Passada a tensão da disputa eleitoral, na qual o Rio de Janeiro em dois turnos reelegeu a atual gestão para os próximos quatro anos, o momento é de reflexão sobre o que, efetivamente pode e deve ser feito ou inovado. No “calor” da competição em busca do voto, muitas são as promessas e ideias para o futuro, no entanto, cabe, agora, com serenidade e profissionalismo, realmente identificar as prioridades para todos os setores, pois, ao contrário daqueles que só assumem no próximo ano, o governador eleito não precisa desse tempo e já pode manter o Rio em movimento, em verdade, ganhando tempo.
Certamente, muito do que já foi feito nos últimos oito anos no Estado merece e deverá ser continuado. Mas também é notória a necessidade de aperfeiçoamentos em muitos projetos, dentre eles, o da Unidade de Polícia Pacificadora, as UPP’s. Como já se falou exaustivamente, a primeira etapa dessa iniciativa foi muito bem sucedida. Depois de décadas dominadas pelo tráfico, muitas comunidades tiveram a oportunidade de exercer novamente a cidadania, porém, para manter a paz é preciso mais que policiamento e isso também já foi constatado.
Definitivamente, o Poder Público deve priorizar a fomentação de outros serviços sociais para essas comunidades, através de educação e saúde de qualidade, além de saneamento. Não adianta combater e expulsar o traficante porque, de alguma forma, ele volta, se infiltrando sorrateiramente na comunidade. Isso, inevitavelmente se desdobra em mais confronto e violência, inclusive contra os policiais, sem contar os moradores que constantemente são as maiores vítimas não só nesses locais, mas como na cidade como um todo.
É preciso investir em novas escolas tanto na estrutura física quanto no corpo docente, garantindo ao professor melhores salários e, primordialmente, segurança para desenvolver seu trabalho. O mesmo deve ser feito quanto à saúde, no qual pode ser melhorado o atendimento básico, capacitando os agentes de saúde e diversificando as especialidades médicas à disposição da população.
Não devemos esquecer também que é fundamental um olhar para os agentes de segurança locados nas UPP’s e no patrulhamento urbano em geral. É preciso maior infraestrutura, treinamentos e condições de trabalhos para que esses homens possam com tranquilidade exercer suas funções, mantendo a ordem e a paz da cidade e do estado. O otimismo é grande por parte da maioria do povo carioca e fluminense e o Rio não pode parar nenhum momento.
*Advogado Criminalista