O debate sobre os perigos do Aspartame divide a comunidade médica

O Aspartame é bom ou mau para a saúde? “Uma criança que não é diabética ou obesa, assim como uma mulher grávida, deveriam se abster de consumir o Aspartame”. Com este tema a dra. Valérie Magnin, cancerologista, relançou o debate da tribuna do congresso “Câncer e meio ambiente”, realizado em Aix-la-Provence, em abril (de 2009). Para outros médicos, entretanto, um uso razoável não chega a ser um problema.

Descoberto em 1965, o Aspartame está presente em todos os lados: sucos, bebidas, sobremesas, bombons, chicletes, iogurtes, produtos para emagrecimento, etc. As doses diárias autorizadas são de 40 mg/kg/dia. O Aspartame é um adoçante potente, considerado “intenso”, de baixa caloria e com um poder de adoçante cerca de 200 vezes maior que o da sacarose (açúcar de mesa).

Problemas diversos

O dr. Laurent Chevallier, especialista em nutrição, autor de diversas obras de referência, dentre as quais Os 100 Melhores Alimentos para Sua Saúde e para o Planeta (Fayard, 333 páginas) olha, ele também, esta substância com desconfiança: “eu desaconselho terminantemente  para meus pacientes o consumo de Aspartame em se tratando de crianças, mesmo após 3 anos de idade (ele é proibido para bebês e crianças até 3 anos), e para mulheres grávidas ou lactantes. Este princípio não deveria se generalizar?”

Ele cita “depoimentos alarmantes de pessoas que consumiram esses produtos e relataram problemas bastante diversos: problemas de estômago, mal-estar, depressão, vertigens, problemas de memória; esses efeitos desapareceram após a interrupção do uso”. A rigor, “isto não passa de afirmações, mas deveria alertar os poderes públicos”, prosseguiu ele. Na verdade, “a Agência Francesa de Segurança Sanitária de Alimentos (AFSSA) deveria assumir a dianteira em vista dos estudos que alertam e da grande incerteza sobre inocuidade dos adoçantes”.

Estudos realizados em ratos no Centro de Pesquisas sobre o Câncer da Fundação Ramazzini (Bolonha, Itália), em 2005 e mais tarde em 2007, tinham semeado a divergência, ao demonstrar a presença de uma conexão entre o Aspartame e o aumento do câncer. Todavia, a Autoridade Europeia de Segurança Alimentar (EFSA), reconheceu claramente que “não havia base científica para reconsiderar sua utlização nos alimentos”.

Marie-Christine Favrot, responsável pela direção de riscos nutricionais e sanitários da AFSSA, assegurou que “os elementos científicos acumulados sobre este assunto não permitem concluir que o Aspartame apresenta  risco para a saúde humana”. Philippe Reiser, diretor científico do Centro de Estudos e Documentação do Açúcar (CEDUS), defende a mesma linha: “Minha posição é aquela das autoridades sanitárias, que já afirmaram a inocuidade do Aspartame”. “Em quem acreditar? Pergunta a doutora Valérie Magnin. “Estes estudos são independentes?”

Outra questão controversa: o Aspartame faz emagrecer? “Não existe qualquer prova formal de sua participação no controle do peso. As bebidas à base de adoçantes contribuem para o aumento de peso e da obesidade, segundo alguns estudos, mesmo que isto pareça paradoxal”, afirma o dr. Laurent Chevallier. Esta hipótese é também sustentada pelo professor John Blundell, diretor do Departamento de Psicobiologia da Universidade de Leeds, no Reino Unido.

Isto é, entretanto, contestado. “O uso do Aspartame é um modo ideal de substituir o açúcar praticamente sem calorias e ainda pode contribuir para uma boa higiene buço-dentária”, assinala o site Aspartame Information, mantido pela...Ajinomoto, um dos maiores fabricantes de Aspartame do mundo. Enquanto isso, “os consumidores prosseguem no consumo de produtos dietéticos em excesso”, comenta  Philippe Reiser.

Pascale Santi

Tradução: Argemiro Pertence

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