É isto que a blogueira do site SRZD-Carnaval, a militante do movimento negro racialista, escritora Helena Theodoro, propugna em texto sobre um Seminário Internacional acerca de Carnaval realizado no Rio, Recife, Salvador e outras cidades da África e da diáspora.
Porta-bandeira do movimento negro racialista (MNR), ou seja, adepta da ideologia e ou crença fundamentalistas da existência de “raças” humanas, do capitalismo e, por consequência, da formação de uma (inviável) burguesia negra no Brasil conforme há nos Estados Unidos, África do Sul e Nigéria dentre outros, a escritora Helena Theodoro defendeu isto no site SRZD acerca de sua participação em um Seminário Internacional sobre Carnaval.
Tendo bem sucedida carreira profissional enquanto doutora em Filosofia, mestre em Educação, pesquisadora de cultura afro-brasileira e coordenadora do Curso de Pós-graduação de Figurino & Carnaval da mercantilista instituição de ensino do 3º grau a Universidade Veiga de Almeida (UVA), a prestigiada escritora e blogueira do SRZD-Carnaval assim como faz a chamada intelectualidade do MNR se inspira nos ideais do jurisfilósofo estadunidense o burguês e branco John Rawls (1921-2002) quando afirma o seguinte.
“Ao participar do 1º Seminário Internacional de Carnaval realizado no Rio de Janeiro e em Recife respectivamente de 14 a 16 e de 17 a 20 de fevereiro do corrente ano, eu constatei que o Evento faz parte do conjunto de ações afirmativas (AAs) voltadas à gestão da diversidade e equidade na sociedade brasileira e mundial”; disse Helena Theodoro. Traduzindo: AAs foram criadas pelo mencionado jurisfilósofo exatamente para a inexequível humanização de sociedades capitalistas em países que sejam específica e estrategicamente racistas da África e da diáspora como os Estados Unidos e o Brasil.
Em relação às necessidades, anseios e reivindicações dos povos trabalhadores e oprimidos dentre os quais o negro, AAs são um engodo. Não por outra razão assim ensinaram o mais brilhante revolucionário marxista, Leon Trotsky (1879-1940) no livro Nacionalismo Negro: “A luta dos negros na África e diáspora contra o colonialismo (imperialismo) e o racismo é específica, estratégica e indissociável da luta de classes”. Dele, o maior herói negro mundial, o Mártir Internacional da Consciência Antirracista o sindicalista e líder socialista sul-africano Stephen Bantu Biko, o Steve Biko (1946-1977) cunhou a célebre frase: “Racismo e capitalismo são os dois lados de uma única e mesma moeda”.
Em termos históricos, antropológicos e sociológicos, não há como o capitalismo no Brasil triunfar desenvolvendo também uma burguesia negra, pois, diferentemente dos Estados Unidos, Nigéria e África do Sul em cujos países as duas triunfaram, a burguesia brasileira além de exploradora/opressora e inteiramente branca é reacionária e racista, embora hipócrita. Não será através de AAs que imiscuam paternalismo e ou piedade social para com pobres e oprimidos dentre os quais negros como nas Leis 12.288/2010 e a 12.711/2012 respectivamente apelidadas de estatuto da igualdade “racial” e lei de cotas que o estado brasileiro conseguirá a chamada equidade sócioeconômica.
Para ter-se ideia, diferentemente do mais imperialista dos países imperialistas, os Estados Unidos onde as logicamente minoritárias burguesias branca e negra se beneficiam do capitalismo, os negros constituem apenas cerca de 10% da população na sociedade estadunidense. Já no Brasil, segundo a Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios (PNAD) do IBGE em 1976 os negros ou as negras ou ainda afrodescendentes (pessoas com cor da pele preta, cabelos e ou traços de negros africanos) constituem 68,53% da população.
Assim, a apelidada economia criativa erigida em 2001 da Conferência sobre Comércio e Desenvolvimento das Nações Unidas (UNCTAD) que é defendida pela escritora Helena Theodoro como modelo de desenvolvimento cultural, econômico e social para África, Ásia, América Latina (AL) e Caribe se trata de um caô antropológico, sociológico e econômico para apelidar como nova ou emergente uma suposta classe de agentes econômicos do Brasil. Segundo a escritora, dados de 2010 do brasileiro Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA) e do multilateral Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) registram mais 140 milhões de negros ou afrodescendentes na AL.
Daí, porque embora a escritora não tenha dito, sua concepção racialista travestida de economia criativa surgiu no ano de 2001 em Durban na África do Sul por ocasião da 3ª Conferência Mundial “contra” o Racismo, a Discriminação Étnico-Racial, a Xenofobia e intolerâncias Correlatas que foi bancada a peso de ouro pela multilateral ONU justamente com tal propósito. Haja vista, enquanto intelectual do MNR a escritora cita parceria neste sentido firmada em 2012 entre o órgão do Ministério da Cultura a Fundação Cultural Palmares e a instituição privada Fundação de Apoio às Populações Rurais de Ascendência Africana (ACUA) cujos objetivos são os de fomentar tal economia criativa.
Para tanto, a escritora enquanto intelectual do MNR consequentemente não antirracista, sequer cogita defender Reformas dentro do capitalismo como a agrária e a urbana acrescida das titulações para as famílias remanescentes em quilombos como forma específica e complementar de luta antirracista. Porém, no bojo de tal economia criativa racialista uma vez que em relação ao ano de 2013, o Carnaval em termos econômicos significou 5% do turismo o qual, por sua vez gerou 1,7% do produto Interno Bruto (PIB) ou R$-5,7 bilhões, a escritora Helena Theodoro está propugnando a realização de um Seminário Internacional sobre Carnaval, Identidade Negra e Economia Criativa.
Sobre tal Evento, um dos seus objetivos (valorizar as iniciativas de grupos culturais carnavalescos no que refere à sua inserção no mercado) e, por consequência, em relação aos resultados esperados, uma vez que o Carnaval é um meio comunitário de excelência na qualidade em Artes, Cultura, Dignidade e é do interesse público tal Seminário deve incluir na pauta o objetivo de que o mesmo volte a ser concebido, organizado e executado pelo salutar monopólio estatal. Ou seja, concebido e gerido por transparentes Subsecretarias Especiais – Municipal e Estadual – de Cultura junto com a RIOTUR. Os órgãos privados como LIESA, LIERJ, AESCRJ & similares suas eficientes e profissionalizadas estruturas devem passar funcionar como honrosas entidades de consulta, apoio e principalmente de fiscalização dos milionários gastos públicos.
*jornalista – no Carnaval Carioca é torcedor da Portela e simpatizante da Acadêmicos do Cubango na Série A – no Carnaval Paulistano é torcedor da Acadêmicos do Tucuruvi.