Eleições no Salgueiro e Vila precisam significar mudanças no Carnaval Carioca

Ambas têm eleições na mesma data – próximo domingo dia 04 de maio – e são chapas únicas lideradas por duas sambistas. No Salgueiro a presidenta da agremiação e discriminada suplente há dois mandatos consecutivos na LIESA, Regina Celi Fernandes, concorre ao 3º mandato consecutivo, depois que duas chapas foram impugnadas por apresentarem nome de associados estatutariamente inelegíveis e não substituídos dentro do prazo. Uma era encabeçada pelo ex-presidente salgueirense e ex-marido da presidenta, Luiz Augusto Duran o Fu, a quem ela derrotara na eleição anterior. A outra era encabeçada por um dos intérpretes oficiais da agremiação, Melquisedeque o Quinho.
Por sua vez, através da chapa “Por Amor à Vila” a candidata à presidenta é a atual vice Elisabeth Aquino a Dona Beta. Tanto ela quanto a comandante salgueirense buscaram nas comunidades de base as candidaturas à vice-presidente. No Salgueiro o candidato é o atual diretor do quesito Harmonia Jô Casemiro o Jô Calça-Larga que é morador do Morro do Salgueiro, filho e neto de chamados baluartes da Academia do Samba os saudosos Jorge da Silva Casemiro o Jorge Calça-Larga e de um dos fundadores salgueirenses Joaquim Casemiro o Joaquim Calça-Larga. Já na Vila Isabel o candidato à vice-presidente é o ex-presidente da agremiação mirim Herdeiros da Vila, Luciano Ferreira.       
O mundo do samba é um meio comunitário de excelência na qualidade em Artes, Cultura e Dignidade que sempre foi oprimido por infiltrados contraventores penais do jogo do bicho. As agremiações tiveram ou ainda têm “patronos”, ou seja, tais contraventores que sempre as usaram como lavanderias do lucro auferido com tais atividades criminosas, hipocritamente toleradas pelo poder público e pela sociedade. Daí, em 1985 o então governador Brizola (PDT) deu de graça a gestão do Carnaval, quando dominada por tais “patronos” erigiu a LIESA que o transformou no maior espetáculo da Terra, isto é, em um apoteótico, competitivo, globalizado e bilionário show-business.
Com o tempo tais “patronos” aumentaram seus negócios através de outras atividades criminosas como as máfias das jogatinas como a do bingo e das máquinas de caça-níqueis. Já na LIESA onde ocorrerá eleição em meados de 2015, desde 2007 fizeram o seguinte. Deixaram como burocrático presidente quem até então era o vice do órgão, o economista pescado no mercado de capitais, Jorge Castanheira. E como membros vitalícios e dominantes do Conselho “Superior”, três ex-presidentes da LIESA, o patrono da Beija Flor, Aniz Abrahão David o Anísio, o da Imperatriz Leopoldinense Luiz Pacheco Drumond o Luizinho e o ex-presidente da Vila Isabel, Ailton Guimarães Jorge o Capitão Guimarães.
Assim, tais vitalícios conselheiros “superiores” da LIESA que na prática são quem mandam no órgão pra manter o domínio nas agremiações fazem assim. Na Beija Flor a eleição é sempre em chapa única para aclamar presidente um oligarca da família David. O atual é o ex-prefeito nilopolitano Farid Abrahão David que voltou à presidência no lugar do primo Nelsinho David sem sequer ter feito parte da chapa “eleita”. Na Imperatriz o patrono Luizinho Drumond é o “reeleito” presidente. Quanto à eleição dia 04 de maio na Vila Isabel, como a chapa “Por Amor à Vila” liderada por Dona Beta ganhou apoio praticamente unânime da comunidade tornando-se imbatível ocorreu o seguinte.  
De olho no cargo de diretor de Carnaval da Vila Isabel – cujo “acordo” teria sido firmado - e na eleição da LIESA em meados de 2015, o atual presidente vilaisabelense Wilson da Silva Alves o Wilsinho, o pai dele e ex-presidente Wilson Vieira Alves o Moisés e Capitão Guimarães declararam apoio à Dona Beta enquanto candidata a presidente pela chapa única “Por Amor à Vila”. Por fim, na eleição do Salgueiro que igualmente se realizará no próximo domingo dia 04 de maio, conforme já foi mencionado, embora também seja chapa única, não se identifica nenhum tipo de comprometimento da presidenta salgueirense Regina Celi Fernandes. De quem se espera o seguinte.  
Apesar de não defender o Carnaval Carioca novamente concebido, organizado e executado pelo estado, ao contrário, é assumida defensora do modelo mercantilizado atual. Objetivando mudanças modernizadoras no maior espetáculo da Terra, ao ser eleita para o 3º mandato consecutivo como presidenta do Salgueiro, Regina Celi Fernandes, deve propugnar a extinção do vitalício e dominante Conselho “Superior” assim como a reestruturação do quadro de julgadores/julgadoras da LIESA. Para tanto, na eleição do órgão em meados de 2015 ela deve encabeçar uma chapa concorrente enquanto candidata a presidente tendo como candidato a vice o presidente da Portela, Serginho Procópio. 

*jornalista.

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