para viver conforme a assertiva de Paulo de Tarso, "Saber como convém".
Por essa razão, a nossa condição de servidores da causa Cristã, sobretudo na atualidade da Terra, deve ser a de tarefeiros do coração e da inteligência, engajados no trabalho de implantação do Evangelho no coração e na mente do nosso semelhante, através do nosso próprio exemplo.
Muita Paz.

Bibliografia:
1- Kardec, Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo – FEB. Cap. XV, item 5.
2- Xavier, Francisco Cândido, Livro Fonte Viva, pelo espírito Emmanuel. – FEB, 1ª edição especial. Cap.4.

Francisco Rebouças

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