Só um idiota, como o Eremildo de Elio Gaspari (O Globo), ainda não percebeu que a oposição, com foco na eleição, está usando o caso Petrobras para desgastar o prestígio da presidente Dilma. E nada melhor do que uma CPI para explorar, ao longo de pouco mais de cinco meses meses, a polêmica compra da refinaria de Pasadene, com total apoio da imprensa golpista.
Pois bem, a presidente da Petrobras, Graça Foster, foi se explicar no Senado e só não foi aplaudida, no decurso de seis horas de esclarecimentos, porque ficaria muito constrangedor para a turma do PSDB e DEM. Sem gaguejar em nenhum momento, com voz firme, mas sem se alterar diante do senador Pedro Taques, que chamou a empresa de quitanda, e de Álvaro Dias ao dizer que a Petrobras estava no abismo, Foster demonstrou competência para lidar com o contraditório ofensivo e absoluto domínio sobre a matéria, deixando os senadores quase que convictos da não necessidade de aprovar uma CPI, pois as medidas internas já foram tomadas e agora compete à Polícia Federal fechar o levantamento de dados e à Justiça julgar os corruptos que enlameiam a imagem da maior empresa do país, criada por Getúlio Vargas com o apoio do povo e quase entregue por Fernando Henrique aos neoliberais estrangeiros, que inclusive já havia até mesmo escolhido um novo nome: Petrobrax.
Na televisão, o Jornal Nacional expôs apenas as partes que lhe interessava, dando ao telespectador a impressão de que ela ficou muito mal diante dos senadores, reconhecendo, sem rodeio, que a compra da refinaria dos Belgas foi realmente um mau negócio, difícil de recuperar o prejuízo, mas que a presidente Dilma e demais conselheiros autorizaram o negócio sem conhecimento de duas cláusulas ardilosas que não constavam do resumo apresentado. Foi, na verdade, uma traição, um golpe de funcionários usando de tráfico de influência política e informação privilegiada para enriquecimento fácil, como Nestor Cerveró e Paulo Roberto Costa, comandando uma rede que precisa de mão forte para ser desmantelada. Em audiência na Câmara, Cerveró tergiversou, ao responder que não teve intenção de enganar a presidente Dilma, ao deixar de constar no resumo executivo encaminhado para análise do Conselho as duas cláusulas consideradas lesivas à Petrobrás e que, se conhecidas, como alega a presidente, o negócio não seria aprovado.
VOCÊ SABIA?
Depois de conseguir “convencer” o Congresso e alterar artigo constitucional para obter um segundo mandato, (1995-2002) Fernando Henrique Cardoso terminou seu governo com a inflação em 12 % e a taxa Celic nas alturas, em 25 %. E apesar da oposição fazer alarde, dizendo que nossa economia está à beira do abismo, uma autoridade no assunto, o Prêmio Nobel Paul Krugman, disse à revista “Carta Capital”: - “O Brasil passou por um momento difícil, mas provou não ser vulnerável como se imaginava. Uma década e meia depois, o Brasil é ainda menos vulnerável. Não há um déficit gigantesco em moeda estrangeira, a situação fiscal é aceitável e a inflação não é significativamente alta”. Como se vê, só a oposição e os analistas daqui não enxergam isso.
Enquanto isso, na Europa, o número de crianças e adolescentes em situação de pobreza e exclusão social cresce para 27 milhões, segundo a organização Save the Children, consequência da grave crise econômica de 2008-2012. Não é lá e nos Estados Unidos que estão os sabichões da economia?
BOLSA FAMÍLIA
No princípio, a oposição foi contra, alegando que o Bolsa Família seria um violento gasto com um projeto sem efeito social. Agora, descobriram que os poucos recursos nas mãos de milhões de famílias excluídas geram aquecimento do mercado e, por isso, Aécio Neves e a dupla “tapioca-açaí” (Campos e Marina) já estão prometendo aumentar o número de famílias e ainda o valor do benefício, de grande efeito eleitoral.