...pois os melhores brasileiros antevíamos a possibilidade de termos um governo realmente popular, que tomasse as medidas necessárias para a remoção dos entulhos autoritários, fosse reduzindo nossa terrível desigualdade social e, pouco a pouco, conduzisse o país para o socialismo.
Esta era a visão que inspirava a inesquecível campanha do Lula-lá. A esquerda simbolizava o sonho: acreditávamos piamente que conseguiríamos construir um Brasil melhor e mais justo.
Não por acaso, o slogan do Lula era "sem medo de ser feliz". Pois ainda tínhamos autoridade moral para prometer a felicidade.
(clique AQUI para assistir ao clip do coro dos artistas)
Hoje o PT não tem nenhuma esperança a oferecer, só a perspectiva de um mais do mesmo que não aquece os corações nem inspira as mentes. Então, a atual campanha está deprimente e enlameada como nunca, focando muito mais os defeitos dos adversários do que as próprias virtudes.
Devemos reeleger Dilma porque ela não constrói aeroportos nos terrenos de seus parentes ou eleger Aécio, talvez Campos, para evitar mensalões e a (fantasiosa) marcha para um regime bolivariano -- esta é a opção dada aos eleitores.
Então, fiz questão de relembrar aqui uma campanha em que a esquerda se comportava como esquerda e o jogo sujo partia da direita. Aquela derrota nos engrandeceu mais do que muitas vitórias subsequentes, assim como os apreciadores do verdadeiro futebol preferem mil vezes recordar a malograda Seleção Brasileira de 1982 do que o (mal e porcamente) vencedor escrete de 1994. (do blogue Náufrago da utopia)
(clique AQUI para assistir ao clip de Chico Buarque, Gilberto Gil e Djavan)